segunda-feira, 10 de abril de 2023

Percurso 7 - Champs-Élysées e Torre Eiffel


Iniciámos este percurso na zona mais ocidental da cidade junto a um dos seus mais icónicos monumentos, o Arc de Triomphe, descendo depois a principal avenida parisiense, os Champs-Elysées, e percorrendo, mais tarde, as ruas desta zona chique e glamourosa, terminando junto ao principal símbolo deste país, a Torre Eiffel.

Arc de Triomphe

Começámos por este importante monumento que representa as vitórias do exército francês sob as ordens de Napoleão Bonaparte, que ordenou depois a sua construção. Um imponente Arco que se encontra na antiga Place de l'Étoile, atualmente Place Charles de Gaulle, situada no topo da avenida dos Champs-Elysées, e que atinge uma altura de 50 metros, sobre uma base de 45 por 22 metros.
Em 1806, no ano seguinte à vitória francesa na batalha de Austerlitz, Napoleão ordenou a construção deste monumento sob a conceção do arquiteto Jean-François Chalgrin. Os trabalhos de construção tornaram-se quase infindáveis e demoraram um total de 30 anos, tendo o Arco sido concluído apenas em 1836, 15 anos depois da morte do Imperador.

A visita a este monumento faz-se, sobretudo, observando-o à distância, sem sequer chegarmos lá perto, porque, na realidade, é a imagem imponente do Arco do Triunfo que mais impressiona. Mas se quisermos chegar à base do Arco, aí teremos de utilizar uma das passagens subterrâneas sob as diversas avenidas que ali existem… que ninguém tente atravessar a estrada à superfície naquela rotunda concorridíssima.
Se a opção for visitar o Arco mais de perto, haverá ainda a possibilidade de ficar só pela sua base ou de subir até ao topo. Cá em baixo encontramos um túmulo do Soldado Desconhecido, um monumento criado em 1921 que mantém uma chama sempre acesa, representando todos os franceses que morreram na Primeira Guerra Mundial e nunca foram identificados. Nos quatro pilares do arco estão gravados os nomes das batalhas vencidas pelos exércitos napoleónicos e dos generais franceses que comandaram as tropas.
         
Se resolvermos adquirir o ingresso para subir os 286 degraus que nos levam até ao topo do Arco, apesar de ser muito mais baixo do que a Torre Eiffel, as vistas que dali se oferecem devem ser também bastante impressionantes, mostrando a confluência de 12 das principais avenidas parisienses. Mas como nunca lá subi, apreciei cada uma dessas avenidas cá de baixo... e escolhi uma delas, a avenida que liga os dois arcos, mostrando o grande arco de La Défense logo ali em frente.
É a partir deste ponto alto da cidade, onde se ergue aquele que será o Arco mais famoso em todo o mundo, que iniciamos a caminhada que está identificada neste mapa como o sétimo percurso:
  


Avenue des Champs-Élysées

Saindo da praça Charles de Gaulle começamos a descer a mais importante avenida francesa e uma das mais famosas em todo o mundo, a Champs-Élysées, que em português chamamos de Campos Elísios, e que se estende ao longo de cerca de dois quilómetros entre o Arco do Triunfo e a Place le la Concorde. 

A avenida é claramente marcada por estes dois icons que surgem nas suas extremidades, mas é também caracterizada pelas duas fiadas de árvores que separam a avenida dos dois passeios pedonais.

O nome de Campos Elísios vem da mitologia grega e designava um lugar equivalente ao paraíso cristão, com um significado muito apropriado, perante este lugar maravilhoso.

A história da Champs-Élysées está diretamente ligada à plantação de dois alinhamentos de árvores no ano de 1640, antepassadas das atuais, permitindo que, naquela época, o espaço que assim foi delimitado, se transformasse numa imensa avenida.

Entretanto, mais tarde, a avenida adquiriu o seu traçado atual e, em 1884, foi feita uma importante remodelação que melhorou consideravelmente o seu aspeto e lhe conferiu a importância que tem mantido até à atualidade.

