quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Bari e Giovianazzo

Matera

Praias do mar Jónico

Aldeias e vilas da Puglia


No coração do Sul de Itália, a Puglia revela-se como um mosaico de aldeias encantadoras, onde o tempo parece fluir devagar e a autenticidade continua quase intacta. Entre oliveiras centenárias e o azul intenso do Adriático, surgem pequenas localidades que preservam tradições, sabores e marcas arquitetónicas singulares.

Alberobello, com os seus trulli, de pedra branca e telhados cónicos, é o exemplo mais marcante, parecendo saída de um conto antigo. Não muito longe, Locorotondo, de forma circular perfeita, encanta pelas varandas floridas e pelos vinhos aromáticos. E pouco depois surge Ostuni, que se ergue no alto de uma colina, branca e resplandecente, com as suas casas caiadas que refletem o sol do Mediterrâneo.
Durante um dia completo, visitámos estas três aldeias, começando por Alberobello e descendo depois de Norte para Sul, seguindo aproximadamente os trilhos representados neste mapa, até terminarmos o dia na cidade de Lecce.
 



Alberobello

Localizada na região da Puglia, Alberobello é famosa pelos seus trulli, a casas tradicionais de pedra com telhados cónicos, classificadas como Património Mundial da UNESCO. Esta é a principal atração de toda a Pugia, pelo aspeto diferenciado das suas casas, que nos faz parecer que estamos numa aldeia de um qualquer conto encantado.

Chegámos durante a noite, vindos de Monopoli, depois de uma breve passagem pelo hotel, localizado numa quinta nas imediações da aldeia. Começámos por jantar num dos muitos restaurantes, cujas esplanadas ocupam as principais ruas e praças da zona baixa.

Experimentámos uma das especialidades da Puglia, o orecchiette con cime di rapa e stracciatella, umas massas com forma de pequenas orelhas, com grelos de nabo e creme de queijo stracciatella… apesar de parecer estranho, é bastante bom.
Quando a noite cai, a pequena cidade dos trulli revela um encanto ainda mais profundo. As luzes suaves acariciam os telhados cónicos de pedra, projetando sombras delicadas pelas ruelas estreitas. O silêncio é pontuado pelo murmúrio das conversas dos visitantes, rendidos à magia do lugar. As fachadas brancas, iluminadas pelo brilho dos candeeiros, devolvem uma luz quente que cria um ambiente acolhedor e romântico.
É como se fossemos transportados para um cenário de fantasia, das ruas adornadas com luzes e enfeites, às chaminés que guardam antigos símbolos, talvez portadores de significados misteriosos. Caminhar por Alberobello à noite é como entrar no cenário de um conto, onde a história e a arquitetura se entrelaçam em perfeita harmonia.

No dia seguinte, acordámos em pleno campo, num espaço rural muito acolhedor a fazer lembrar as villas toscanas, embora com a presença, aqui e ali, de alguns aglomerados com as famosas casas dos telhados cónicos.

Já perto da aldeia, mal estacionamos e somos imediatamente envolvidos por um mar de trullis que se espalham por todos os lados. À luz do dia parecem incontáveis, e são mesmo muitos, Alberobello conta com mais de mil destas construções singulares, muitas delas transformadas em lojas, cafés ou pequenas pousadas.
Os trulli de Alberobello são construções tradicionais desta região de Itália, reconhecidas pelas suas paredes de pedra seca e, sobretudo, pelos tetos cónicos característicos. A sua origem remonta à Idade Média, embora estruturas semelhantes já existissem na área desde tempos pré-históricos.

Foi entre os séculos XV e XVII que os trulli ganharam a forma e a função que hoje conhecemos. Nessa época, Alberobello encontrava-se sob o domínio dos Condes de Nápoles, famílias espanholas da Casa de Aragão, que impunham uma política fiscal pesada e opressiva. Para escapar aos impostos cobrados sobre os povoados permanentes, os camponeses começaram a erguer as suas casas sem argamassa, utilizando uma técnica que permitia desmontar rapidamente as construções sempre que fosse necessário. Assim nasceram os trulli, habitações simples, mas engenhosas, adaptadas às condições fiscais e agrícolas da época, e resistentes ao tempo.

No século XVIII, Alberobello recebeu o título de “cidade real”, libertando-se da autoridade feudal. A partir daí, os trulli deixaram de ser construídos por necessidade, mas continuaram a ser erguidos como símbolo da tradição arquitetónica e cultural da região.

Hoje, o centro histórico da aldeia é inteiramente formado por estas peculiares construções. Os seus bairros, uns mais elegantes e outros mais rústicos, estendem-se em ruelas pitorescas ladeadas por estas encantadoras casas de pedra que conferem a Alberobello um charme único.

Ao chegarmos a Alberobello, seguimos pela estrada que atravessa o vale onde a aldeia se estende, até virarmos para a encosta do lado esquerdo, ocupada pelo bairro do Rione Monti, o mais emblemático de toda a povoação e o maior aglomerado de trulli do mundo, e que hoje se destaca sobretudo pelas suas ruas principais, a Via Monte San Michele ou a Via Monte Nero, que estão entre as mais pitorescas de Alberobello.


As ruas deste bairro formam um cenário encantador onde os telhados cónicos, os pináculos de pedra e os símbolos pintados se misturam com flores, varandas e pequenos becos, criando uma harmonia visual única. Com o passar do tempo, muitas destas antigas habitações rurais foram adaptadas e transformadas em lojas de artesanato e iguarias locais, restaurantes e pequenos alojamentos, tornando o Rione Monti o centro mais turístico e animado desta povoação.
      

No ponto mais alto do bairro ergue-se a Igreja de Sant'Antonio di Padova, construída em 1927, um raro exemplo de templo religioso em forma de trullo, que reforça a identidade singular e o carácter fascinante deste lugar único.
Descendo a encosta, chegamos ao Largo Martellotta, o principal ponto de encontro de Alberobello e o centro da sua vida quotidiana e turística. Localizado na parte baixa da aldeia, entre os bairros do Rione Monti e do Rione Aia Piccola, este largo marca a transição entre a zona comercial e as áreas históricas dos trulli.

Rodeado por restaurantes, cafés, gelatarias e lojas de produtos típicos, o Largo Martellotta é o local ideal para fazer uma pausa, saborear a gastronomia local ou simplesmente apreciar o movimento da aldeia. Foi ali que jantámos na noite anterior, num ambiente particularmente agradável, que ganha ainda mais encanto ao entardecer, quando o espaço se enche de visitantes e o ar se enche de uma energia acolhedora e descontraída.

Em pleno Largo Martellotta é visível a torre de uma igreja, a Chiesetta Rettoria SS. Sacramento e Santa Lucia, que é um dos templos mais importantes de Alberobello, apesar das suas dimensões modestas.

Do adro em frente à igreja, abre-se uma das vistas mais fotogénicas da aldeia, com os telhados cónicos do Rione Monti a perder de vista. É um ponto de paragem obrigatório para quem deseja apreciar o encanto tranquilo desta aldeia única.
Prosseguindo pela encosta junto à igreja, entramos no outro grande bairro de trulli, o Rione Aia Piccola. Menos turístico do que o seu vizinho, que ocupa a colina oposta, este bairro destaca-se pela sua autenticidade e tranquilidade. Longe das lojas e do movimento intenso, é o lugar ideal para apreciar algo mais próximo do ambiente original dos antigos habitantes.

