Ao longo dos anos 1980 aderi à oportunidade de usar um pass de comboio, o famoso Inter-rail, que me permitiu conhecer grande parte da Europa quando era ainda um miúdo... e sobre essas viagens, a minha memória é tão difusa que nem as transcrevi para este blogue.
E agora, 40 anos depois, voltei a embarcar nessa aventura, embora já de cartão-gold, mas com o mesmo espírito de percorrer um conjunto de cidades europeias com um grau de liberdade que não conseguimos ter quando viajamos de avião, que tem de estar reservado meses antes.
E assim foi, com o propósito que chegarmos a Praga, onde a minha filha mais nova, a Martinha, estava a fazer Erasmus, eu e a Ana apanhámos um avião para Estocolmo, com um stop-over em Amesterdão, e depois viemos de comboio explorando todas as cidades que nos apareceram pelo caminho até chegar a Praga, e continuámos ainda para Sul, regressando a casa num avião desde Viena, 20 dias depois de termos saído de Lisboa.
Os percursos que fizemos entre abril e maio de 2025 levaram-nos por dez cidades entre o Norte, o Centro e o Leste da Europa, seguindo mais ou menos esta trajetória:
Quatro décadas depois das minhas primeiras aventuras ferroviárias e, desta vez, foi ainda melhor, desde logo porque não andámos a dormir numa esteira no chão dos comboios, mas também porque ao chegarmos a cada cidade, tínhamos agora condições para usufruir devidamente daquilo que estas têm para oferecer... ou seja, já não era o turista de pé descalço que fui nos anos 80, e confesso que assim é muito melhor.
Tivemos a oportunidade de explorar devidamente dez cidades europeias, cujas crónicas estão nos links que vou apresentar abaixo, pela sequência em que as visitámos:
No fim desta aventura ficámos completamente rendidos, não só pelo interesse de grande parte das cidades visitadas, mas também por este conceito de percorrer a Europa de comboio, que nos entusiasmou bastante.
Esta sucessão de visitas a várias cidades europeias, algumas delas bastante grandes, provoca um desgaste físico significativo, pois são quilómetros e quilómetros para palmilhar, dia após dia, o que, a mim, confesso que me deitou abaixo, com uma lesão na perna esquerda que me dificultou alguns dos dias de viagem, sobretudo em Praga, Bratislava e Budapeste.
Mas, no final, o balanço foi muitíssimo positivo e, por isso, recomendamos a toda a gente que experimentem uma viagem deste tipo, nem que seja uma única vez, ainda que possam escolher outros destinos... aliás, nós próprios ficámos atentos a outras oportunidades, em que possamos percorrer outras cidades europeias, para voltarmos a embarcar numa próxima aventura ferroviária, e espero que isso possa acontecer muito em breve.