Em abril de 2024 regressámos à Escócia, um país que já conhecíamos de outros tempos bem remotos, e que iríamos agora redescobrir, registando cada experiência para publicação neste blogue.
Nesta viagem visitámos as principais cidades escocesas, Edimburgo e Glasgow, mas incluímos também alguns percursos pelo país mais profundo, chegando até às Terras Altas e à Ilha de Skye, seguindo mais ou menos os trilhos marcados neste mapa:
De seguida apresentam-se as crónicas das viagens feitas a cada um dos principais lugares que visitámos, e que serão aqui representadas nos seguintes grupos:
Algumas notas soltas sobre este país:
Quando aterramos no aeroporto de Edimburgo temos várias alternativas para chegar ao centro da cidade, mas recomendo o autocarro que encontramos à saída do aeroporto, que me pareceu ser o mais cómodo. Chama-se Airlink Bus, leva-nos até ao centro da cidade, sempre que um sai, vem logo outro, e paga-se 8£ se for ida e volta, ou 5,5£, se for um só trajeto.
Quem venha a alugar um carro, o que será necessário para fazer os percursos que aqui vamos descrever, já sabe que terá de conduzir pela esquerda, mas isso não é o pior. O que realmente dificulta é termos de meter mudanças com a mão esquerda, por isso, se puderem, tentem alugar um carro com caixa automática, mas aviso já que serão bem mais caros do que os de caixa manual. Mas além disso, as estradas também não ajudam, são muito manhosas e quase sem bermas, o que obriga a uma condução cautelosa e muito stressante, sobretudo em alguns caminhos das Terras Altas, onde cabe apenas um carro, existindo, de vez em quando, umas zonas de alargamento para permitir a interseção das viaturas.
Ainda sobre a forma de conduzir aqui na Escócia, deve ser considerada a possibilidade de se perder o sinal de internet de dados, pois acontece frequentemente, sobretudo nas Terras Altas. Assim, quem for utilizar o telefone como GPS, deve descarregar previamente os mapas do Google, para os poder usar offline quando a net cair.
Sobre o dinheiro, a libra inglesa, vale 1,16€ e o melhor é nem fazer o câmbio e considerar que é igual ao Euro, assumindo os 16% de sobrecusto sem nos preocuparmos, pois, com um custo de vida tão alto, mais vale esquecer a diferença entre o Pound e o Euro, ou ficamos bloqueados e não compramos nada. Vamos perceber que este país permite, quase sempre, a utilização do cartão de crédito ou débito, pelo que se aconselha o uso de um cartão sem custos, como é o caso do Revolut, que servirá para pagar quase tudo. Na verdade, ainda que seja apenas um estacionamento, um gelado ou uma cerveja, mesmo lá no Norte, nas Terras Altas, poderemos sempre pagar com cartão e não será preciso tirar dinheiro no multibanco, que terá taxas que podem ser altas. Pensava eu que assim era até ter chegado a Glasgow de carro e ter precisado de estacionar com parquímetro. E aí a coisa foi diferente, estes parquímetros, não só não aceitam cartão como também não dá para usar notas, e dificilmente teremos moedas suficientes. Foi o que nos aconteceu e acabámos por nem pagar, arriscando uma multa, mas acabámos por ter sorte e não fomos multados. Não sei se isto também se passa em Edimburgo, porque não usámos o carro na cidade, mas é bem provável.
Sobre a comida, é como no Reino Unido, muita variedade, mas muita oferta internacional, como é o caso dos restaurantes italianos que salvam sempre qualquer situação. Mas nós não nos deixámos levar por facilitismos e assumimos os restaurantes locais, alguns pratos interessantes de carne ou salmão, acompanhados com puré de batata, e o famoso Fish and Chips, com molho tártaro e ervilhas… e confesso que fiquei rendido, pois o filete de peixe é muito suculento e eu adoro sempre batatas fritas, seja com o que for. O peixe, a que eles chamam Hadoque, é dos mares gelados do Norte e é aquele a que chamamos Arenque, mas que não costumamos comer cá em Portugal, apesar da sua semelhança com o bacalhau fresco.
Em relação às bebidas, estando na Escócia, é natural que se tente experimentar alguns dos whiskies locais, mesmo que não se aprecie... como é o meu caso. Assim, quem quiser pode tentar conhecer uma das destilarias que estão abertas para visitas guiadas, onde vai perceber o processo de fabrico de whisky, e vai também poder fazer algumas provas das diversas variantes. A destilaria que visitámos foi em Glasgow, exatamente no último dia da nossa viagem... mas antes disso já tínhamos experimentado várias vezes aquela que é a bebida mais corrente nos bares e restaurantes escoceses, a cerveja, com muitas alternativas e, na generalidade, bastante boas. Mas a bebida que mais me surpreendeu terá sido a chamada tap water, ou água da torneira, que é de excelente qualidade, não muito diferente da nossa água do Luso, não se justificando, assim, estarmos a comprar água engarrafada, basta termos uma garrafa e vamos fazendo o refill nas torneiras.
Quando é que devemos ir à Escócia? Direi que não é fácil escolher a altura ideal, pois existem sempre prós e contras. Sobre a chuva é quase indiferente, porque chove quase todos os dias… mas registo, com agrado, que na nossa viagem pouco choveu. Mas no Outono e no Inverno chove ainda mais e os dias são muito pequenos, tornando impossível algumas das viagens que fizemos. Sobra então a Primavera e o Verão, com dias grandes para longos passeios. Mas no Verão pode haver muitos turistas e alguns locais mais pequenos podem estar demasiado cheios… restando assim a Primavera. De qualquer forma, nesta época de final de abril em que fomos, e que reúne as melhores condições, tem um handicap significativo que quero aqui registar. É que aquelas montanhas verdes de uma Escócia imaginada, ainda estão queimadas pelo frio e pela neve, estando complemente amareladas e acastanhadas, e isso pode ser um grande choque, embora não deixem de ser paisagens bonitas, mas são completamente outonais, e não é do que estamos à espera.
Assim, nem sei bem qual a época que devo aconselhar, e desculpem ter baralhado mais do que aquilo que esclareci.
Espero que se inspirem nesta viagem e até a um próximo destino.
Carlos Prestes
Abril de 2024