Com cerca de 400 trulli, o Rione Aia Piccola conserva a estrutura e o espírito tradicional de Alberobello, preservando as casas em pedra seca que ainda hoje são habitadas por residentes locais. As suas ruelas estreitas e silenciosas convidam a um passeio sem pressa, onde cada recanto revela o charme simples da arquitetura popular e o quotidiano sereno dos seus moradores.


Foi esta a última etapa da nossa visita a esta aldeia tão singular, que impressiona não pela grandiosidade, mas pela autenticidade, e talvez seja precisamente isso que a torna tão especial. Terminar a visita a Alberobello é concluir uma experiência verdadeiramente única, e uma das mais marcantes de toda a Puglia.

Esta pequena aldeia, com os seus mais de mil trulli de pedra branca e telhados cónicos, é um exemplo notável de engenho e tradição popular italiana. Entre o charme das ruelas do Rione Monti, a autenticidade do Rione Aia Piccola e a vida animada do Largo Martellotta, Alberobello revela um equilíbrio perfeito entre história, cultura e quotidiano.

Cada recanto convida à descoberta, a uma nova fotografia ou a uma pausa merecida - seja para admirar a arquitetura, saborear a gastronomia local ou simplesmente observar o ritmo sereno da vila, enquanto se desfruta de um copo de vinho da região.










Junho de 2025
Carlos Prestes




Sul da costa adriática

Lecce

Prestes a Partir – Blogue de Viagens


Chamo-me Carlos Prestes, sou engenheiro civil e professor na faculdade, mas sou também um apaixonado por viagens, por fotografia e pela escrita sobre as experiências vividas nos locais que vou visitando. Assim, este espaço surge de forma quase natural, permitindo o registo das crónicas de viagens que tenho feito, com descrições e relatos das aventuras e emoções vivenciadas, sempre ilustradas com as fotos mais representativas.   
Este Blogue surgiu pela sugestão, quase persistente, de vários amigos, que foram também companheiros de algumas das viagens que aqui vou relatar, e constitui, sobretudo, um veículo para fazer perdurar as memórias e emoções vividas ao longo de mais de três décadas, por quase 40 países e 300 locais, que aqui vou tentar recordar.

Aqui encontraremos crónicas detalhadas de cada viagem, sendo o acesso a cada uma dessas crónicas feito através dos links ativos que surgem ao longo do índice representado nas páginas que organizei por continentes, sendo que, até agora, a grande maioria dos locais visitados e aqui descritos, ficam no continente europeu, esperando gradualmente vir a visitar outros destinos mais longínquos, cujas crónicas irei trazendo a este espaço.



Complementando ainda a narrativa exibida na forma de crónicas detalhadas, mostro-vos um breve registo feito em vídeo, com algumas das viagens relatadas, apresentando as principais fotos que foram utilizadas.

Estas crónicas não são um espaço de escrita apenas pessoal, porque as viagens aqui descritas foram muitas vezes uma partilha de experiência e emoções com aqueles que me acompanharam. Desde logo a minha companheira de todas as aventuras de uma vida e cúmplice desta paixão de viajar, a minha mulher Ana Lúcia, a quem vou dedicar cada um dos textos e imagens que aqui venha a registar. Às minhas quatro filhas, nem sempre companheiras de viagem, mas sempre as principais fontes de inspiração, dedico também cada uma das memórias que aqui vou relatar.

Vou também escrever para quem me queira ler, quem queira conhecer os meus relatos, não apenas pela curiosidade mas também pela informação que vou tentar transmitir, tornando este Blogue numa espécie de guia de viagens. Não terei a preocupação de ser consensual nas escolhas que aqui vou relatar, pelo contrário, tentarei ser sempre fiel às viagens que fiz, tal como as fiz, sem quaisquer filtros, ainda que, em várias situações, um determinado destino ou uma determinada escolha não se tenham revelado como os mais favoráveis. O registo de viagens que aqui vou referir será necessariamente o meu, com a minha busca daquilo que mais gosto, da forma e no ritmo que entendi ser o mais adequado a cada situação e em cada local. Não existem fórmulas para que uma viagem cumpra o seu objetivo de nos encher a alma e nos fazer sentir vivos, por isso, cada um de vós, leitores, terá de seguir o seu próprio caminho e escolher o seu próprio ritmo, tal como eu e os meus parceiros de viagem, seguimos e escolhemos os nossos.

Antes de iniciar a escrita senti necessidade de organizar a forma de apresentação dos relatos de cada viagem, sabendo que algumas estão ainda bastante presentes e outras estão já muito distantes. Mas, para que esse efeito de memória, mais viva ou mais vaga, não se torne evidente na escrita, decidi recordar cada uma das viagens de forma totalmente aleatória. E será desta forma que serão publicados, pela ordem em que os vou escrevendo e não pela sua ordem cronológica.

Termino com a ligação a uma outra página, para quem pretenda uma visão mais instantânea de alguns lugares, sem entrar no detalhe que o formato da crónica impõe, recomendo também a ligação ao Blogue que criei recentemente com esse conceito mais light. Neste caso, e como o nome indica, a cada foto corresponderá apenas uma breve história ou descrição: 

(site em construção)


Carlos Prestes
Abril de 2015

José Carlos Prestes
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Engenheiro Civil e Professor no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Prestes a Partir - EUROPA



A grande maioria das viagens que realizei ao longo de cerca de quarenta anos foram feitas pelo continente europeu, que percorri de Norte a Sul, visitando mais de trinta países, como se representa no mapa seguinte. Nestas viagens visitei várias vezes alguns destes países, cujas crónicas podem ser consultadas nos links que apresento na lista abaixo (embora, alguns deles estejam inativos, por estarem ainda por escrever).
 


   Itália
   França
   - Paris 
   - Disneyland
   - Córsega

   Espanha
   - Barcelona
   - Menorca
   - Ibiza
   - Maiorca
   - Pirenéus
   - Andorra - Valldnort
   - País Basco, Cantábria, Navarra e La Rioja
   - Outras Cidades do Norte (Aragão e Castela-Leon)

   Ilhas Britânicas
   - Inglaterra
   - Londres
   - República da Irlanda
   - Escócia

   Europa Central
    - Alemanha
    - Áustria
    - Bélgica
    - Luxemburgo
    - Amesterdão

Europa de Leste
     - Praga
     - Bratislava
     - Budapeste
     - Polónia

Escandinávia
      - Copenhaga
     - Estocolmo
     - Helsínquia
     - Noruega, dos fiordes ao sol da meia-noite

   Grécia
   - Atenas 
   - Ilhas Gregas

   Portugal
        - Açores
        - Madeira e Porto Santo
    - Algarve - Pelas praias do Barlavento ao Sotavento
        - Porto e Douro
        - Minho
        - Alentejo

      

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Prestes a Partir - AMÉRICA


  
 Estados Unidos
   - New York
   - Florida
   - Costa Leste

   México
   - Cidade do México
   - Riviera Maia

   Brasil
   - Natal
   - Pernambuco e Alagoas

  Caraíbas
   - Cuba
   - Bahamas
   - República Dominicana


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Prestes a Partir - ÁSIA



   Turquia
         Istambul

   Maldivas


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Prestes a Partir - ÁFRICA



   Norte de África
   - Cidades de Marrocos
   - Praias e cidades da Tunísia

   Cabo Verde
   - Ilha da Boavista

   Moçambique
   - Província de Maputo
   - Gaza e Inhambane
   - Tete

   África do Sul e Swazilândia
    - No Kruger Park em safari
   - Cape Town


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quinta-feira, 24 de julho de 2025

Costa Amalfitana


Nas duas vezes em que visitei a região da Catânia, que inclui toda a envolvente à cidade de Nápoles, não deixei de explorar a zona mais glamourosa do Sul de Itália, e uma das mais afamadas em todo o país, a Costa Amalfitana. 

