terça-feira, 5 de setembro de 2023

Ilhas e Praias da Croácia


A Croácia é constituída por uma vasta extensão de costa, dispondo algumas das suas principais cidades junto ao Mar Adriático, e essa característica é uma das principais marcas deste país.

Na parte mais a Sul, entre Split e Dubrovnik, a zona costeira adquire um protagonismo especial, constituindo uma zona balnear com bastante utilização turística, tirando partido de uma costa completamente recortada e rodeada por ilhas e, claro, aproveitando as suas águas fantásticas, com uma temperatura muito agradável e uma cor azul quase turquesa.

Sabíamos de tudo isso, mas, ainda assim, não fomos para a Croácia para fazer praia… nada disso. É que de praias somos nós craques, temos quilómetros e quilómetros de uma costa maravilhosa cheia de praias de areia branca e não nos deixamos deslumbrar com facilidade.

Mas não deixámos de aproveitar, quando tivemos oportunidade arranjámos sempre uma forma de mergulhar e nadar naquelas águas super-transparentes… mas nem tudo é assim tão maravilhoso.

Na verdade, a Croácia quase não tem praias… pelo menos à luz do meu critério, que sou um conservador nestas matérias, e considero que uma praia é formada pelo mar e por uma faixa de areia, que deverá ser branca e, se possível, também fina. Não por gravilha e calhau, rochas ou, pior ainda, uma terra suja e pedregosa a que chamam areia. Também não se pode considerar praia um pontão ou um cais onde possamos saltar para a água, mas, neste caso, até sou mais tolerante.

Mas são essas as praias que encontramos ao longo da imensa costa croata, ainda que o azul da água seja quase deslumbrante, o que nos levou a mergulhar e a aproveitar para umas braçadas, sempre que tal foi possível.

Depois, para explorarmos a costa mais bonita do Sul da Croácia, vamos encontrar um sem número de enseadas e braços de mar ao fundo das colinas. As paisagens são lindíssimas e vamos parando para as apreciar. Mas a dificuldade será chegar lá abaixo e poder aproveitar este mar tão bonito e estas águas tão aparentemente apetecíveis.
Assim, se pensarmos que podemos ir explorando tranquilamente esta costa, parando sempre que a paisagem nos atraia, e descendo até ao mar para uns banhos de mar e de sol, vamos encontrar algumas dificuldades. Desde logo, torna-se difícil parar o carro junto à estrada, muitas vezes sinuosa e sem espaços para estacionamento. Depois há quase sempre uma imensa colina para descer e, pior ainda, para subir no caminho de volta. 

Mas o pior é que ao nos aproximarmos de qualquer dessas baías magnificas, vamos encontrar a tal costa de rocha ou de calhau, que nos tira logo grande parte do encanto. Mas temos ainda as águas que são sempre uma tentação pela sua transparência e a sua cor, embora a temperatura seja apenas, adequada… não é fria, mas também não é quente, são 22º, na verdade, daí o “adequada”, que tanto refresca como chega a desiludir quando experimentamos pela primeira vez.
Apesar desta minha opinião sobre as praias que encontramos na região da Croácia, não deixámos de tentar explorar aquilo que, quer a costa quer as ilhas, têm para oferecer.

Assim, fomos fazendo algumas paragens fugazes para uns mergulhos, sempre que as águas nos pareciam mais irresistíveis, fosse numa pequena baía, a que chamam praia, ou fosse nos pontões de amarração de barcos, a que também chamam praia, nunca deixámos de aproveitar, até porque é comum encontrarmos chuveiros nessas zonas, o que nos permitia voltar à nossa vida já depois de tirar o sal do corpo… e, para isso, foi muito conveniente termos levado umas sapatilhas de borracha para podermos andar naqueles pisos pedregosos, fica o conselho.

Mas se quisermos chegar às praias e enseadas mais interessantes, e também a algumas das ilhas que se erguem em frente à costa, teremos de fazer uma viagem de barco… e foi isso que fizemos, reservámos um dia completo a partir de Split para um passeio de barco que nos iria levar a conhecer algumas das principais atrações.