Atualmente a avenida constitui o mais importante eixo rodoviário da cidade, embora se fale em projetos para que seja transformado num eixo pedonal, o que seria fantástico para quem quer desfrutar deste espaço, mas talvez fosse algo complicado para quem tem de se deslocar diariamente de carro.

Por sorte, no domingo de Páscoa de 2023, enquanto estávamos em Paris, esta avenida foi encerrada ao trânsito e pudemos aproveitar aquele espaço livremente, talvez numa simulação daquilo que poderá vir a ser decretado daqui a algum tempo.

Mas mesmo sem ser ainda um espaço totalmente pedonal a avenida inclui dois passeios largos que permitem que possamos usufruir plenamente deste local, onde podemos encontrar vários edifícios clássicos, que são uma atração por si só, mas também pela oferta de todo o tipo de lojas, restaurantes, hotéis, e algumas salas de espetáculos, o que faz deste lugar um dos mais chiques da cidade, sendo um prazer deixarmo-nos vaguear sem grande destino, descendo e subindo pelos passeios da avenida, apenas para usufruir do prazer de estar naquele lugar, que é, e será sempre, uma extraordinária referência mundial.

Mesmo não sendo eu um amante das compras e do grande consumo, sempre apreciei quando nos cruzamos com alguns lugares mais icónicos, como alguns restaurantes que, há umas décadas, constituíram uma experiência notável para mim, ou umas lojas especiais, que só ali existiam, como é o caso da loja Disney, a primeira que alguma vez tinha encontrado, e onde pude comprar várias prendas vindas deste mundo de fantasia, para delícia das minhas primeiras filhas, ainda pequeninas.

E depois existem aquelas lojas de marca, bem francesas e bem chiques, como a Louis Vouitton, Yves Saint Laurent ou Dior... que não frequentamos, mas apreciamos.
Descendo, entretanto, a avenida até ao início dos Jardins des Champs-Élysées, virámos depois à direita, na direção do rio, seguindo pela Avenue Franklin Roosevelt, virando depois, de novo, junto ao Grand Palais, até chegarmos à Place François 1er.


Pelos bairros junto ao Sena

Toda a envolvente da Place François 1er é composta, sobretudo, por edifícios residenciais charmosíssimos, não só na própria praça, mas também nas ruas vizinhas, algumas com grande concentração de luxo, como a Avenue Montaigne, ou a rua com o mesmo nome da praça, a François 1er. Poderia citar algumas das lojas mais luxuosas da cidade, tal como os hotéis e restaurantes parisienses de nível mais alto, tudo isso se encontra nas proximidades desta praça.

Mesmo na praça salienta-se uma bela fonte, a Fontaine de la Place François-1er, e um conjunto de edifícios muito bonitos, como estes.

As várias ruas na envolvente da Place François 1er continuam a manter a mesma tendência, com edifícios residenciais charmosos, e várias lojas e restaurantes de luxo.

E foi por essas ruas que continuámos a nossa caminhada, sem obedecer a um trajeto rígido, seguindo apenas o nosso instinto, até chegarmos, algum tempo depois, às margens do rio Sena, escolhendo um espaço para uma paragem de relaxamento no bonito Jardin d'Erevan, com as suas carreiras de árvores frondosas, e com vistas magníficas sobre o Sena, que nesta zona são sempre dominadas pela grande Torre.

         


Ponte de l'Alma

Numa das extremidades do Jardin d'Erevan encontramos a Ponte de l'Alma, que seria só mais uma ponte das muitas que atravessam o Sena, se não tivesse sido ali, não na ponte, mas no túnel com o mesmo nome, que aconteceu uma tragédia que comoveu praticamente todo o mundo. Foi naquele local, no dia 31 de agosto de 1997, que a Princesa Diana, conhecida como a Princesa do Povo, haveria de falecer num brutal acidente de automóvel, enquanto tentava evitar a perseguição de outras viaturas conduzidas por alguns paparazzi.
Em torno do túnel d’Alma existe uma escultura em cobre dourado com o nome de Chama da Liberdade, que constitui uma réplica, em tamanho real, da tocha que faz parte da Estátua da Liberdade na cidade de Nova Iorque.