De ambas as vezes em que visitámos esta costa tão especial, primeiro em 2019 e, mais recentemente, em 2025, instalámo-nos numa pequena cidade ligeiramente afastada dos locais que ocupam a marginal, onde os preços dos alojamentos são quase proibitivos. Assim, optámos por ficar na simpática cidade de Cava de' Tirreni, localizada já na província de Salerno, no lado Nascente desta costa turística, a apenas 6 km da costa. 

Foi a partir deste local que fizemos os diversos percursos nos quais explorámos os principais destinos da Costa Amalfitana, que seguiram aproximadamente os trilhos representados neste mapa:     



Pela Costa Amalfitana

Esta belíssima costa, que é conhecida pelo nome da sua principal cidade, Amalfi, é um dos trechos do litoral mais famosos e deslumbrantes de todo o mundo, marcado por falésias dramáticas que mergulham no mar Tirreno, vilas coloridas incrustadas nas encostas e estradas sinuosas com vistas de tirar o fôlego. 

Reconhecida como Património Mundial da UNESCO, esta zona italiana reúne história, cultura e natureza em perfeita harmonia, com cidades vibrantes como Amalfi, Positano ou Sorrento, e vilarejos tranquilos como Atrani e Praiano, sem esquecer os jardins e palácios de Ravello.

Para além das paisagens que se abrem como telas vivas, esta região encanta pelo sabor da sua alma mediterrânica, com os limões gigantes, que se transformam em limoncello dourado, e o fascínio íntimo de cada porto adormecido, de cada praça rendida ao mar. É um lugar onde a autenticidade se mistura com a beleza da natureza e um brilho glamouroso, onde o romance não se procura, respira-se com naturalidade, como parte da própria vida.
Ao chegarmos junto à costa, entramos por uma estrada sinuosa que é um autêntico carrossel de adrenalina, entre a excitação da beleza daquele local e o risco que adivinhamos ao percorrer um caminho tão estreito e tortuoso. Vamos vencendo as enseadas que se sucedem ao longo da encosta, e começamos a encontrar as primeiras povoações turísticas da zona... e vamos usufruindo do próprio caminho, sempre perante paisagens lindíssimas, com o verde vivo da vegetação ao redor e o mar azul lá em baixo.
Os locais de veraneio vão-se sucedendo, todos eles com as suas praias muito típicas, com as areias negras densamente ocupadas por toldos com cores vivas, como em Minori ou em Marmorata, ou noutros locais que revelam, para além das praias, também algumas construções monumentais que marcam a silhueta da paisagem de quem percorre a estrada, como nos casos de Maiori ou de Atrani.


Mas a viagem pelas estradas desta costa tem tanto de belo e fascinante, como de assustador e desconfortável. A estrada estreita, as curvas apertadas e o trânsito intenso na contramão, sempre a fazer-nos pensar que é desta que vamos bater, ou que na próxima o carro não vai passar… demoramos tempos sem fim para fazer meia dúzia de quilómetros, com paragens, por vezes demoradas, nas interceções com os autocarros que por ali abundam.

E desta vez senti-me um condutor merecedor de um prémio-coragem, ao conseguir a proeza de fazer toda a estrada, entre o seu início a Nascente, junto a Vietri sul Mare, até Sorrento, no lado Poente, num percurso de pouco mais de 50 km, dividido em dois dias, em que demorámos um total de mais de duas horas.

Como princípio, esta é uma das mais bonitas estradas onde podemos conduzir, combinando as belas paisagens das encostas e das povoações, com alguns traços tipicamente italianos, como as vespas, que nos rodeiam por todos os lados enquanto tentamos sobreviver naquele caos, ou os belíssimos Fiat Cinquecento, que mantêm o design vintage que os caracterizam.

Mas esta não é a regra, o mais comum é encontrarmos a estrada apinhada de carros bastante normais e sem traços vintage, que cortam as curvas, passando por nós, onde parece que não cabe mais do que um único veículo ligeiro, e onde surgem a toda a hora vans e autocarros, que não nos tocam por milímetros.

Só parando um pouco nos escaços locais de parqueamento que surgem ao longo da estrada, conseguimos ter tranquilidade para respirar fundo e apreciar as paisagens... mas mal voltamos ao carro e recomeça a confusão.

Assim, será uma boa opção tentar estacionar o carro e continuar o percurso de barco. Esta era uma alternativa que já tínhamos previsto e, por isso, tinha como referência um parque de estacionamento em Amalfi… mas não pensem que é algo corriqueiro, porque se enganam, o estacionamento na Costa Amalfitana é um bem raro e precioso. Selecionei o único parque de jeito desta zona, o Luna Rossa, à entrada de Amalfi, do lado Nascente, todo ele feito em túneis escavados na rocha e, apesar de ser bastante grande, ainda faz uma fila cá fora num pinga-pinga, esperando a saída de cada carro, para a entrada do seguinte. E quanto ao preço, nem quero saber… que é uma coisa que faço de vez em quando, nem olhar para o preço para não me sentir mal, e foi o que fiz em ambas as vezes em que aqui estacionei.

Assim, de ambas as vezes que por aqui andámos, largámos a estrada sinuosa e perigosa e fomos apanhar uma das várias carreiras de barco que nos são oferecidas no porto de Amalfi, e que nos iriam dar uma paisagem privilegiada desta costa, agora a partir do mar, mas sempre lindíssima, com as suas encostas íngremes e verdejantes.

Foi assim que percorremos o trajeto entre duas das principais terras desta costa, de Amalfi a Positano... algo que já tínhamos feito em 2019 e repetimos agora no verão de 2025.  




Positano

Que lugar fantástico - foi do mais gostei em toda esta zona do Sul de Itália - o glamour, o ambiente, os aromas, as cores, as paisagens de nos tirar o fôlego - tudo é tremendamente tentador e deixa-nos completamente encantados.
Mal chegamos ao porto e a paisagem desta vila a partir do mar prende-nos logo e revela-nos que estamos perante um lugar belíssimo e especial, o que nos deixa até com algum nervosismo e impaciência, para começarmos a descoberta.

As praças e as ruas dispõem-se ao longo de duas encostas íngremes, onde as casas se aglomeram em sucessivos degraus, por entre a vegetação e alguns limoeiros, numa mistura de cores que parece criada por um artista plástico. 

