Bratislava, a capital da Eslováquia, é uma pequena cidade localizada nas margens do rio Danúbio, bastante charmosa e cheia de história. A cidade é uma boa surpresa, pois é daquelas capitais que muita gente não pensa sequer em visitar, mas depois acaba por se surpreender, quer pela vivência que encontramos na cidade velha quer por algumas das suas atrações, desde logo o Castelo de Bratislava, que domina a cidade lá do alto, e que oferece uma vista extraordinária sobre o Danúbio e sobre o centro histórico, composto por ruas estreitas e carregado de influências medievais.

A Eslováquia resultou do fim da Checoslováquia, em 1 de janeiro de 1993, separando-se da atual República Checa de forma pacífica, num processo que ficou conhecido como a Divisão de Veludo (sem guerras ou conflitos), e foi assim que nasceu a República Eslovaca como um país independente.
Este novo país fez o seu caminho nos meandros da política internacional e foi admitido na União Europeia e na NATO em 2004. Pouco tempo depois, em 2009, a Eslováquia adotou o Euro como moeda oficial, substituindo a antiga coroa eslovaca.
A língua oficial é o eslovaco, muita parecida com o checo do seu vizinho, com quem partilharam a Checoslováquia por mais de 70 anos. São duas línguas eslavas ocidentais… e ambas completamente indecifráveis.
Como tem sido comum nesta viagem pela Europa Central, chegámos de comboio e, por isso, o primeiro contacto com a cidade foi feito na estação ferroviária, embora, ao contrário do que acontece na maioria das capitais, aqui não vamos encontrar um edifício clássico, mas sim uma fachada moderna e sem graça nenhuma.

Como a estação fica longe do centro da cidade, fizemos um primeiro percurso de Uber até ao hotel, saindo depois a pé pelos trajetos assinalados neste mapa, que nos levaram a conhecer as principais atrações da capital eslovaca:
Sendo uma cidade pequena preparámos apenas um dia de viagem, passando lá uma noite e saindo na manhã seguinte.
Começámos então a nossa visita à cidade, saindo do hotel e fazendo um primeiro percurso longo até à Freedom Square.
Praça da Liberdade
É uma das maiores praças da cidade, com uma área de 200 x 200 metros, conhecida pelos espaços ajardinados e pela Fonte Družba, a maior fonte de Bratislava, com um diâmetro de 45 metros.
Originalmente a praça tinha o nome de Klement Gottwald, em homenagem ao primeiro presidente comunista da Checoslováquia, mas foi renomeada para Praça da Liberdade em 1989 com o fim da União Soviética e do poder comunista do Leste europeu.

A Praça da Liberdade é rodeada por importantes edifícios, alguns deles pertencem à Universidade Técnica Eslovaca e têm um tipo de arquitetura muito datada, com influências evidentes do período socialista.
Mas há também um edifício histórico bem mais bonito, o Palácio de Verão do Arcebispo, construído originalmente no século XVII e que, atualmente, serve como sede do governo eslovaco.

Slavín
Pouco depois da Praça da Liberdade, é necessário subir uma colina até ao topo, se quisermos ver o chamado Slavín, um imenso memorial e cemitério militar, que presta homenagem aos soldados do Exército Vermelho que morreram durante a libertação da cidade do domínio nazi, em abril de 1945, no final da Segunda Guerra Mundial.
O memorial foi inaugurado em 1960, no 15º aniversário da libertação de Bratislava, e constitui o principal símbolo do período socialista da Eslováquia, quando esta fazia parte da Checoslováquia.
Uma parte deste espaço é ocupado por um cemitério onde estão depositados os restos mortais de mais de 6.800 soldados soviéticos. Mas a imagem de referência deste memorial é o obelisco central, com 39 metros de altura, sobre o qual se encontra a estátua de um soldado soviético erguendo uma bandeira.