Seria só mais um símbolo à liberdade e uma forma de enaltecer a amizade franco-americana, mas, depois do acidente, a escultura veio a transformar-se num memorial não-oficial dedicado à Princesa de Gales.

As autoridades parisienses tinham decidido que o local onde se encontra a Chama da Liberdade fosse designado por Place Maria-Callas, e a inauguração desse novo nome iria ocorrer a 11 de setembro de 1997, para assinalar o vigésimo aniversário da morte da cantora lírica. Porém, com o acidente que tirou a vida à Princesa de Gales, ocorrido apenas uma semana e meia antes, e o fervor popular que logo se desenvolveu em torno da Chama, levaram a que as autoridades alterassem a anterior decisão, tendo passado a designar esta praça com o nome que se mantém até à atualidade, de Place Diana.


Palais de Tokyo - Museu de Arte Moderna

Continuando a nossa caminhada pela marginal chegamos, pouco depois, a mais um dos museus da cidade, neste caso encontramos o Palais de Tokyo, que é também um Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris.

Este museu, que surge em paralelo com o Museu Pompidou como palco para este mesmo tipo de arte, foi inaugurado em 1961 e dedica-se principalmente à exposição das correntes artísticas do século XX, com grande foco no cubismo, fauvismo, realismo, arte abstrata e arte contemporânea.
Recomendo a visita a este museu, sobretudo para quem goste de arte moderna, porque se encontram ali mais de 8 mil obras, incluindo criações de alguns grandes mestres, como Pablo Picasso, Henri Matisse ou Amedeo Modigliani.

Mas, mesmo os que não sejam particularmente adeptos deste tipo de arte, como a entrada é gratuita, poderão fazer uma visita breve, nem que seja apenas para apreciar a principal obra que ali se encontra exposta. Trata-se de uma sala especial, a Sala Dufy, em que as paredes estão revestidas com uma enorme pintura em painéis, narrando a história da eletricidade, através de uma mistura de cores vivas, e com um resultado muito interessante.

No ano de 2010 o Museu de Arte Moderna esteve nas bocas do mundo, mas pelas piores razões, devido a um impressionante roubo que aconteceu nas suas instalações. Os ladrões entraram no edifício de madrugada para roubar várias obras de Picasso, Matisse e Modigliani, entre outros, um acontecimento completamente inacreditável aos dias de hoje, algo digno de um filme de Hollywood… um vidro partido, um cadeado cortado, os ladrões filmados pelas câmaras de vigilância e 500 milhões de euros desaparecidos.


Trocadéro

Voltámos a nos afastar do rio, desta vez na direção da Avenue Kléber, uma referência nesta zona do chamado bairro do Trocadéro. Trata-se de um dos bairros mais chiques e exclusivos de Paris, com edifícios luxuosos de elegantes fachadas, alguns deles com janelas amplas e varandas enfeitadas com flores coloridas.

Mais à frente chegamos perto do conjunto designado por Trocadéro, que inclui várias infraestruturas que foram construídas no final do século XIX para a Exposição Universal de 1878.
No topo encontramos a Place du Trocadéro e o Palais de Chaillot, antigamente designado por Palais du Trocadéro, que contém atualmente vários museus. O palácio é formado por dois edifícios separados por um grande terraço, a Esplanade du Trocadéro, que se encontra decorada com um conjunto de estátuas douradas, e de onde podemos contemplar as melhores paisagens sobre a Torre Eiffel.

Este local tem uma riqueza histórica imensa, mas isso é algo quase comum em toda a cidade de Paris. Mas aqui escreveu-se uma página da história mundial que será, e deverá ser sempre, inesquecível, como tudo o resto o que foi feito pelas tropas nazis durante a Segunda Guerra Mundial.