E desta vez escolhemos começar por explorar a encosta do lado esquerdo, que corresponde a uma das imagens de referência deste local.
E para entrar na própria encosta seguimos por uma escada junto ao mar, ao virarmos à esquerda assim que saímos do porto, e que nos levou ao longo da costa, proporcionando paisagens muito bonitas ao entrarmos numa zona mais selvagem, com destaque para as águas azul-turquesa, o verde da vegetação e até uma praia muito mais reservada do que a praia principal junto ao porto. 


Regressando ao porto vamos entrando pelo meio do casario onde se encontra um dos edifícios de referência deste local, a Chiesa di Santa Maria Assunta. Fica próxima da praia e é sempre o primeiro ponto de paragem para quem chega de barco. 

Mas, num sítio tão bonito como este, não será certamente uma igreja que nos vai deslumbrar. O que realmente nos encanta nesta terra, são as ruas cheias de gente, algumas não passam de pequenos becos, com os turistas que as sobem e descem por escadas e rampas, visitam as lojas e deliciam-se com as paisagens fascinantes que, aqui e ali, nos são oferecidas… e há também o glamour que se adivinha, reservado aos melhores hotéis e restaurantes, mas que encontramos um pouco por todo o lado, como nas lojas ou boutiques, que têm sempre um toque de requinte. 

     
Nesta subida voltámos a virar para o lado esquerdo, seguindo por uma estrada até chegarmos ao alto desta encosta e apreciarmos as paisagens sobre o casario e a praia, que aqui nos surgem de um ângulo que é menos habitual.

E chegados ao topo começamos a ter acesso a vários pontos de observação que nos permitem contemplar o lado direito desta vila magnífica, num enquadramento fantástico com os azuis vivos do Mediterrâneo e as cores da vegetação que envolve o casario.

Do alto desta encosta torna-se bem visível a cúpula da Chiesa di Santa Maria Assunta, que daqui se destaca pelo belíssimo revestimento, que é feito com azulejos coloridos.
Fizemos aqui uma pausa para almoço antes de descer esta encosta, ao contrário do que tínhamos feito há seis anos, quando escolhemos um do restaurantes do outro lado, que nos oferecia também magnificas vistas... como aqui se recorda.
Dessa vez tínhamos escolhido o Ristorante Bruno, já na encosta do lado direito de quem sobe, onde pudemos desfrutar de um dos grandes prazeres do dolce far niente italiano, que é a comida maravilhosa que este país sempre oferece, e neste caso provámos umas bellissimas pastas, daquelas que nos ficam na memória, e acompanhadas por uma paisagem de tirar o fôlego.
E por ali ficámos demoradamente, sem conseguirmos deixar de contemplar insistentemente esta preciosidade, tirando sempre mais uma nova foto, uma após a outra, só mais uma vez, sempre a mesma imagem, sempre a mesma emoção em forma de fotografia, mas que não quisemos deixar de repetir, tal a beleza de toda aquela envolvente... que paisagens maravilhosas, que local inesquecível.

E seis anos depois ali estávamos nós no mesmíssimo local, repetindo sensações com as mesmas imagens deslumbrantes. 
E a caminho da praia iriamos agora percorrer de novo alguns dos recantos mais belos desta vila, que escondem verdadeiras preciosidades.

Para terminar o dia em beleza, quer na primeira vez quer depois em 2025, faltava ainda aproveitar o prazer das águas tépidas e transparentes do mar que banha toda esta costa. 

Descemos assim de novo toda a encosta sinuosa até à base da enseada, onde se estende um grande areal (sim, não é um areal dos nossos, falta-lhe a areia branca, mas a água é quentinha, e isso faz toda a diferença). E lá nos fizemos ao mar, para receber o aconchego que nos faltava para nos retemperar, e fechar esta tarde fantástica de forma memorável.


Voltámos depois ao barco já ao final da tarde, com o coração apertado e com uma enorme vontade de ali permanecer por mais uns dias, para usufruir daquilo que um local como este tem para oferecer. É uma pena estarmos sempre limitados em tempo e até em budget, porque esta seria uma aposta segura para umas férias mais prolongadas.

Mas, por agora, ficou uma sensação de que jamais iríamos esquecer este local fantástico e este dia que ali passámos, guardando uma última imagem deste terra magnífica à qual teríamos de voltar... e voltámos mesmo, seis anos mais tarde, e saímos de novo com a mesmíssima sensação que nos deixou tristonhos e introspetivos, por esta segunda despedida, enquanto nos afastávamos mar adentro.

Positano despede-se devagar, como um postal pintado em tons de ocre e azul. As casas descem em cascata até ao mar e a cada olhar parece que a paisagem se reinventa. Há uma calma escondida no rumor das ondas e uma beleza que não precisa de palavras para ser sentida. Ao deixar Positano, levo comigo a certeza de que algumas paisagens não se guardam apenas em fotografias, ficam gravadas dentro de nós, como uma promessa silenciosa de um novo regresso.



Amalfi

Tendo estado antes em Positano, Amalfi já não nos deslumbra da mesma forma. É algo muito injusto para certos locais que acabam por perder algum do seu brilho, porque são ofuscados pela proximidade de outros lugares ainda mais especiais e deslumbrantes. Talvez devesse ter invertido a ordem, deixando Positano para o fim, mas, a verdade, é que não sabia que isto poderia acontecer.

Porque, à primeira vista, Amalfi tem tudo para nos encantar… uma bonita vila junto ao mar, com uma belíssima baía rodeada por penhascos íngremes, onde nascem construções históricas dispostas de forma prodigiosa e em perfeita harmonia. O resultado é uma paisagem extraordinária - maldito Positano, que não nos deixa apreciar toda a dimensão desta beleza.


Apesar de ter um certo aspeto de aldeia histórica, Amalfi não deixa de ser um centro de veraneio, visitado por quem procura o mar, para um dia de praia ou para a prática de um dos desportos náuticos que por aqui se podem experimentar. E lá encontramos de novo as praias da areia preta e calhau, mas com aquelas águas quentinhas que o Mediterrâneo nos oferece.

Mas, de qualquer forma, são sempre bonitas estas praias italianas, pelo enquadramento, claro, que é lindíssimo, mas também pelo jogo de cores criado pelos chapéus de sol que cobrem o areal.


E todas estas zonas costeiras parecem-nos ainda mais bonitas quando são vistas do mar, a partir de um barco, e aí torna-se mais evidente o enquadramento da paisagem, com os habituais contrastes entre as encostas e o mar, e a forma rara com que esta aldeia se dispôs, meio encavalitada nos rochedos, como que posando para que um pintor consiga fazer uma aguarela perfeita. 

Mas, mesmo quando regressamos a terra, Amalfi surge-nos como uma vila simpática, cheia de gente que anda entre lojas e esplanadas, apreciando o ambiente, que é bastante agradável e tem um toque de glamour… mas não tanto como o “maldito” Positano, claro. 


