Neste dia visitámos a Ilha de Skye, onde se encontram algumas das principais atrações da Highlands, percorrendo os caminhos assinalados a amarelo no mesmo mapa da Escócia:
Saindo do hotel junto à Skye Bridge, a ponte que liga o continente escocês à Ilha de Skye, iriamos passar o dia nesta Ilha, sabendo que iria ser um dia grande, tanto pela expetativa daquilo que iamos visitar, como também por ser um dia longo, pois teríamos de passar a noite em Fort William e isso ia-nos obrigar a percorrer 340 km, sendo que os primeiros 200 km serão feitos na ilha, e uma parte deles em estradas muito estreitas e sinuosas.
Fairy Pools
A primeira paragem na ilha foi nas Fairy Pools, um conjunto de riachos, quedas de água e piscinas naturais, que percorrem um imenso vale. Para chegarmos a esta zona temos de percorrer algumas estradas de uma só faixa de rodagem, apenas com algumas zonas pontuais de alargamento que permitem o cruzamento de dois carros. Depois vamos encontrar um parque de estacionamento bem organizado e com bastante espaço disponível, de onde podemos observar todo o vale das Fairy Pools, nesta altura com a vegetação muito amarelecida, ainda do frio do Inverno passado.
A visita a esta zona obriga a uma caminhada de cerca de 3 km para cada lado, ao longo do vale Glen Brittle, de modo a passarmos pelas quedas de água e pelas piscinas naturais mais interessantes, e foi esse o percurso que fomos fazendo tranquilamente, sempre sob a presença da imensa cordilheira Cuillin Hills.
O caminho é sempre em terra batida e cascalho e, em certos trechos, temos mesmo de saltar entre as pedras dos riachos, mas nada muito difícil, o que faz com que estes trilhos sejam bastante acessíveis, e encontramos vários idosos e famílias com crianças.
Ao longo do vale vamos começando a encontrar as quedas de água e as piscinas que dão o nome ao local de Fairy Pools, ou Piscinas das Fadas. As quedas de água maiores surgem a meio do percurso, mostrando algumas piscinas de água azul, sobretudo se estiver um dia de sol, mas mesmo estando o céu encoberto esse azul vivo fazia-se notar.
Depois de atingirmos o último lago regressámos pelo vale abaixo, terminando uma caminhada interessante, admito que seria bem mais bonita se estivesse um dia de sol e se os campos estivessem verdes, que é aquilo que esperávamos da paisagem escocesa, mas, nesta altura, ainda predominam os tons outonais.
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Portree
A paragem seguinte foi na vila de pescadores de Portree, uma pequena terra junto ao mar, que é uma espécie de capital da ilha, e que se destaca pelas baías que ali se formam. Em torno da vila encontramos várias casas que se dispõem pelas encostas sobre o mar, com enquadramentos bastante bonitos.
Depois chegamos à vila e aí não há grande coisa para apreciar, apenas algumas ruas com a azáfama que resulta da presença dos turistas, mas com pouco para oferecer, para além de algumas cafetarias e restaurantes,
Mas no final desta povoação vamo-nos aproximar do porto, e é aí que encontramos a verdadeira imagem de marca de Portree, formada pelas casas do porto, todas coloridas, formando um conjunto bastante interessante.
Foi em torno deste porto que passámos a maior parte do tempo da nossa visita a esta vila, sempre apreciando as vistas que nos eram oferecidas dos dois lados da baía, e sempre com destaque para as casas coloridas que ali se encontram.
No troço seguinte, continuámos pela estrada que percorre toda a marginal do lado Este da ilha, a estrada A855, e onde se torna visível à distância o rochedo do Old Man of Storr, que iriamos visitar mais à frente, e que agora nos era revelado como um farol que nos orienta.
Bride's Veil Falls
Um pouco mais para Norte na estreita estrada A855 que, apesar do A, nada se assemelha a uma autoestrada, vamos encontrar as restantes atrações naturais da ilha.
A primeira dessas atrações é a Cascata do Véu da Noiva, uma queda de água que encontramos junto à estrada. Há um pequeno estacionamento e basta fazer um percurso curto, embora muito enlameado, e já estamos junto a esta queda de água.
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Old Man of Storr
Pouco depois chegamos ao estacionamento que fica na base do rochedo mais visitado da ilha de Skye, o Old Man of Storr.
Escolhemos subir por um dos dois trilhos disponíveis, aquele que vai dar uma volta maior, descendo depois pelo trilho mais direto. Assim, subimos 3,3 km, bem durinhos, e descemos depois 2,2 km, num total de cerca de 5,4 km… seguindo mais ou menos os percursos representados neste mapa:
Nesta subida menos direta pudemos apreciar algumas belas paisagens da envolvente deste rochedo, que são menos visíveis se fizermos o caminho direto.