A personagem de Adolf Hitler visitou Paris em 1940, três dias após a rendição francesa, e ao chegar à Esplanade du Trocadéro deixou-se fotografar para que a sua imagem, em frente à Torre Eiffel, fosse divulgada. Mais tarde haveria de proferir algumas palavras sobre este local, que poderiam ser apenas um reflexo da beleza das imagens contempladas, mas que, neste contexto, têm um significado profundamente sinistro. Depois de visitar a capital francesa recém-ocupada pelos nazis e após contemplar a imagem da Torre Eiffel, Hitler terá dito que: “aquele foi o maior e melhor momento da minha vida"… e tantas décadas depois, sinto ainda que, de cada vez que pisarmos este mesmo pavimento e apreciarmos estas mesmas paisagens, é nosso dever fazermos uma profunda reflexão sobre este pedaço de história que nos arrepia, e que quis aqui relembrar, porque nunca será demais evitarmos que caia no esquecimento.
Mas continuando… em frente ao Palácio de Chaillot encontram-se os Jardins do Trocadéro, um local onde se costumam concentrar multidões de turistas, que observam dali a imagem da Torre, enquanto ficam apenas sentados, ou preferem patinar ou dançar nos extensos pavimentos empedrados. Mas o que mais se distingue neste jardim é a sua fonte, com um enorme espelho de água retangular e um conjunto de canhões e colunas de água, que apontam em diversas direções criando alguns efeitos espetaculares de cada vez que são ligados, sobretudo quando essa imagem se enquadra com as paisagens do próprio palácio e da Torre... embora estes canhões de água nem sempre estejam a funcionar e, por vezes, a fonte chega mesmo a estar completamente seca.
Em frente do Trocadéro podíamos atravessar o Sena diretamente através da Pont d'Iéna e chegávamos logo à Torre, mas preferimos seguir um pouco mais ao longo da margem direita do rio e, dessa forma, pudemos observar a torre de ângulos diferentes, com imagens sempre muito bonitas.



Ponte de Bir-Hakeim

Ao seguirmos por este troço junto à margem direita, vamos atravessar o rio por uma outra ponte, que é bastante importante e até famosa, a Pont de Bir-Hakeima. 

Originalmente esta ponte era chamada de Viaduc de Passy, mas, em 1948, foi rebatizada para comemorar a Batalha de Bir Hakeim, no deserto da Líbia, entre as forças francesas e a companhia alemã do Afrika Korps.

Trata-se de uma ponte metálica feita em 1905, concebida com dois níveis, o piso inferior, para automóveis e peões, e o piso superior, que atualmente é usado pela linha seis do Metropolitano. Esse nível superior é feito com um conjunto de pilares metálicos, com exceção do apoio central, sobre a île aux Cygnes, onde foi feito um arco em alvenaria.
A ponte ganhou uma notoriedade recente por terem sido ali rodadas algumas cenas importantes do filme Inception, de Christopher Nolan.


La Tour Eiffel

Chegámos finalmente à imensa Torre Eiffel, o símbolo mais representativo da cidade e mesmo do país.

A Torre tem um design inconfundível e foi criada para a Exposição Universal de 1889 pela empresa do engenheiro Gustave Eiffel, mas o autor do projeto não foi o próprio Eiffel, e sim dois dos seus colaboradores, Maurice Koechlin e Émile Nouguier.

O primeiro esboço que se conhece do projeto da Torre foi apresentado por Maurice Koechlin, e mostra a altura desta nova obra, em comparação com o tamanho acumulado de outros marcos, como a Notre Dame de Paris, a Estátua da Liberdade, o Coluna Vendôme, o Arco do Triunfo, entre outros.
Após algum debate sobre a localização exata da Torre, foi assinado o contrato em 1887 para a conceção e também construção, o qual foi cumprido pela empresa de Eiffel, a Compagnie des Etablissements Eiffel, pelo valor de um milhão e meio de francos (cerca de 230 mil euros, ao câmbio calculado em 2002, quando o euro entrou em circulação). A sua construção durou pouco mais de dois anos, o que é algo perfeitamente fantástico, considerando os meios disponíveis naquela época.