Jardim Presidencial e Palácio de Grassalkovich
Para terminarmos a visita a esta zona onde se concentram vários monumentos e edifícios públicos, passámos ainda por um amplo jardim, o chamado Jardim Presidencial, ondo fica a fachada posterior do Palácio de Grassalkovich, que serve, atualmente, como residência oficial do Presidente da República Eslovaca.
Do lado oposto fica a praça Hodžovo, onde se encontra a Fontána Mieru e a fachada principal do Palácio de Grassalkovich.
Trata-se de um edifício em estilo rococó, construído em 1760, na época do Império Austro-húngaro, para o conde Antal Grassalkovich, presidente da Câmara Real Húngara e conselheiro da imperatriz Maria Teresa.
Originalmente, este Palácio era usado como residência de Verão, mas acabou por se tornar num centro da vida social da aristocrática, servindo para eventos e apresentações musicais, frequentados pela corte imperial.
Durante o período comunista, o edifício foi utilizado como centro juvenil, sofrendo danos significativos. Só após uma restauração completa na década de 1990, voltou a adquirir a nobreza original, e tornou-se então a residência oficial do presidente eslovaco.
Rua Obchodná
Seguimos agora na direção da cidade velha, atravessando toda a Rua Obchodná, um dos principais eixos da cidade.
O nome original de Obchodná ulica, significa literalmente Rua Comercial, o que é plenamente justificado, pois trata-se de uma das ruas mais dinâmicas e agitadas da cidade, repleta de lojas, cafés, restaurantes e fast-foods… embora, no feriado de 1 de maio, estivesse tudo um bocadinho a meio-gás.
As casas que vamos encontrando misturam o moderno com algumas fachadas antigas e urbanas, num charme meio caótico, mas que atrai tanto moradores como turistas. Ao fundo, destaca-se a silhueta do castelo, a principal figura desta cidade.

The Old Market Hall
Ao entrarmos na cidade velha começámos por visitar o antigo mercado de Bratislava, um espaço histórico e multifuncional, onde se encontra algum do espírito da comunidade desta cidade.
Este antigo edifício foi construído em 1910 em estilo neorrenascentista, e foi usado muitos anos com a função de mercado. Mas, mais recentemente, após obras de revitalização, tornou-se num centro cultural e comunitário, combinando a sua função de mercado, sobretudo para produtos locais, biológicos e artesanais, e o street food; com a função de espaço para eventos culturais, como concertos, exposições, feiras de design e apresentações teatrais.

A visita a este mercado vale bem a pena, desde logo pela própria arquitetura do edifício, mas há também o ambiente frenético que ali se respira e que torna este lugar apelativo.

Palácio dos Primados
Entrámos depois no coração da Cidade Velha pela Praça Primacial, onde se encontra o Palácio dos Primados, um edifício neoclássico, construído no final do século XVIII, que servia de residência ao arcebispo da cidade.
Trata-se de um palácio muito elegante com a sua fachada em tons de cor-de-rosa pálido, e com uma série de pontos de interesse no seu interior, como o Salão dos Espelhos que, atualmente, serve de gabinete ao presidente da câmara de Bratislava, e está aberto para visitas públicas.
Quem visite o interior pode ainda apreciar uma coleção de retratos de monarcas dos Habsburgos, mobiliário de época e uma série única de tapeçarias inglesas do século XVII, que retratam a trágica lenda de Hero e Leandro… tudo coisas que não aprecio particularmente.

Ainda nesta praça encontra-se a fachada de tardoz do edifício da Antiga Câmara Municipal, com uma torre que faz pensar que se trata de uma igreja, e cuja fachada principal iriamos encontrar mais tarde numa outra praça.
Igreja da Anunciação
Fizemos depois um pequeno desvio pelas ruelas apertadas do centro, até à Igreja da Anunciação, uma das igrejas católicas da cidade.
A Igreja Franciscana da Anunciação do Senhor, é o edifício sacro mais antigo da cidade, consagrado em 1297 na presença do rei André III da Hungria. Originalmente, foi construída em estilo gótico, mas sofreu várias reconstruções ao longo dos séculos devido a danos causados por incêndios e terremotos. Nos séculos XVII e XVIII, foi sendo renovada, primeiro em estilo renascentista e, mais tarde, no barroco.
Historicamente, a igreja desempenhou um papel significativo em eventos importantes, como a eleição de Fernando I como rei da Hungria, em 1526, ou as coroações reais e a nomeação dos nobres como Cavaleiros da Ordem do Esporão de Ouro.