Esta terra cresce sobretudo ao longo das encostas, sobrando apenas uma pequena zona ao nível do mar, por detrás da marginal que faz o contorno da praia e do porto. É nessa zona que encontramos a praça central da vila, a Piazza Duomo, conhecida pela Fontana Sant'Andrea, onde todos aproveitam para se refrescar e encher as garrafas de água, que ali é bastante fresca.

Mas aquilo que mais impressiona nesta praça é a presença da imponente Catedral de Amalfi e da sua escadaria colossal. 
Ninguém esperaria encontrar uma catedral tão exuberante em plena costa amalfitana. O Duomo di Amalfi, também chamado de Duomo de Sant'Andrea, é uma igreja católica romana medieval, com uma fachada bizantina listada, muito bonita e em ótimo estado de conservação. A catedral é dedicada ao apóstolo Santo André, cujas relíquias estão guardadas na sua cripta.



Atrani

Saindo de Amalfi a pé, estamos a cerca de 500 m até chegarmos a Atrani, uma pequena vila desta costa. Fomos apreciando o próprio caminho, onde vamos passando por algumas zonas de estrada com apontamentos bastante bonitos, e vamos também desfrutando da paisagem que é marcada pelo azul forte das águas deste mar.

Escondida entre as falésias e o mar, surge então Atrani, que conserva ainda uma atmosfera autêntica e tranquila, distante do turismo em massa que invade as vilas vizinhas de Amalfi ou Positano, mas poupa esta pequena terriola.

As ruelas estreitas com algumas passagens em arco e as suas casas onde o branco é dominante, criam um cenário quase medieval. No coração da vila está a Piazza Umberto I, pequena e charmosa, onde a vida parece correr num ritmo próprio, rodeada de cafés e restaurantes familiares, em torno da icónica escadaria da torre do relógio da Chiesa di San Salvatore de' Birecto.
A praia, protegida pelas encostas, é pequena e desimpedida, ideal para quem quiser experimentar um mergulho nas águas calmas e tépidas, fora da confusão das outras praias desta costa, que sofrem a pressão de um turismo massivo.
Mas a imagem de marca desta baía é a da torre da Igreja de San Salvatore de’ Birecto, uma obra do século X, ligada à história da República Marítima de Amalfi.
Em suma, Atrani é um lugar para quem busca a essência da Costa Amalfitana na sua forma mais genuína, com simplicidade, beleza e uma atmosfera intimista, difícil de encontrar noutros destinos da região.

Além disso, podemos ainda encontrar um outro atrativo... é que foram ali rodadas várias cenas de uma série recente da Netflix, chamada de Ripley (baseada na mesma novela da escritora Patrícia Highsmith, que deu origem ao filme O Talentoso Mr Ripley, de 1999). Atrani surge nesta série como um dos cenários mais marcantes e contribui decisivamente para a atmosfera visual da narrativa. Esta pequena vila aparece a preto e branco com as suas casas encaixadas nas encostas que descem até ao mar, criando um pano de fundo pitoresco e, ao mesmo tempo, claustrofóbico, com as ruas estreitas, os seus arcos e as longas escadarias labirínticas, que reforçam a sensação de isolamento e de comunidade fechada, onde cada movimento parece ser observado… e as imagens da série tiram partido dessa estética de uma forma perfeitamente extraordinária.

Apesar de filmada a preto e branco, as imagens potenciam o contraste entre luz e sombra que caracteriza Atrani... com as fachadas iluminadas pela luz mediterrânica e as suas sombras, destacando as passagens escuras e as vielas sombreadas, acentuando uma atmosfera de film noir, que reforça o tom psicológico e ambíguo da história.
   
Mas com a minha máquina fotográfica pouco sofisticada e os meus parcos conhecimentos de fotografia, não consegui ir além daquilo que os olhos veem, incapaz de traduzir em pleno, o fascínio quase obsessivo que estas escadas despertam ao longo de toda a narrativa da série... mas, ainda assim, não deixei de compor algumas imagens semelhantes ao que tínhamos encontrado, como a magnífica escada da torre do relógio, que se ergue silenciosa no coração da Piazza Umberto I.

Ao regressarmos a Amalfi o dia aproximava-se do fim… um dia fantástico, sobretudo pela beleza e o glamour de Positano, mas também pela bonita cidade de Amalfi, e dos momentos de reflexão na vila de Atrani, para além das paisagens encantadoras ao longo de toda a costa, vistas do mar ou pela estrada tortuosa que percorremos.

É daqueles locais que abandonamos com a ideia de que goraríamos de regressar, e já com um aperto nostálgico da despedida… era já a tal saudade, algo tão nosso, tão português, mas que vamos sentindo por onde as nossas viagens nos vão levando.

Mas aqui, em plena Amalfi, tão de repente e tão inesperadamente, enquanto pensava neste sentimento bem português, já no regresso ao carro para terminar o dia, deparei-me com uma bela referência portuguesa que jamais imaginava poder encontrar ali, a poucos metros da praia da Amalfi… um imenso mural de azulejos do nosso Cargaleiro. 

Estes breves apontamentos lusitanos que encontramos pelo mundo fora, são como sementes levadas pelo vento, que despertam em nós um orgulho meio ingénuo, de ser português... e foi assim, embalados por este sentimento discreto, que deixámos cair o pano sobre este extraordinário dia.



Cava de'Tirreni

Foi escolhida Cava de'Tirreni apenas por estar perto da Costa Amalfitana e ter uma oferta de alojamento a preços mais normais, sem o disparate que se encontra nas povoações costeiras, que pedem fortunas por um quarto de hotel. 

Além disso, ao contrário do que acontece nos locais mais turísticos, aqui é mais fácil estacionar (mas atenção, que desta segunda visita a este local, em 2025, os estacionamentos na rua passaram a ter uma tarifa de 2,5€/hora a partir das 22h, o que torna caríssimo passar o serão e toda a noite nas proximidades do centro histórico. A solução será encontrar uma garagem que presta este serviço de parqueamento a preços mais razoáveis e, normalmente, os alojamentos dão-nos essa indicação) 

Como a nossa escolha foi feita apenas para conseguir hotel a um preço que não fosse um assalto à carteira, não contávamos com nada mais deste local, mas, na realidade, acabou por ser uma agradável surpresa. 

Trata-se de uma pequena cidade, bastante simpática, com um ambiente histórico e monumental, e muito interessante.
Aquilo que mais caracteriza esta terra é a existência de uma rua, o Corso Umberto I, que nos seus primeiros 500 m é acompanhada por fachadas em arcos de ambos os lados, o que dá um total de 1 km de arcadas, ocupadas por todo o tipo de comércio e por bastantes restaurantes e esplanadas. É esta imagem de marca da cidade que a torna especial, e foi isso que mais nos agradou na nossa visita.

Pelo caminho vamos passando por algumas piazzas, bem ao estilo das cidades italianas de província, como é o caso da Piazza Vittorio Emanuele III, onde fica uma das principais igrejas da terra, a Concattedrale S. Maria della Visitazione.
Mas do que mais gostei nesta cidade foi o facto de ser também um espaço bastante agradável durante a noite, pois, quem aqui se aloja para visitar a Costa Amalfitana, só cá regressa ao final da tarde. E, na verdade, quando saímos à noite para jantar, encontramos uma cidade movimentada, bastante bonita, com as suas arcadas iluminadas, e com vários restaurantes bem acolhedores.