A Torre tem uma envergadura espetacular, com os seus 330 metros de altura e a sua base quadrada, com 125 metros de lado, e parece ainda mais imponente quando nos encontramos perto e olhamos para cima.
No início do século XX, com a chegada das guerras mundiais, as autoridades francesas encontraram uma nova utilidade para a Torre Eiffel como antena de radiodifusão, captando mensagens que ajudaram os aliados de forma decisiva.

Passadas as guerras e depois de Paris se ter tornado num dos principais destinos turísticos internacionais, a Torre Eiffel transformou-se no monumento mais visitado do mundo, com mais de sete milhões de turistas por ano. 

Quando chegamos a esta zona vamos mudando de posição, entre o rio Sena e o Champ de Mars, para podermos observar a Torre de diferentes ângulos e assim, podermos fazer diferentes fotos que vão enriquecer o nosso álbum da cidade de Paris. Sabendo-se que, atualmente, como durante toda a história da sua existência, esta Torre é o monumento mais fotografado de sempre, sendo possível captar imagens extraordinárias, de todos os ângulos e de todos os estilos, seja de dia, ao entardecer ou já de noite.
         

Subir à Torre Eiffel é quase uma obrigação, nem que seja pelo menos uma vez na vida. Eu já subi uma meia dúzia de vezes, mas nem sempre lá vou, até porque as filas se tornam cada vez mais demoradas.

De qualquer forma, não haverá melhor maneira de contemplar as paisagens sobre Paris do que do alto de uma das plataformas da Torre. O acesso terá diferentes preços conforme a opção escolhida e, ao longo dos anos, já experimentei todas as alternativas disponíveis, desde o ingresso mais barato, para uma subida pelas escadas, até aos elevadores que vão ao primeiro e segundo níveis… e até já subi uma vez no elevador privado que leva os clientes para o restaurante Jules Verne, sobre o qual falarei mais à frente. Mas qualquer que seja a alternativa escolhida, lá em cima o fascínio será sempre o mesmo, deixando-nos deliciados com tanta beleza.

Deixo aqui alguns exemplos das imagens que podemos ver lá de cima, usufruindo de uma visão completa de 360º sobre a cidade. 

Do lado Norte temos o Trocadéro, com os seu jardins, a sua fonte e o seu palácio e, do lado oposto,  surge o imenso jardim do Champ de Mars, com o Grand Palais Éphémère e, lá mais ao fundo, a Torre Montparnasse, uma marca desse bairro característico da cidade, que chegou a ser uma das principais escolhas entre os pintores das novas correntes artísticas que se desenvolviam em Paris no início do século XX, mas que hoje é só mais um bairro residencial.

Rodando 90º em cada posição, encontramos a Este a imagem da encosta de Montmartre com a silhueta da Basílica do Sacré Cœur e, cá mais abaixo, o Grand Palais junto ao rio Sena. Do lado Oeste, vê-se uma parte do Sena com várias pontes entre as quais a Pont de Bir Hakeim, de que falei lá atrás.

Mas mesmo ficando cá de baixo, também não há quem não faça uma foto junto à Torre, hoje certamente usando a técnica das selfies, mas antes disso eram fotografias tradicionais, como estas duas em família, em dois momentos distintos.
    
Terminando a visita à Torre e esperando depois pela hora do entardecer, o dia vai escurecendo e vão surgindo tonalidades que formam novas paisagens do rio e da Torre que, algumas vezes, são extraordinariamente belas.


Les Bateaux Parisiens

São vários os locais onde podemos apanhar um dos barcos que fazem passeios ao longo do Sena, mas deixo aqui a informação sobre este lugar, junto à Torre Eiffel, de onde saem os barcos de uma das empresas de cruzeiros, neste caso a Les Bateaux Parisiens.

Recomendo sempre este tipo passeio, por ser uma excelente forma de observarmos uma panorâmica geral da cidade ao longo das margens do rio e deixo aqui um conselho para que se faça essa viagem ao final da tarde... a chamada golden hour, com as paisagens iluminadas pelos raios dourados do sol e que, mais tarde, vão mudando para os tons alaranjados do pôr-do-sol.