Atualmente, esta Igreja Franciscana continua a ser um importante local de culto e um marco histórico para a cidade de Bratislava, atraindo fiéis e visitantes, interessados na sua história e arquitetura.
A imagem do conjunto de que esta igreja faz parte, não é nada famosa… com a fachada principal bastante degradada e com a torre do campanário meio escondida, só é visível nas traseiras da igreja, onde fica o seu jardim.

Praça Principal
Voltando ao centro entrámos na Hlavné námestie, que significa Praça Principal, e desempenha essa função de centro histórico da capital eslovaca e a mais importante praça em toda a Cidade Velha.
É uma praça muito bonita e bastante agradável, com um excelente ambiente, sempre cheia de turistas e artistas de rua. É cercada por um conjunto de palácios e edifícios históricos, de onde se destaca a Antiga Câmara Municipal (ou Stará radnica), cuja história remonta ao século XIII, e que, atualmente, é usada como Museu da Cidade.
Este é um dos edifícios mais emblemáticos e antigos de Bratislava, com uma torre que foi originalmente construída por volta de 1370, e que é uma das estruturas de pedra mais antigas da cidade que estão ainda hoje de pé.

Outro ponto de interesse é a Fonte de Roland, também conhecida como Fonte de Maximiliano, que foi construída em 1572 por ordem do rei Maximiliano II, uma fonte renascentista que é uma das mais antigas e importantes da cidade, e contribui para o enquadramento paisagístico desta bonita praça.

Mas existem ainda por ali mais alguns edifícios bonitos, como o Palácio do Vice-Governador, uma bela edificação construída em estilo barroco. Após a Segunda Guerra Mundial, este palácio serviu a diversas instituições da Checoslováquia, até à Revolução de Veludo em 1989 e, posteriormente, à criação da Eslováquia. Atualmente, pertence ao Gabinete do Governo da República Eslovaca e é usado para realizar eventos especiais.
Na Praça Principal existe ainda uma escultura curiosa, que representa um soldado do exército de Napoleão. Esta obra foi criada em 1997 pelo escultor Juraj Meliš, e representa um soldado em bronze, evocando a passagem das tropas de Napoleão por Bratislava, nomeadamente em 1805, quando mais de nove mil soldados do exército francês entraram na cidade.
A escultura retrata ainda a lenda de que um dos soldados, chamado Hubert, se teria apaixonado por uma jovem local e decidido permanecer na cidade, tornando-se, mais tarde, num produtor de espumante bem sucedido, fundando a famosa marca eslovaca de vinhos espumantes, a Hubert.

Nesta imagem, o soldado está apoiado de forma descontraída sobre um banco de jardim, convidando os visitantes a sentarem-se ao seu lado e a tirarem fotografias… e ninguém resiste a esse impulso.

Čumil
Deixando para trás a Praça Principal, que é, sem dúvida, o coração do centro desta cidade, seguimos pela teia de ruas empedradas da cidade velha, completamente apinhadas de turistas.

A torrente de turistas movimenta-se pelo empedrado das ruas, entrando e saindo das lojas, algumas delas, como é o caso das gelatarias, onde se encontram longas filas para se chegar ao balcão.
No meio de toda esta confusão surge mais uma escultura, neste caso é o chamado Čumil, também ela feita em bronze e instalada em 1997, como parte de um projeto para revitalizar o centro histórico. A escultura retrata um trabalhador dos esgotos, emergindo de uma caixa de visita com um sorriso nos lábios.
O nome "Čumil" pode ser traduzido como "observador" ou "espetador", refletindo a expressão curiosa do personagem. Embora não haja um significado oficial atribuído a esta estátua, ela tornou-se rapidamente numa das atrações turísticas mais populares da cidade, com os visitantes frequentemente a tirar fotos ao seu lado.
Para evitar que alguém colida com a escultura, que está pouco visível, por estar à altura do pavimento, foi colocada uma placa de trânsito com a inscrição "Man at Work".