Para jantar experimentámos alguns restaurantes bastante bons, como a Braceria Scacciaventi, um restaurante com uma decoração interessante, muito ao estilo wine-house, que se estende pelo exterior numa esplanada sob as arcadas. Tem uma ótima garrafeira, com todo o tipo de vinhos italianos, e um menu variado, muito para além das habituais pastas... uma ótima escolha, tanto o restaurante como a cidade.



Ravello

Começámos o dia contornando toda a montanha pelo lado Norte, descendo depois até a meio da encosta onde fica mais uma das pérolas da Costa Amalfitana, a vila de Ravello.

Esta volta enorme, como se assinala no mapa, segue por estradas tortosas de montanha, mas, ainda assim, é mais rápida do que vir pelo Sul e percorrer uma parte da estrada da costa.

Ravello é frequentemente descrita como um refúgio empoleirado nas colinas, a cerca de 350 metros acima do nível das águas do mar Tirreno, ao contrário da maior parte dos polos turísticos desta costa, que ficam mesmo junto ao mar.

Trata-se de uma vila tranquila e refinada, com uma atmosfera muito mais calma do que outras localidades mais movimentadas da costa, como Positano ou Amalfi.

Chegando a esta pequena povoação estacionámos no Parcheggio Piazza Duomo (um parque relativamente grande e que, surpreendentemente, nem foi assim tão caro), e começámos justamente pela Piazza Duomo, onde encontramos o Duomo di Ravello, a catedral românica dedicada a São Pantaleão.

Fomos depois percorrendo os trilhos nos levaram até aos principais miradouros, com vistas panorâmicas espetaculares sobre o mar Tirreno, sobretudo aquelas que podemos desfrutar a partir dos terraços dos principais jardins que ocupam as encostas de Ravello, como o caso dos luxuosos jardins da Villa Rufolo e da Villa Cimbrone, com uma beleza que nos transmite uma sensação intemporal de romantismo.

Estes dois jardins constituem a principal oferta paisagística de Ravello, pelo que será conveniente fazermos as respetivas visitas (por um preço de 8€ na Villa Rufolo e de 10€ na Villa Cimbrone), ou perderemos os atrativos essenciais desta vila.

E em pleno centro histórico, ainda no próprio terreiro da Piazza Duomo, surge a Torre-Museo Antiquario, que é também o portão de acesso à Villa Rufolo.
A Villa Rufolo foi construída no século XIII pela família Rufolo, e foi mais tarde restaurada pelo escocês Sir Francis Neville Reid. A sua base arquitetónica remonta à época medieval, preservando ainda os traços árabes, e integra também igrejas românicas e construções senhoriais com destaque para o claustro ornamentado e a Torre Maggiore, hoje museu e miradouro com vistas fantásticas sobre as encostas da Costa Amalfitana.
Os jardins da Villa Rufolo são o grande atrativo da propriedade. São constituídos por alamedas e distribuem-se em diferentes terraços que descem em direção ao mar e oferecem vistas deslumbrantes. Foram redesenhados no século XIX por Sir Francis Neville Reid, que acrescentou espécies exóticas, mantendo o carácter romântico do espaço, que é hoje uma das principais imagens de marca de Ravello, quando juntamos alguns dos recantos deste jardim, com as paisagens infinitas do mar Tirreno.

Em 1880, Richard Wagner inspirou-se nestes jardins para a ópera Parsifal e, atualmente, a villa acolhe o Ravello Festival de música clássica.

Seguimos depois pela ligação entre a Villa Rufolo e a Villa Cimbrone, por ruas apinhadas de turistas e com um belíssimo ambiente, cheias de lojas de souvenires, com muitos produtos associados aos limões e tudo o que se fabrica à base do aroma de limão siciliano e da imagem destes citrinos. Mas passámos também por umas ruelas mais estreitas e íngremes, autênticos carreiros que sobem e descem pela encosta, e que nos oferecem vistas magníficas das montanhas que envolvem a povoação de Ravello e dos campos de limoeiros que ali florescem.


Chegámos entretanto à Villa Cimbrone, que tem também origens medievais, mas ganhou o esplendor atual no início do século XX, quando foi transformada por Lord Grimthorpe num refúgio aristocrático em estilo romântico.

Os jardins sofreram influências de jardineiros e botânicos ingleses, que combinaram o estilo de jardim inglês com as referências mais habituais dos jardins italianos, resultando num conjunto de espaços repletos de pérgulas cobertas de glicínias, estátuas, templos e recantos floridos.


O palácio da Villa Cimbrone, tem uma base da época medieval, mas foi transformado no início do século XX por Lord Grimthorpe num elegante edifício neogótico-romântico. Hoje funciona como hotel de luxo, mas mantém ainda alguns espaços históricos, como o claustro e a cripta, além de interiores decorados com lareiras, afrescos e mobiliário de época. Ao longo do tempo recebeu personalidades importantes, como é o caso de Winston Churchill ou Greta Garbo, reforçando assim a sua fama como um dos palácios mais charmosos da Costa Amalfitana.

O ponto de maior destaque desta villa é a famosa Terrazza dell’Infinito, um miradouro adornado com bustos de mármore a mais de 350 metros acima do mar, que oferece uma das vistas mais impressionantes da Costa Amalfitana… e é claramente um dos lugares mais belos e emblemáticos de Ravello.

O acesso a este terraço faz-se pelo Viale dell’Immenso, uma alameda ladeada de árvores e pérgulas, que nos conduz até à entrada deste magnífico miradouro, que é materializada por um pequeno templo neoclássico, o Tempio di Cerere, que é dedicado simbolicamente à Deusa romana da agricultura e da fertilidade, Ceres (ou Deméter na mitologia grega), cuja estátua ali se encontra.

Já no terraço, para além das vistas espantosas, destaca-se também a balaustrada que é adornada com bustos clássicos de mármore, criando um cenário teatral que se tornou mum dos cartões-postais de Ravello.

Este espaço está quase sempre preenchido por muitos turistas, e até é difícil conseguirmos fazer uma fotografia limpa, sem aparecer ninguém… estas fotos que aqui mostro, são uma raridade, porque logo de seguida, e já me apareceu um dos habituais intrusos.

Mas para além da imagem singular dos bustos que ornamentam a balaustrada, o mais extraordinário neste terraço é mesmo a vista infinita que é considerada como uma das mais espetaculares de Itália, sobretudo ao entardecer, quando o horizonte parece fundir-se com o mar, e daí o nome de Terrazza dell’Infinito.

Mas a qualquer hora do dia, podemos sempre contemplar as magnificas paisagens que de ali se alcançam, com as encostas muito verdes que parecem mergulhar sobre o mar Tirreno, fazendo deste local de contemplação, um dos espaços mais fotografados de toda a Costa Amalfitana… como é o caso destas belíssimas fotografias.


De seguida descemos a estrada até Atrani, começando mais uma aventura, o que acontece sempre que conduzimos pelas estradas da Costa Amalfitana. Depois da descida, também ela aflitiva, continuámos pela estrada marginal entre Amalfi e Sorrento, ao longo de 32 km, mas numa velocidade de pára-arranca que nos fez demorar cerca de hora e meia, passando por todas as povoações e praias da costa.