Ao longo do passeio vamos poder rever todos os locais que já visitámos durante os dias em que estivemos na cidade, mas agora sem o esforço das caminhadas... basta ficar a observar da cobertura do barco.

Vamos voltar a ver cada uma das pontes e cada um dos monumentos que se erguem junto ao rio, mas agora numa perspetiva diferente, como nos casos do Louvre e da Catedral de Notredame.


Ao final da tarde, as margens do Sena vão-se apinhando de gente que usufrui dos últimos raios de sol do dia enquanto esperam pelo pôr-do-sol, e aproveitam a beleza sublime das paisagens envolventes... num espetáculo fantástico para quem passa de barco e observa.

À chegada vamos até junto da Ponte de Bir-Hakeim, e do bairro moderno que fica nessa zona, e voltamos a desfrutar de novos ângulos de observação da Torre Eiffel, sempre elegante e maravilhosa.



La nuit parisienne

Nesta zona da cidade será sempre bom voltarmos aos locais mais interessantes, mas desta vez já depois do pôr-do-sol, onde encontraremos imagens distintas, com as cores das luzes e uma certa nostalgia que a noite sempre traz.

Começando pela Torre Eiffel, vamos poder observar a sua imagem com diversos tipos de iluminação que vão sendo exibidos, cada um mais bonito que o anterior... como o conjunto de luzes que, nos tempos mais recentes, vão piscando durante 5 min em cada hora certa a partir das 21h.

         

Ainda na Torre Eiffel falo-vos agora de uma experiência especial, de quando ali passei um serão no restaurante Le Jules Verne, localizado no alto dos 125 metros do seu segundo andar. Registo apenas que não quero minimamente armar-me em pedante ou arrogante, sabendo que não é um local que se possa recomendar com leveza, pois trata-se de uma experiência efetivamente bastante cara. Mas, na verdade, este blogue serve para registar as experiências vividas ao longo das minhas viagens, e é também verdade que tive a oportunidade de ali jantar numa noite de dezembro do ano de 1995, que se tornou inesquecível.

O acesso ao restaurante faz-se pelo seu elevador privativo, e será a forma mais extraordinária de subirmos à Torre, algo quase inacreditável para mim, que na minha primeira subida, 12 anos antes, nem tinha usado qualquer elevador, paguei o bilhete mais barato e subi a pé pela imensa escadaria até ao primeiro nível… mas agora foi bem diferente.
A experiência foi magnifica, mas não vou só elogiar, e até começo pela parte negativa… o ambiente está longe de ser agradável ou descontraído, com demasiados empresários e magnatas, quase sempre com as suas acompanhantes de luxo.

Mas, tirando isso, tudo o resto é fantástico… desde a decoração, que é bastante cuidada e acolhedora, totalmente baseada em peças do século XIX; até à degustação, que é uma experiência extraordinária, num desfile de vários pratos e vinhos selecionados por um Chef multiestrelado. Mas, mais importante do que tudo isso, é a vista inacreditável que nos acompanha ao longo de toda a refeição, como podem imaginar, ter a Cidade da Luz aos nossos pés é algo completamente inesquecível.
Mesmo que o lugar ocupado possa não permitir o acesso à melhor das paisagens, podemos sempre percorrer outros os espaços dentro do restaurante para conseguirmos ter uma visão de quase 360º sobre a cidade… e será sempre algo magnífico.



Saindo agora da zona da Torre vamos a um outro local imperdível no que se refere à noite parisiense, os Champs-Élysées. Os passeios pedonais dos dois lados da avenida estarão sempre concorridos durante as noites, com as lojas e os restaurantes abertos, tal como as casas de espetáculos, como é o caso do Lido, uma sala de musicais ao estilo de cabaré e burlesco, que é uma referência na cidade.


Mas, nesta zona, haverá sempre a imagem do Arco do Triunfo no cimo da avenida, representando o poder dominante deste monumento sobre a cidade de Paris.


E foi assim que terminámos um percurso que nos ocupou quase um dia completo em torno de alguns dos locais mais fascinantes que alguma vez poderão ser visitados, não só da cidade de Paris, mas de todo o mundo.