Teatro Nacional Eslovaco e Praça Hviezdoslavovo
Pouco depois – até porque este centro é muito pequenino – surge um edifício da companhia de teatro da cidade, neste caso é o edifício clássico que é usado por essa essa companhia… mais tarde vamos encontrar uma outra sala de espetáculos da mesma companhia, essa bastante moderna.
O edifício do teatro da Eslováquia é um dos marcos culturais mais importantes de Bratislava, situado na elegante praça Hviezdoslavovo, no coração da cidade velha. Foi inaugurado em 1886, sob um projeto dos renomados arquitetos vienenses Fellner & Helmer, conhecidos por desenharem teatros por toda a Europa Central. A arquitetura do teatro combina o estilo neorrenascentista com elementos barrocos, refletindo grandiosidade e requinte, típicos do final do século XIX. Durante décadas, esta foi a principal sala de espetáculos da Eslováquia, acolhendo óperas, ballet e teatro dramático.
Embora o Teatro Nacional Eslovaco tenha inaugurado uma nova sede moderna em 2007, o edifício histórico continua em funcionamento, e é utilizado principalmente para produções clássicas e eventos especiais.
A fachada é lindíssima, está decorada com várias esculturas e destaca-se também pela fonte que fica em frente, a Ganymede's Fountain, com a estátua de Ganimedes montado numa águia… uma figura da mitologia grega.
O interior é também muito interessante, com afrescos, lustres de cristal e uma acústica admirável que realça a qualidade dos espetáculos, mas não é fácil termos oportunidade de assistir a um espetáculo.

Em frente da fachada do teatro estende-se toda a Praça Hviezdoslavovo, uma das praças mais elegantes da cidade, com o estilo de um boulevard das cidades europeias do século XIX.
O seu nome é uma homenagem ao poeta eslovaco Pavol Országh Hviezdoslav, cuja estátua se encontra ao centro da praça e reflete a sua importância na vida cultural da cidade, mas é também um centro social relevante, rodeada por edifícios históricos, hotéis, cafés e restaurantes, … e várias gelatarias, as tais das filas imensas, é que Bratislava é conhecida pelas suas geladarias artesanais, como a Arthur Gelato ou a Koun Gelato, populares tanto entre locais quanto turistas, havendo mesmo uma referência de que os gelados artesanais da cidade são feitos "com amor", e não é nada incomum ter de se esperar em longas filas para saborear um destes gelados.

As ruas do centro histórico
O centro da capital eslovaca tem um conjunto de ruas monumentais muito bonitas, tendo sido, ao longo dos séculos, a morada de aristocratas, artistas e académicos. Muitos dos seus edifícios históricos exibem brasões nas fachadas, em placas comemorativas ou em pátios interiores escondidos.
Uma destas ruas, e talvez a mais importante, é a Rua Ventúrska, é uma das mais antigas e encantadoras do centro histórico. Cheia de história e charme, esta rua estreita e pitoresca, tem uma série de edifícios medievais, renascentistas e barrocos que testemunham séculos da vida urbana desta cidade.
Um dos factos mais curiosos sobre esta rua é que Ludwig van Beethoven terá ali passado algum tempo, durante as suas visitas a Bratislava, quando a cidade ainda fazia parte do Império Austro-Húngaro.