Despedimo-nos assim de Ravello como quem se afasta de um lugar suspenso entre o céu e o mar. Há nesta pequena vila da Costa Amalfitana uma quietude quase intocável, como se cada pedra, cada jardim e cada varanda, tivessem sido moldados para convidar ao silêncio e à contemplação de um horizonte que nos parece infinito.

E é com essa serenidade que parto, levando comigo a certeza de que há destinos que não se visitam apenas, vivem-se para permanecem connosco para sempre.



Sorrento

Esta cidade não pertence tecnicamente à Costa Amalfitana, pois está localizada na Península Sorrentina, do lado da baía de Nápoles, mas, ainda assim, é considerada a porta de entrada nesta costa, e é também um destino encantador por si só.

É uma das cidades mais interessante de toda a região da Campânia, com origem grega e romana, sempre foi um ponto estratégico e um destino turístico, celebrado desde o século XIX por artistas e escritores que encontravam inspiração nesta belíssima terra.

A sua localização entre falésias e virada para Norte, oferece uma vista infinita para o Golfo de Nápoles e para o imponente Vesúvio, o vulcão adormecido que parece estar sempre de vigia.
O centro histórico mantém o traçado medieval com ruelas estreitas, cheias de antigas memórias, que se entrelaçam nas casas pitorescas barulhentas e em igrejas silenciosas, palácios cheios de histórias e pequenas praças onde o sol pousa e nos aquece… e tudo isso compõe a alma serena e eterna da Itália, que aqui tão bem se representa.

Começámos pela Piazza Torquato Tasso, junto à estátua dedicada a Santo Antão Abade, no coração da cidade que bate ao compasso dos passos dos viajantes. É dali que iniciamos o nosso caminho, seguindo pela esquerda e entrando na Via Santa Maria della Pietà, que se desenrola por entre vitrines das lojas mais clássicas do centro.
Esta rua vai-nos conduzindo até a um dos pontos mais sagrados de Sorrento, o complexo que integra a Arcidiocesi di Sorrento - Castellammare di Stabia, e a catedral da cidade, a Cattedrale dei Santi Filippo e Giacomo.

Mais do que um conjunto religioso, esta catedral ergue-se com uma quietude majestosa, como se guardasse por entre os seus muros, séculos de orações sussurradas, passos de peregrinos e o eco das vozes que, ao longo do tempo, ali buscaram consolo.

Este antigo complexo episcopal encontra-se junto à Piazza Sant'Antonino, no coração do centro histórico, onde o ruído do presente se encontra com o silêncio devoto do passado. Embora as suas raízes reportem à Idade Média, foi no século XV que a catedral ganhou a forma que hoje encontramos, e que foi ainda enriquecida mais tarde, seguindo os esplendores do barroco, mas sempre fiel à sua alma mediterrânea.

Mas voltando à Piazza Torquato Tasso, e se quisermos agora experimentar a rua do verdadeiro comércio local do centro histórico, devemos seguir pelo lado direito da praça, abrindo-se como um segredo a estreita ruela da Via San Cesareo. Ali, entre as arcadas baixas, o ar move-se com o passar dos turistas num vaivém constante, fazendo soar o tilintar de alguns souvenirs e trazendo-nos o aroma a limoncello, a grande especialidade desta terra… e tudo isso, num murmúrio permanente de vozes em todas as línguas.
    

Percorrendo depois outras das ruelas do centro histórico, chegamos à Chiesa di San Francesco. Uma bela igreja que pertence a um convento de frades franciscanos, e que foi erguida no século XIV sobre os alicerces de uma antiga capela. A sua fachada, sóbria e quase tímida entre as ruas do centro histórico, esconde um interior barroco e um claustro, que são as principais preciosidades deste conjunto.
Saindo desta igreja, mas ainda na Via S. Francesco, e estamos já num dos principais spots da cidade, o imenso terraço que serve de miradouro sobre as praias de Sorrento.

É aqui, suspensa entre o céu e o mar, que a cidade Sorrento se entrega à contemplação, e é muito mais do que um simples miradouro, daqui de cima, as praias da cidade parecem-nos conchas esculpidas nos rochedos das falésias pela paciência do mar, banhadas por uma luz que parece saída de um quadro renascentista, e salpicadas pelos coloridos dos toldos e chapéus de sol dos lidos que ocupam cada uma das praias.


Neste terraço, encontra-se um elevador para acesso às praias desta zona, que é chamada de Marina Piccola, mas há também uma rampa que nos permite descer a pé. Lá em baixo podemos pagar para ocupar uma espreguiçadeira de um dos lidos que ali funcionam e que se diferenciam, entre si, pelas cores e padrões dos chapéus de sol.

Mas existem também umas pequenas praias púbicas de areia preta onde se podem esticar as toalhas, mas essas estão destinadas exclusivamente aos habitantes de Sorrento… não sei como é que controlarão os comprovativos de morada. Mas confesso que nenhuma das soluções me agradaria, nem nos lidos nem nos triângulos de areia reservados aos sorrentinos. Na verdade, temos praias tão boas que até nos custa entrar nestas imitações daquilo que é uma praia, só se fosse para nos refrescarmos, numa água que é sempre muito agradável.

Assim, percorremos os vários lidos e apreciámos este imenso complexo de praia, mas tudo a seco, nem molhámos os pés.
As praias que se aninham ao pé das falésias não são apenas faixas de areia ou calhau banhadas pelo mar Tirreno, são refúgios esculpidos pela natureza e pela história, onde o mar abraça a rocha com uma persistência milenar. Suspensas entre o azul profundo do mar e os penhascos rochosos que as protegem como muralhas de um antigo reino, estas enseadas revelam-se quase como segredos: acessíveis por rampas e escadas subterrâneas, túneis escavados na pedra ou pequenos elevadores que descem do centro histórico até ao nível da água.

E depois existem os lidos, nome que é dado em Itália aos apoios de praia com espreguiçadeiras e chapéus de sol. São como salões ao ar livre, elegantes, acolhedores, e impregnados de uma nostalgia mediterrânea que mistura lazer, tradição e o prazer simples de estar diante do mar infinito. Os estabelecimentos de praia que ocupam esta zona, são quase como extensões naturais da rocha, com estruturas de madeira em torno de piscinas naturais que ali se formam, e sempre muito coloridos, pelos toldos e pelos chapéus listrados com diferentes cores.

Os lidos não são apenas uma infraestrutura de praia, são também guardiões de uma arte de viver que é típica da Costa Amalfitana, onde o luxo não é exagerado, mas na harmonia entre a natureza, a simplicidade e a beleza, é privilegiada… mas para nós, que não temos a cultura deste tipo de praia, tudo isto nos parece pouco natural.

Ficámos algum tempo por ali, passando por alguns dos lidos e seguindo depois até ao porto, onde chegam e partem embarcações para Capri, Ischia, Nápoles, ou para fazer um dos tours ao longo da Costa Amalfitana.