Para conseguirmos ver de perto este rochedo com uma série de pináculos que lembram a silhueta de um velhote, teremos de chegar bem lá em cima, senão ficamos a ver apenas esta barreira rochosa.
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Mas nós fomos corajosos e conseguimos subir até ao topo, podendo assim apreciar as imagens do tal velhote, bem de perto.
Na descida, bem mais descontraída, não deixámos de continuar a apreciar as belas vistas que nos são oferecidas permanentemente, e fomos também vendo algumas das famosas ovelhas escocesas, que desafiam a gravidade subindo e descendo pelas ravinas.
Lealt Falls
Alguns quilómetros depois da grande escalada que acabámos de fazer parámos na atração seguinte, mais umas quedas de água, neste caso as chamadas Lealt Falls.
Mas ainda um pouco antes, num outro desvio que permitia estacionar, aproveitámos para ver esta parte da costa, onde existia um arco-íris que rebatia sobre o mar, num efeito bastante bonito e que não quisemos deixar de registar.
Chegámos depois às quedas de água que se formam no rio Lealt, e que mergulham entre vários patamares descendo um total de 90 m por um desfiladeiro estreito e arborizado. Encontramos aí uma plataforma de observação próxima do estacionamento, e podemos ainda seguir pelos percursos assinalados para conseguirmos observar todo o conjunto de quedas de água, as superiores e as inferiores.
Mais próximo do mar, seguindo sempre pelos passadiços que ali existem, vamos poder desfrutar das paisagens envolventes, de todo o espelho de água do mar que banha a ilha e também da praia que ali se forma... se é que lhe podemos chamar praia.
Kilt Rock e Mealt Falls
Na próxima paragem vamos estar perto da Mealt Falls, a queda de água que rasga a Kilt Rock, uma falésia rochosa vertical com 90 metros de altura, e cai diretamente junto ao mar.
Estes rochedos formados por colunas hexagonais de rocha basáltica, são cortados pelo curso de água que é alimentado pelo lago que fica imediatamente a montante, o Mealt Loch.
É uma das vistas mais espetaculares da ilha de Skye, basta parar o carro no estacionamento, que é pago, e ficarmos depois a observar a cascata a partir de uma plataforma que se encontra mesmo no limite da ravina… e que me deixou até com algumas tremuras de quem tem vertigens.
Quiraing
Já a mais a Norte da ilha vamos virar à esquerda por uma estrada que percorre o sopé do conjunto montanhoso que é chamado de Quiraing, seguindo por uma daquelas estradas estreitas que só permite o cruzamento de dois carros em zonas pontuais de alargamento.
Vamos percorrer toda uma envolvente montanhosa que foi formada por uma série de deslizamentos de terra, sendo que o deslizamento de Quiraing ainda se encontra em movimento, o que faz com que a estrada na sua base tenha de ser restaurada todos os anos.
Chegando ao topo da estrada sinuosa que percorre a encosta, vamos encontrar algumas paisagens maravilhosas, com falésias vertiginosas, colinas cobertas de trufeiras e alguns pináculos rochosos.
A melhor maneira de desfrutar desta oferta da natureza seria percorrer o Trilho Quiraing, um percurso circular com cerca de 7 km de extensão, que arranca do parque de estacionamento criado para apoio a estas caminhadas. O trilho é algo exigente e até vertiginoso, mas muito interessante, mas não o conseguimos fazer, pois trata-se de uma caminhada algo demorada e nós ainda tínhamos uma longa viagem para fazer neste dia.
Assim, ficámos com pena, mas limitámo-nos a percorrer apenas uma pequena parte do início do trilho, só para nos afastarmos da estrada e podermos sentir a imersão nesta zona lindíssima de montanhas e vales.
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Esta foi a última paragem na ilha de Skye. Poderíamos agora escolher como regressar, se voltar pela mesma estrada junto à costa Este, ou continuar na estrada de montanha muito estreita até ao lado Oeste, e descer depois pela estrada A87, que percorre toda essa costa, conforme está representado no mapa.
Se tivéssemos escolhido pernoitar no mesmo hotel à entrada da ilha, talvez tivéssemos tido tempo para fazer o Trilho Quiraing, e podíamos ainda visitar mais algumas atrações no lado Oeste da ilha, como é o caso do The Fairy Glen ou do Dunvegan Castle. Mas neste final de tarde tínhamos ainda que percorrer cerca de 180 km até Fort William, onde ficava o hotel, para estarmos disponíveis no dia seguinte, logo de manhã cedo, para um outro programa.
Fechámos assim este dia riquíssimo, numa imersão total na natureza, sempre brindados pelas belas imagens que esta viagem pela Escócia nos tem habituado.