Atualmente, a rua é conhecida pela sua atmosfera, vibrante e cultural, com várias galerias de arte, livrarias, cafés, lojas de música e restaurantes. Por tudo isto, é imprescindível caminhar por esta e outras ruas do centro histórico, sem qualquer objetivo, apenas deixarmo-nos levar pela corrente, como quem faz uma viagem no tempo, sentindo a alma da cidade antiga.
Michael's Gate
Continuando até o topo da Rua Ventúrska, vamos chegar à Porta de São Miguel, que é um dos marcos mais reconhecíveis da Cidade Velha.
Durante a Idade Média, Bratislava era cercada por muralhas fortificadas e tinha quatro portas principais, e uma delas era a Porta de São Miguel. Dessas antigas portas medievais, esta é a única que ainda permanece de pé.
Foi construída por volta de 1300 e adquiriu a sua forma atual após os trabalhos de reconstrução, já em estilo barroco, realizados entre 1753 e 1758, quando uma estátua de São Miguel e o Dragão foi colocada no topo da torre. Com 51 metros de altura, a torre serve atualmente como museu, o chamado Museu de Armas e, no sexto andar, há uma varanda que oferece vistas panorâmicas sobre a Cidade Velha e o Castelo.
No percurso seguinte caminhámos através da colina que nos leva até ao castelo, uma das principais referências da cidade. Neste caminho vamos encontrando algumas zonas interessantes da cidade velha, à medida que vamos subindo, desde logo, ao atravessarmos as antigas muralhas da cidade.

Castelo de Bratislava
O Bratislavský hrad, é o símbolo mais importante da capital eslovaca, situado no topo de uma colina com vista privilegiada sobre a cidade e o rio Danúbio. Com a sua forma maciça e as quatro torres que se erguem nos cantos, o castelo domina a paisagem e guarda séculos de história.

A sua origem remonta ao século IX, tendo sido expandido ao longo dos tempos e transformado por várias dinastias, em especial durante o domínio dos Habsburgos. No século XVI, quando Bratislava se tornou capital do Reino da Hungria, o castelo passou a ser residência real, tornando-se centro político e administrativo.
Após um grande incêndio em 1811, o edifício ficou em ruínas durante mais de um século, sendo apenas reconstruído na década de 1950 com base em registos históricos.
Atualmente, o castelo apresenta um estilo barroco com influências renascentistas e alberga um dos importantes museus da cidade, o Museu de História, onde se encontram exposições sobre a história e a arte da Eslováquia.
Ao chegarmos ao castelo entrámos primeiro pelo jardim barroco, cujo acesso é livre, seguindo depois até à fachada principal, onde se faz o acesso ao chamado Museu da História, onde é cobrado 14€ por pessoa.
Catedral de São Martinho
Ainda antes de sairmos do topo da colina, junto ao Castelo, pudemos apreciar as vistas sobre a Ponte SNP e também sobre a cidade, com as torres mais recentes da cidade nova, ao fundo, e os edifícios mais antigos da cidade velha, com destaque para a St. Martin's Cathedral.
A Catedral de São Martinho é um dos monumentos religiosos mais importantes de Bratislava, situada junto às antigas muralhas medievais, na base do Castelo. A sua arquitetura é dominantemente gótica e o seu interior é bastante sóbrio, mas majestoso, com vitrais coloridos e túmulos de figuras históricas.
Foi construída entre os séculos XIII e XV e serviu durante mais de 250 anos como igreja de coroação dos reis húngaros, e é por isso que o topo da torre principal é coroado por uma réplica dourada da Coroa de Santo Estêvão, símbolo da monarquia húngara.
Most SNP
Depois de descermos a colina e passarmos junto à catedral, seguimos então até à Most SNP, a Ponte da Revolta Nacional Eslovaca, uma das estruturas mais emblemáticas de Bratislava, conhecida tanto pela sua arquitetura arrojada como pela vista panorâmica que oferece sobre a cidade e o rio Danúbio… mas vista do castelo, é a própria ponte que forma uma bela paisagem.

