sábado, 9 de agosto de 2025

Bona


Ao fim de cerca de 90 km pelo Vale do Reno, acompanhando o rio na sua descida até ao mar, chegámos a Bona, a antiga capital da República Federal Alemã, antes da reunificação que se verificou após a queda do muro de Berlim em 1989.

Percorremos o centro histórico da cidade, que não é mais que um conjunto de meia dúzia de praças e as ruas que as ligam, semelhantes às da maioria das cidades alemãs, embora neste caso sejam visíveis várias alusões à sua figura maior, o compositor Ludwig van Beethoven.

Resolvemos percorrer a pequena teia de ruas e praças da cidade, começando pelo seu centro, a Münsterplatz, com a estátua de Beethoven, como anfitrião de quem ali chega. 
Seguimos depois à Friedensplatz, sempre por ruas pedonais cheias de lojas e preenchidas por esplanadas.
E logo depois continuámos até à Beethoven-Haus, a casa-museu do compositor, onde visitámos algumas das relíquias do espólio de um dos criadores mais marcantes na história da música. Beethoven ficou conhecido, tanto pela sua magnífica obra, como pela sua surdez, aparentemente incompatível com a criação musical mas que, neste caso, não o impediu de continuar a compor. Registo por exemplo que, na sua última década de vida, numa fase em que já estaria completamente surdo, conseguiu ainda compor 44 obras musicais. Ao morrer, em 1827, estava a trabalhar numa nova sinfonia e projetava escrever ainda um Requiem. 

Mas a visita ao museu não nos leva à dimensão do compositor, aliás, nada nos poderá transportar até à grandeza de tal figura a não ser a sua própria música. Por isso, nada será melhor para nos aproximarmos de Ludwig van Beethoven do que escutar atentamente alguma das suas composições, só assim conseguiremos um conhecimento mais profundo sobre o autor de obras-primas como o Hino à Alegria, que faz parte da 9ª sinfonia, ou o concerto para piano Für Elise. Mas o museu não nos transmite essa magia que só a música nos pode dar. E sendo assim, acabámos por comprar algum merchandising… que é o que se costuma fazer neste tipo de museus.
Continuámos depois até à praça do mercado local, o Markt, onde se localiza o Bundesstadt Bonn, a antiga Câmara Municipal da cidade de Bona. O edifício é composto por uma fachada rococó e por um interior com salas e grandes salões luxuosíssimos.
Continuámos o percurso, ao longo de novas ruas pedonais que nos levaram a mais um conjunto de atrações arquitetónicas da cidade, como a Universitätsarchiv, a praça Dreieck e a Martinsplatz.
Acabámos onde tínhamos começado, na Münsterplatz, desta vez chegámos pelo lado oposto, junto à Bonner Münster. Trata-se da catedral da cidade, construída no século XI, é também chamada como Basílica Münster. É a principal igreja católica em Bona e um marco importante da cidade.

Foi uma paragem curta mas suficiente para aquilo que a cidade tem para oferecer. O centro é interessante, embora muito semelhante a outras cidades alemãs, mas com a particular presença da sua figura mais ilustre, o compositor Ludwig van Beethoven. Impressionaram-nos também alguns bairros com vivendas clássicas, quase apalaçadas, que terão sido ocupadas pelos diversos membros do corpo diplomático, na época em que Bona era a capital administrativa da chamada Alemanha Ocidental.


Carlos Prestes
Julho de 2015