Escolhemos fazer esse passeio a partir de Split, porque é na envolvente desta cidade que a oferta é mais rica, mas poderíamos ter escolhido fazê-lo a partir de Dubrovnik, onde também existem muita ilhas.

Reservámos previamente um passeio de um dia completo, cerca de 10 horas, e escolhemos a alternativa de uma lancha rápida, neste caso, um semirrígido.

Aqui importa falar das opções alternativas… desde logo, pode não se justificar fazer a reserva antecipadamente, pois a oferta no local é imensa, a menos que seja numa época muito alta, e aí talvez seja melhor reservar previamente. Fomos com a Toto Travel, mas existiam outras alternativas e cada um deve escolher a solução que mais lhe agrade, na duração e destino do passeio, no dia, no horário e até do tipo de barco.

O nosso percurso era um bocadinho radical, pois incluía cento e muitos quilómetros num semirrígido a alta velocidade, nada conveniente para quem tiver tendência para enjoos ou problemas de coluna, e ninguém avisa isso previamente, só quando o barco começa a acelerar é que nos apercebemos que vai ser um dia inteiro naquela espécie de monta-russa. Felizmente a nossa equipa é rija e ninguém enjoa.

O percurso escolhido era o mais longo e também o mais caro das várias alternativas, em 2023 o preço foi de 130€ por pessoa e sem qualquer refeição, e seguia aproximadamente os pontos assinalados neste esquema:
Mas não chegámos tão longe e isso é algo que pode acontecer e que vou aqui explicar. A escolha dos percursos mais longos, e também mais caros, tem a ver com o objetivo de chegarmos à Blue Cave, localizada na ilha de Biševo, a mais de 70 km de Split. Desta forma seriam feitas paragens nas enseadas ilha de Vis, que fica na proximidade de Biševo. E estas duas ilhas seriam o prato forte desta viagem. Mas como são ilhas que se localizam já em mar-alto, é muito comum as condições do mar não permitirem o acesso a esta zona, e o percurso é alterado, sendo reduzido e perdendo grande parte do interesse. E foi isso que nos aconteceu.

Na realidade foi-nos sugerido no próprio dia e à hora do embarque um percurso alternativo, muito menos ambicioso e também menos interessante, que passava por alguns dos destinos do percurso original, mas não chegava às duas ilhas mais distantes e não permitia o acesso à principal atração destes passeios, a Blue Cave… ou seja, ficou-se pelos locais que assinalo neste mapa:
 
Conto-vos agora como é que esta situação foi gerida, porque pode ser útil, e depois deixo aqui algumas referências sobre os lugares visitados, e também sobre o que teríamos encontrado na Blue Cave se lá tivéssemos chegado.

No fim do dia, que acabou às 16h e não às 18h, como previsto no passeio reservado, foi-nos oferecida uma menor-valia de 30€, dos 130€ pagos inicialmente. Todos aceitaram menos nós, claro…

Na verdade, não considerámos que este estorno fosse minimamente justo e resolvemos fazer uma exposição a demostrar que os 30€ não remuneravam devidamente a redução do programa que nos foi imposta, até por comparação com outros passeios que eram semelhantes ao que acabámos por fazer. Ao fim de menos de uma semana com troca de emails fechámos um acordo de 55€ de menor valia, passando o passeio a custar 75€, que era o preço justo. Não foi pelo dinheiro, embora tivéssemos recebido 220€ para os quatro, o que não é pouco, mas foi sobretudo para contrariar uma atitude de abuso, que nos incomoda e não podemos aceitar sem reclamar.

Ultrapassada esta história em que nos quisemos armar em justiceiros, sobre a qual quis deixar aqui o meu testemunho, por ser algo que vos possa vir a acontecer, vamos agora à viagem e aos locais onde estivemos.


