sábado, 8 de abril de 2023

Percurso 3 - Madeleine, Invalides, Montparnasse e Tuileries


Este dia começa de novo na zona Norte da cidade, perto da Ópera Garnier, e segue depois pelo trajeto representado neste mapa:
Fizemos uma breve passagem pela Place Édouard VII, um quarteirão muito característico, que mais parece um pátio, com edifícios clássicos muito bonitos e com galerias comerciais, e onde encontramos o  Théâtre Edouard VII e o Musée do Parfum Fragonard, do qual visitámos em tempos a casa original, que fica Grass, na Côte D'Azur, a chamada capital dos perfumes.

Logo de seguida entrámos no Boulevard des Capucines, onde se encontra, no Nº28, uma das mais emblemáticas, e a mais antiga, das salas de espetáculos da cidade, o Olympia de Paris.

O Olympia é uma referência para a cidade e foi palco de alguns espetáculos imortais de grandes artistas, como no caso de dois dos principais vultos da música de língua francesa, Édith Piaf e Jacques Brel.

Nunca tive a oportunidade de entrar nesta sala, mas pode ser que ainda venha a ser possível, pois o teatro continua a oferecer uma programação riquíssima durante todo ano. Contudo, houve tempos em que a sua continuidade chegou a estar ameaçada, mas, há umas décadas, no governo de Mitterrand, criaram um programa de recuperação desta sala que lhe deu a vitalidade de que precisava para voltar a ser uma referência para a cidade de Paris, como acontece até à atualidade.
No final do Boulevard des Capucines encontramos o imponente monumento da Madeleine.


La Madeleine

Apesar do seu design ser semelhante ao dos templos clássicos da Antiga Grécia, a Madeleine é, na verdade, uma igreja católica.

A sua construção atravessou os tempos da Revolução Francesa e, mais tarde, chegou mesmo a ser demolida parcialmente por ordem de Napoleão. Entretanto, ainda sob o comando do Imperador, a obra foi retomada com o envolvimento de um outro arquiteto que lhe conferiu a atual imagem de um templo grego, em homenagem à armada francesa e seguindo a “mania das grandezas” que se tornou uma marca do reinado de Napoleão.
Depois da queda do imperador, o edifício foi transformado numa igreja em homenagem a Santa Maria Madalena.

Em tempos, cheguei a entrar neste espaço, que não é particularmente interessante, quando comparado com as outras igrejas católicas da cidade. Na visita de 2023 voltei a entrar neste templo e confirmei a ideia que tinha, um espaço algo despido e frio, apesar das bonitas esculturas que formam o altar.

De qualquer maneira, é devido ao seu aspeto exterior que este monumento se torna num marco da capital francesa, com as suas fachadas neoclássicas, fazendo mesmo lembrar um imponente templo grego, exibindo um conjunto de 52 colunas coríntias de 20 metros de altura. A fachada principal é ainda formada por um pórtico com um imenso frontão, onde se representa um alto-relevo com imagens do Juízo Final.


Rue Faubourg Saint-Honoré e Palais d’Élysée

Um pouco abaixo da Place de la Madeleine entramos numa transversal famosíssima, a Rue du Faubourg Saint-Honoré, conhecida por concentrar as principais lojas de moda da cidade, mas também pelo ilustre inclino que ali habita.

Esta rua começa no cruzamento com a Rue Royale, que vem da Madeleine, e termina na Place des Ternes, perto do Arco do Triunfo. No nosso percurso, em que só percorremos cerca de metade desta rua, pudemos observar algumas das mais luxuosas lojas da capital francesa, onde se incluem marcas como a Versace, Cartier, Prada, Chanel ou Hermes… entre outras.

         

O Nº 55 desta rua foi a antiga casa da Marquesa de Pompadour, antes de a ter legado ao rei Luís XV. Depois disso, esta casa apalaçada tornou-se num edifício público e foi sendo transformada num verdadeiro palácio, enquanto foi rodando de proprietários ao longo dos anos. Em 1797 adquiriu o nome atual de Palais de l'Élysée, em referência ao passeio homónimo, localizado nas proximidades.

Atualmente, o Nº 55 da Rue Faubourg Saint-Honoré é a sede da Presidência da República e funciona como Casa Oficial do Presidente e, por isso, não pode ser visitada a não ser em ocasiões muito especiais, pelo que nos resta apreciar a fachada, uma face sóbria do palácio que surge nesta rua por entre as lojas mais chiques da moda europeia.
Contornando os limites do Palácio do Eliseu, seguimos depois até aos jardins des Champs-Élysées.