Junto ao porto, onde se chega pela Via Marina Piccola, vamos encontrar uma imensa marina, também ela encostada a uma das falésias da cidade, e neste caso são visíveis alguns edifícios de referência que estão localizados no topo da colina, como é o caso do Hotel Excelsior Vittoria, famoso pela sua arquitetura neoclássica, com jardins perfumados por limoeiros e laranjeiras, e um terraço que é considerado um dos mais belos do Mediterrâneo. Ao longo dos séculos, recebeu figuras ilustres como Wagner, Goethe, Oscar Wilde, Sophia Loren e até a Rainha Isabel II de Inglaterra.

Ao lado deste hotel existe uma rua algo estranha, uma espécie de desfiladeiro ou um canyon, que é atravessado pela Via Luigi de Maio, que desce serpenteando em direção ao mar. O que torna este caminho verdadeiramente notável é a imagem que se observa a partir do miradouro no topo do balcão da falésia, que mostra a rua a ser “engolida” pelo desfiladeiro, quando este se abre, rasgando o penhasco. E foi por ali que tivemos de fazer a nossa penosa subida até ao centro histórico.
No percurso seguinte dirigimo-nos para a outra extremidade da cidade, onde fica a outra marina. Foi necessário descermos de novo até ao nível do mar, desta vez chegámos ao antigo porto de pesca, chamado de Marina Grande, um dos bairros mais autênticos e encantadores da cidade.

Trata-se de uma antiga vila de pescadores que mantém ainda grande parte do ambiente pitoresco original, com casas coloridas, barcos tradicionais e restaurantes junto ao mar onde se saboreia peixe fresco e especialidades locais.
Aquele bairro é um pedaço de tempo suspenso entre o mar e a memória, sem a sofisticação dos hotéis que se erguem nas falésias, nem a pressa turística de outras partes da cidade. Ali a vida respira devagar, mais simples, mais humana, com os barcos coloridos, gastos pelo tempo, que balançam como sonhos adormecidos na superfície azul-turquesa das águas.

E junto à praia, a Via Marina Grande percorre o bairro como uma veia de cor, ladeada por fachadas em amarelo, vermelho e azul, lavadas de sal e vento, e verdadeiras testemunhas de uma eternidade marítima.

Na pequena praia de areia negra, salpicada pelo mosaico vivo das toalhas e chapéus de sol, os banhistas entregam-se ao calor generoso do sol, e o ar traz consigo o cheiro das redes que secam à brisa, misturado com o aroma do peixe grelhado vindo das trattorie à beira-mar.
Este lugar já tinha adquirido um brilho especial, depois de Sophia Loren aqui ter deixado a sua presença. Foi em 1955, nas filmagens do clássico Pane, Amore e…, quando a atriz caminhou entre as mesmas ruas e pelas margens desta baía, transformando a Marina Grande num cenário eterno.

Algumas cenas do filme revelam exatamente o que hoje se vê: o casario colorido, os barcos a balançar, a vida simples junto ao mar. Décadas passaram e, no entanto, as semelhanças são ainda percetíveis, como se o tempo tivesse apenas suavizado as arestas, sem apagar a essência.

Caminhar por aqui é sentir uma presença que já não é visível, mas permanece suspensa no ar, com a sombra luminosa de Sophia Loren, um eco de beleza e intensidade que se mistura com o sal, o vento e a luz desta enseada de Sorrento.

Hoje, ao passear pela baía e pelas ruas apertadas deste bairro, encontram-se murais e fotografias que recordam a presença da atriz italiana… entre a tradição marítima e a aura cinematográfica, a Marina Grande é um ponto imperdível para quem visita Sorrento.
Este bairro típico é também um dos locais onde se encontram mais referências ao futebol, e à loucura destes italianos do Sul pelas suas equipas. E apesar de não estarmos em Nápoles, o clube da terra, o Napoli, é também o orgulho dos habitantes da região da Catânia e, por isso, não faltam referências clubísticas, com graffitis, murais e bandeiras, por entre as ruas mais pitorescas da cidade.

E é assim termino esta visita à cidade de Sorrento, com uma breve reflexão sobre a importância do clube de futebol da região para as suas populações, com alusões aos três únicos títulos do seu Napoli no campeonato italiano, o último dos quais conquistado há menos de um mês:

O Nápoles só precisou de três momentos para transformar a sua história numa lenda. O primeiro aconteceu nos anos 80, com Maradona. Mais do que futebol, foi uma epifania coletiva, quando o argentino fez da cidade um altar e cada vitória era celebrada como um milagre. Nessa altura, os napolitanos descobriram que também do Sul se podia conquistar o impossível, e a sua alegria era a de um povo finalmente reconhecido.

O segundo título, em 2023, teve um sabor diferente. Não foi apenas a quebra de um longo jejum, mas um reencontro entre a juventude e as memórias que lhes foram contadas. O grito dos adeptos misturava a nostalgia dos que tinham visto Diego em campo com a surpresa dos que só o conheciam pintado nos murais da cidade.

E em 2025, apenas um mês antes da nossa visita, chegou a terceira conquista que trouxe maturidade. O entusiasmo foi o mesmo, o fogo de artifício incendiou a noite, mas já não havia o espanto de quem se sente uma exceção. Havia, sim, a certeza de quem já sabe ser grande. Três títulos, três épocas diferentes, e uma única paixão: a de um povo que fez da bola a sua identidade e que, sempre que vence, transforma a vida num mito.

Despeço-me assim de Sorrento, uma cidade cheia de vida e, ao mesmo tempo, surpreendentemente acolhedora. Nesta bonita terra aninhada entre montanhas, encontrámos um toque do glamour italiano, e uma forma de estar convidativa, como se o tempo se deixasse abrandar entre as falésias e o mar. Na Marina Grande, onde a vida dos pescadores ainda se desenrola com simplicidade, descobre-se a beleza que não precisa de artifícios: o compasso lento das marés, o perfume salgado do vento, os barcos coloridos que balançam como notas de uma canção antiga. Ali, à beira da água, apreciam-se certos instantes que não exigem nada além de serem vividos, e guardados, para sempre, na memória… misturando-se com outras memórias cinematográficas que ali serão sempre evocadas.


Mas esta é também uma despedida das duas viagens que fizemos à Costa Amalfitana, onde percebi, mais uma vez, que não é preciso muito para nos sentirmos pequenos diante da beleza. As estradas estreitas que serpenteiam pelas falésias, os tons de azul que mudam ao longo do dia e as vilas que parecem suspensas sobre o mar, têm um poder silencioso de nos prender o olhar e o coração. Em 2019 fiquei deslumbrado; em 2025 voltei a sentir o mesmo encantamento, mas desta vez com a calma de quem reconhece um lugar especial e se deixa simplesmente estar. A Costa Amalfitana não se vive com pressa - pede tempo, pede pausa, pede entrega - mas é isso precisamente o que nos falta, quando mergulhamos no turbilhão de uma torrente de turistas apressados. Mas não há muito que se possa fazer, é este o modelo habitual de quem visita estas terras italianas… mas não deixa de as tornar inesquecíveis, desta vez como em cada regresso, que será sempre um reencontro, com algo novo para descobrir, mesmo que nos seja já familiar.


Agosto de 2019 e Junho de 2025
Carlos Prestes