Milna - Ilha de Brač

A primeira paragem da nossa viagem foi num pequeno povoado encaixado num conjunto de enseadas na ilha de Brač, que era chamada pelos antigos venezianos de “Valle di mille navi”, ou baía dos mil navios… e logo que ali chegamos percebemos com clareza esta alusão aos mil navios, pela existência de várias enseadas que formam marinas naturais, onde se encontram ancoradas centenas de embarcações, sobretudo veleiros.

A cerca de 40 minutos de Split, navegando a alta velocidade num semirrígido, chegámos às acolhedoras baías de Milna, que ficam localizadas no lado noroeste da ilha de Brač. Este primeiro troço da nossa viagem foi algo assustador, talvez pelo efeito surpresa, não contávamos que o barco andasse tão rápido e desse tantos saltos, e foi assim quase toda a viagem, só suspirámos de alívio quando atingimos a baía da primeira enseada, já com a povoação de Milna à vista.

A pequena aldeia de Milna é basicamente um apoio de marina, com vários serviços disponíveis, como supermercados, cafés e restaurantes, e reproduz ainda a traça de séculos de história em que este local era o porto preferido dos marinheiros que navegavam por esta zona do Adriático.

Ao longo da costa onde se forma esta povoação, vamos percorrendo a rua marginal, que é também um paredão de amarração de barcos, onde encontramos algumas esplanadas bem animadas, com a presença de marinheiros e turistas.

As pequenas casas de pedra da marginal mostram uma arquitetura rústica de uma típica aldeia da Dalmácia, onde se salienta uma bela igreja barroca com a sua torre sineira.



Praia de Palmižana

A apenas 15 min de Milna chegamos a um arquipélago constituído por pequenas ilhas, as Paklinski Islands, que são algumas das mais bonitas ilhas desta zona da Croácia, como se mostra nesta fotografia aérea.
Lindíssimo, não é?... mas reconheço que visto de baixo, junto ao mar, embora continue a ser bonito, já não é assim tão maravilhoso.

Passámos ao longo de grande parte desta costa e entrámos numa das enseadas mais afamadas, que fica na Ilha de Sveti Klement e onde se encontra a Praia de Palmižana. Esta baía fica do lado sul da ilha e funciona como uma marina natural, embora não disponha de infraestruturas de apoio. Mas as águas são tão apetecíeis e com uma cor tão viva que ninguém resiste… por isso encontramos vários veleiros fundeados ao longo da enseada que nos leva até à praia, que por ali pernoitam para poderem disfrutar daquelas maravilhas logo ao amanhecer.

Esta praia é uma das principais estâncias turísticas do município de Hvar e é formada por uma baía cercada por um denso pinhal e inclui restaurantes que também asseguram alguns apoios de praia, que nos fazem lembrar praias verdadeiras, com espreguiçadeiras e chapéus de sol.

Ficámos uma hora e meia entre banhos de sol e banhos de mar e experimentámos as duas zonas com apoio de praia, ambas bastante bonitas e com águas espetaculares, embora nos 22º, como já tinha dito.

Neste período explorámos o mar e as rochas, com o precioso auxílio das sapatilhas de borracha que nos permitiu chegar a qualquer lugar, dentro e fora de água, e explorámos também alguns recantos da enseada mais afastados das zonas dos chapéus de sol, mas não menos interessantes para uns banhos que repetimos com insistência.


À hora marcada voltámos à lancha para mais um percurso curto, desta vez íamos atravessar o arquipélago das Paklinski, onde pudemos observar as bonitas paisagens das ilhas por onde íamos passando, até chegarmos, pouco depois, à ilha de Hvar, uma das maiores ilhas desta zona do Adriático.


Hvar

A ilha de Hvar é uma das mais conhecidas de toda a Croácia e é igualmente das maiores e mais interessantes deste país. Mas Hvar é também famosa por ser considerada como o lugar mais ensolarado da Europa… e talvez seja pela busca de dias de sol que esta ilha se tenha tornado num dos destinos de férias mais procurados por turistas de todo o mundo, inclusive com grande adesão por parte de celebridades.