A ponte foi concluída em 1972 e é um exemplo da engenharia modernista da era socialista. O seu design era arrojado, com um único pilar inclinado e sem apoios no leito do rio. Por debaixo do tabuleiro rodoviário, existe um passadiço pedonal que nos permitiu atravessarmos o Danúbio até à margem oposta.
No topo do pilar, a 95 metros de altura, encontra-se uma estrutura em forma de disco que se assemelha a um OVNI, daí o nome popular desta construção ser "a ponte UFO". Neste disco funciona o restaurante UFO, com janelas panorâmicas e um miradouro aberto ao público, onde se obtêm belas vistas da cidade e, sobretudo, do Castelo.
Mas mesmo quem não suba até ao todo do pilar da ponte, ao longo do passadiço pedonal que fizemos, pudemos sempres apreciar as bonitas vistas do Castelo de Bratislava.

Atualmente, a ponte é muito mais do que uma infraestrutura funcional, é também um símbolo arquitetónico da Bratislava moderna, que combina o passado socialista com o presente turístico e cosmopolita da capital eslovaca.
Waterfront Eurovea
Voltámos de novo ao centro, seguindo depois pela marginal do Danúbio, até chegarmos ao chamado Eurovea, que é um moderno complexo multifuncional, que integra um centro comercial, áreas residenciais, escritórios, um hotel e uma variedade de opções de lazer e entretenimento... tudo na margem esquerda do Danúbio.
Uma característica distintiva do Eurovea é a sua extensa área verde de dois hectares à beira-rio, que inclui um promenade e uma praça pública. Este espaço oferece vistas panorâmicas do Danúbio e é ideal para passeios, relaxamento ou refeições ao ar livre nos diversos cafés e restaurantes com esplanadas voltadas para o rio.
Ainda nessa área junto ao rio, vamos encontrar o edifício moderno do Teatro Nacional Eslovaco. Este edifício novo, partilha com o antigo por onde passámos, a sede do teatro nacional. O edifício contém três salas principais, além das áreas de espetáculo, e conta ainda com um restaurante com capacidade para 1.200 pessoas, um clube, café e outras instalações. Com sete andares e mais de 2.000 salas, o teatro é a sede do conjunto de salas para espetáculos de ópera, ballet e drama do Teatro Nacional Eslovaco.

Igreja Azul - Church of St. Elizabeth
O próximo destino do nosso percurso foi um dos monumentos mais icónicos de Bratislava, a Igreja Azul. A Igreja de Santa Isabel, popularmente conhecida como Igreja Azul, devido à sua distinta cor azul, é uma joia arquitetónica da cidade, e um exemplo notável do estilo Art Nouveau.
Projetada pelo arquiteto húngaro Ödön Lechner, a construção terminou em 1913, originalmente concebida como uma capela para a escola secundária vizinha, mas, rapidamente, transformou-se num marco da cidade devido ao seu design inusitado.
A fachada e o telhado são revestidos com mosaicos e telhas vitrificadas em tons de azul, complementados por detalhes brancos e elementos decorativos que conferem uma aparência de conto de fadas.

O interior mantém a paleta de cores azuladas, com pinturas e ornamentos florais nas paredes e no teto. A igreja está aberta diariamente para serviços religiosos e momentos de oração, e não cobram qualquer taxa de entrada.
À saída deste complexo religioso passámos pela fachada do lado das traseiras, para apreciar a imagem desta igreja numa perspetiva diferente, que é também muito peculiar e bastante bonita.
Voltaríamos ainda à zona do Waterfront que, além das simpáticas zonas verdes que são usadas pelos locais para banhos de sol, como se fosse uma zona de praia, tem também um conjunto de restaurantes muito interessantes, com esplanadas aprazíveis junto ao rio. Foi aí que jantámos e terminámos este dia de visita à capital eslovaca, um período curto, mas suficiente para uma cidade que é muito pequena, embora, sem qualquer dúvida, bastante bonita e acolhedora.
Não há muito para fazer em Bratislava, apenas percorrer as ruas estreitas e movimentadas, apreciar os seus principais monumentos, e terminar o dia junto ao Danúbio. Mas a sensação final é de que valeu bastante a pena conhecer esta capital europeia, que, apesar de pequenina, não deixou de me encantar.