Não sei se será mesmo assim, mas posso garantir que no dia da nossa visita a ilha de Hvar estava completamente banhada por um sol luminoso, embora não me tenha cruzado com nenhuma celebridade, pelo menos que eu conhecesse.

Mas penso que não será só o sol que atrai os visitantes a esta terra, talvez seja antes pela proximidade das ilhas Paklinski, com as suas enseadas lindíssimas, onde estivemos nas últimas horas, ou então será pela própria Cidade Antiga, ou Stari Grad, em croata, património da UNESCO, rica em cultura e arquitetura, com as suas casas e igrejas feitas de pedra, com a traça de uma cidade histórica mediterrânica, e com o azul do mar sempre presente.

         
A cidade oferece paisagens muito agradáveis dispondo-se ao longo de uma colina íngreme, com as suas casas e os seus monumentos e, principalmente, a sua Fortaleza que se ergue no topo da montanha, formando um conjunto muito bonito.

A Fortaleza de Fortica, também chamada Fortaleza Španjola, construída pelos venezianos no século XVI, está situada na colina acima da cidade e constitui um dos pontos “quase” obrigatórios para se fazer uma visita, obrigando um percurso de cerca de 20 minutos a pé, sempre a subir. O objetivo desta caminhada não será tanto para ver o próprio castelo, mas sobretudo pelas imagens sobre a cidade e sobre a baía e as Ilhas Paklinski, que podem ser apreciadas lá de cima.

Mas, apesar de eu ser um adepto de grandes escaladas para ver as melhores paisagens, desta vez ficámo-nos pelo “quase”, pois achámos a subida demasiado íngreme para um dia em que estávamos tão cansados… ou por nos termos levantado de madrugada, ou pelos amassos que apanhámos no barco, ou talvez fosse só porque estava muito calor, a verdade é que não subimos a colina, o que é algo que até a mim me espanta.
Mas mesmo sem ter ido lá acima deixo aqui uma foto, que não é minha, apenas para mostrar o que é que irão encontrar se não forem preguiçosos como eu fui… que nem me perdoo.
Apesar da sua proximidade com Split, Hvar é completamente independente, com vida própria e com o seu próprio município. A ilha ocupa uma área de quase 300 km2 e tem uma população muito considerável de 11 mil habitantes. O acesso pode ser feito por um ferry, o que permite levar o carro, cruzando a zona de maior proximidade com a costa continental, mas muita gente não leva carro e apanha uma das muitas alternativas de embarcações que saem de Split, e que vimos chegar a toda a hora ao porto de Hvar.
Desde a Antiguidade que a Ilha de Hvar tem vindo a atrair toda a atenção, devido à sua importante posição estratégica no mar Adriático. No século IV a.C., os antigos gregos colonizaram a ilha e fundaram a colónia de Pharos, que significa farol em grego. A colónia foi construída no local onde hoje fica a Cidade Velha, tornando-a numa das cidades mais antigas da Europa. Mais tarde, a designação de Pharos foi adotada como o nome de toda a ilha, e Hvar é, na verdade, uma derivação do mesmo nome.

Durante séculos da sua existência a ilha de Hvar já foi parte do Império Romano, do Império Bizantino, da República de Veneza e, mais recentemente, fez parte do Império Austro-húngaro e depois da Jugoslávia.

Hoje em dia, Hvar é sobretudo um centro turístico e um dos lugares mais visitados da Croácia, devido à sua beleza e à sua arquitetura, mas sobretudo pela proximidade das suas praias... mas é também um destino procurado por jovens em busca de diversão noturna, que aqui tem uma grande oferta de bares e discotecas.


Mas quando um viajante ali chega pela primeira vez, mal acaba de desembarcar e entra logo na praça principal da cidade, a Praça de Santo Estéfano, também chamada de "Pjaca". A praça é revestida com lajetas de mármore e é marcada pela presença de várias esplanadas ocupadas por turistas, e pelo edifício da catedral da cidade, ou Catedral de Santo Estéfano.
O edifício da catedral foi construído sobre as fundações de uma igreja cristã do século VI e adquiriu a aparência atual já no século XVII, em estilo renascentista e com uma torre gótica ao seu lado. É dedicada a Santo Estêvão, papa e mártir, protetor da Diocese e da cidade de Hvar.
Nos limites da Pjaca, no lado oposto da Catedral, encontramos um pequeno porto, que já foi o antigo porto de pesca, e que está como que encaixado na marginal. O enquadramento deste porto com a envolvente da cidade oferece algumas paisagens interessantes; de um lado, podemos apreciar um trecho da marginal, onde se salienta, por detrás das casas pitorescas, o campanário da Igreja de S. Marco, ou Crkva sv. Marko; do outro lado, quando nos viramos para a montanha, vimos o edifício da torre do relógio, integrado num palácio que é também o hotel mais luxuoso da cidade, o Palace Elisabeth Hvar… e lá no alto vê-se ainda a muralha do castelo que se parece encavalitar sobre a cidade.

Ainda na Praça de Santo Estéfano, já junto ao porto, encontramos o edifício do Arsenal, que abriga um dos primeiros teatros da Europa ainda em funcionamento.

O edifício do Arsenal foi construído no século XVI e começou por ser um lugar onde os barcos eram reparados, mas, pouco tempo depois, foi severamente danificado durante a invasão Otomana. Após o seu restauro foi reaberto como armazém comunitário de cereais e sal e, um pouco mais tarde, no ano de 1612, o andar superior do edifício do Arsenal foi convertido num dos primeiros teatros públicos da Europa.

Atualmente, o edifício está a ser utilizado como um museu, o que permite observar os vestígios de séculos história que ali foram vividos, e o teatro continua a ocupar o piso superior e continua ainda a ser utilizado.

O porto é rodeado por um imenso paredão, que é aqui chamado de Riva e que constitui um dos lugares desta cidade com mais vida. É aqui, sobretudo do lado direito de quem entra na baía, que ancoram a maior parte dos barcos que chegam de outras ilhas ou de Split. É nesse imenso calçadão que desembarcam os passageiros, puxando as suas malas com rodinhas, e é também aqui que passeiam tranquilamente muitos visitantes, aproveitando as paisagens do mar, das ilhas em frente e da cidade, que se dispõe ao longo da encosta, sempre dominada pelas imponentes muralhas lá no alto.

Por outro lado, se persistirmos na nossa caminhada ao longo da Riva, continuando em frente e depois virando à esquerda, seguindo o contorno do paredão, encontraremos mais à frente o Mosteiro Franciscano do século XV.

Além do próprio convento, vamos também encontrar uma pequena praia, que é a mais apelativa na envolvente do centro histórico da cidade, neste caso tem um pequeno areal de calhau e está ladeada por um pontão que facilita o acesso ao mar.

No lado oposto da marginal fica a marina das embarcações de pesca, numa zona agradável e muito bonita, onde continuamos a ser brindados pelas belíssimas paisagens da cidade, agora de um ângulo diferente, mas sempre com o mar como pano de fundo e com a cidade e as suas casas de pedra tão típicas, como protagonistas.


Depois de termos explorado também as escadarias e as ruas mais apertadas que formam a teia de artérias da parte da cidade que ocupa a colina, e de termos escolhido um dos restaurantes locais para almoçar, voltámos ao barco para um trecho final de cerca de uma hora até Split. 
Terminámos assim um dia bastante agradável, pelas ilhas e pelas praias que visitámos, mas não deixámos de ficar com o desagrado daquilo que era a nossa expetativa inicial.


Blue Cave

Conforme expliquei anteriormente cancelaram-nos a reserva para ir à Gruta Azul, a Blue Cave que várias empresas anunciam nos seus passeios de barco, como a principal atração desta zona do Adriático. Estes cancelamentos até são frequentes, pois a ilha onde fica esta gruta está longe da costa e fica sujeita às condições de mar-alto, com ventos e ondulação que não se conseguem controlar. De qualquer forma, vou deixar aqui uma breve descrição daquilo que estávamos à espera de encontrar, que resumi a partir de outros roteiros e de onde retirei também as fotografias que apresento.

Chegando à ilha a Biševo, onde encontraremos a Gruta Azul, os barcos vão transferindo os passageiros para uma fila de espera só com pequenas embarcações de madeira, e serão distribuídos os ingressos para a caverna, que custavam nesta época 18€, e que estão incluídos nalguns programas, mas excluídos noutros.
A Gruta Azul mostra um fenómeno natural quando o sol incide de um determinado ângulo nas águas azuis do Adriático, no interior de uma caverna que se forma num maciço calcário, devido à erosão provocada pela água do mar. 

Graças ao reflexo da luz solar no fundo branco do mar, que se infiltra pela abertura de uma abóbada no topo da caverna, forma-se um tom de azul muito vivo, quase incandescente, que cria um efeito deslumbrante.

Os visitantes vão poder observar estas bonitas imagens enquanto as pequenas lanchas atravessam a gruta, num percurso muito curto, menos de 15 minutos… e não vale a pena ter ideias, porque é totalmente proibido mergulhar ou nadar.
A maior parte das visitas concentram-se na melhor hora para aproveitar a posição correta dos raios solares, que é entre as 11h e o meio-dia, pelo que, por vezes o tempo de espera pode ser longo.

Nestes programas que vão à Gruta Azul passam também pela ilha de Vis, que surge logo ao lado, e onde existem algumas enseadas bonitas que justificam uma paragem para uns mergulhos, tal como estava previsto no programa original.


Trstenik Beach

Deixando agora o passeio às ilhas e voltando ao continente, desta vez ainda próximo de Split, quisemos ainda experimentar uma das diversas praias que servem esta cidade e fomos até à Baía de Trstenik. Esta escolha foi feita sem grande convicção, pois já sabíamos que não iríamos encontrar nenhum lugar paradisíaco, isto principalmente por causa da inexistência de um bonito areal. Mas como estava calor, quisemo-nos refrescar um pouco.

A praia era aquilo que esperávamos, um azul bonito na água, sobretudo quando o vento acalmava, a tal temperatura tépida à volta dos 22º, que noutro contexto seria um luxo, mas estando numa parte do Mediterrânio até nos pareceu algo fria, e o grande pecado daquela coisa a que chamam areia… que me desculpem, mas sou uma espécie de sommelier das areias, e sobretudo um grande chato, até porque esta praia até era bem bonita.

Percorremos ainda outras baías na proximidade e chegámos até às praias da Baía de Žnjan, estas mais concorridas e com chapéus-de-sol e espreguiçadeiras, sem esconder a sua condição de praias de calhau.
Com todo este cenário, e apesar das fotografias mostrando estes azuis magníficos das águas, não ficámos propriamente fãs e, por isso, todas as paragens para mergulhos foram sempre feitas de forma fugaz e sem grande demora.


Cavtat

Mais abaixo, já nas proximidades do aeroporto de Dubrovnik, estivemos na vila de Cavtat, onde voltámos a encontrar uma belíssima paisagem. Uma vez mais, estava um dia bastante quente e eram-nos oferecidas imagens com o mar azul e transparente, num cenário muito bonito e altamente convidativo.

Cavtat é uma pequena vila junto a duas baías magníficas, com algumas marinas e várias praias pequenas. Percorreremos as marginais que se formam nas duas baías, e até almoçámos na esplanada de um dos restaurantes locais. 

Mas antes de tudo isso já tínhamos ido ao carro buscar os fatos de banhos e as toalhas e entrámos pelo mar adentro, para nos despedirmos em beleza das águas croatas, antes de seguirmos para o aeroporto para devolver o carro alugado e apanharmos o nosso avião de volta.



Carlos Prestes