Grand Palais e Petit Palais

Não iríamos desta vez entrar na famosíssima avenida com o mesmo nome do jardim, e focámo-nos antes no imenso palácio que surge logo à frente, o Grand Palais, um dos monumentos mais imponentes e bonitos da cidade de Paris, que se reconhece à distância pela sua famosa cúpula de vidro.
Visitei este palácio algumas vezes, mas recordo-me especialmente de quando ali assisti a uma exposição temporária daquele que é o meu pintor favorito do movimento dos Impressionistas, Pierre-Auguste Renoir.

O palácio é do ano de 1900 e tem quase 77 mil metros quadrados, que oferecem um espaço infinito para exposições e eventos, várias vezes acessíveis gratuitamente, dependendo do tipo de exposição.

Durante a Primeira Guerra Mundial, o Grand Palais foi usado como hospital militar e, durante a Segunda Guerra, sob domínio germânico, chegou a ser utilizado para apresentar exposições de propaganda nazi... mas quando Paris se conseguiu libertar da ocupação que vinha sofrendo, foi também neste palácio que a resistência parisiense instalou a sua sede.

Do outro lado da rua ao longo da qual se desenvolve o Grand Palais, a Av. Winston Churchill, fica o “irmão” menor do Grande Palácio, chamado de Petit Palais. 

O Petit Palais é também um belo edifício construído em 1900, onde são expostas coleções artísticas desde a antiguidade até ao ano de 1920 e é também conhecido como o Museu de Belas Artes da cidade, que poderá ser visitado gratuitamente.
Em ambos os palácios encontramos uns pórticos monumentais e bastante bonitos, que emolduram as suas portas de acesso.
       
O complexo formado pelos dois palácios foi construído para fazer parte da Exposição Universal de 1900. O recinto onde se localizam está compreendido entre os Champs Élysées e o rio Sena, no alinhamento da chamada Esplanade des Invalides, onde ficam também a Ponte Alexandre III e a Ponte des Invalides.

A Ponte Alexandre III, que é talvez uma das mais bonitas de toda a cidade, também ela inaugurada para a Exposição Mundial de 1900, é formada por uma estrutura em aço num único arco, algo que terá sido um grande desafio para a época.
A decoração da ponte é extraordinária, sobretudo pelas quatro colunas de 17 metros de atura, duas em cada margem, na parte superior das quais se encontram as estátuas de cavalos alados pintados de cor dourada, que oferecem uma bela combinação nas paisagens que enquadram a ponte com outros monumentos da cidade.
Mas o próprio vão da ponte é também decorado com belos candelabros negros, com algumas estátuas de querubins e outros elementos decorativos, que transformam esta ponte numa obra de arte belíssima, o que faz com que seja várias vezes escolhida por muitos noivos para ali fazerem as suas fotografias de casamento.
Antes de continuarmos até à zona dos Invalides, ficámos ainda junto ao Sena e fizemos uma breve passagem por uma das faixas arborizadas que ocupam a margem direita do rio, que atravessámos depois pela outra ponte desta zona, que se chama Pont des Invalides.
O itinerário da Pont des Invalides é bastante relevante, ligando o Boulevard de la Tour Maubourg com a Avenue Franklin D. Roosevelt, esta última levando-nos diretamente à Av. dos Champs-Élysées.

A ponte tem 152 m de comprimento e parece ser demasiado baixa, relativamente à cota do rio. É composta por vários arcos e por pilares embelezados por esculturas e símbolos de heráldica em alto-relevo, que a tornam especial quando comparadas com as demais pontes do Sena.


Les Invalides

O Palácio Nacional Les Invalides é um dos monumentos mais importantes de Paris e é lá que se encontra a sepultura de um dos personagens mais icónicos da história francesa, Napoleão Bonaparte.

O imponente complexo arquitetónico dos Invalides foi construído no final do século XVII e é formado pelo Palácio Nacional dos Inválidos, conhecido por Hotel National des Invalides, que foi criado como residência para os soldados franceses aposentados ou afastados do serviço. O objetivo era permitir que os soldados que tivessem prestado serviço à armada francesa durante mais de dez anos, pudessem ter ali um local de acolhimento.
Mas naquele conjunto de edifícios foi também incluída a Igreja Saint Louis des Invalides, que se destinava a servir, ao mesmo tempo, ao rei e aos soldados, para que todos pudessem assistir em simultâneo às mesmas missas, embora tivessem de entrar por portas distintas e ocupassem também lugares diferentes na igreja.

Atualmente distinguem-se duas igrejas que se encontram junto à zona do altar, a principal, sob a cúpula dourada e com um interior luxuosíssimo, e a igreja dos soldados, bem mais modesta.
         
Todo este complexo é visitável, tanto as igrejas como o extenso Museu do Exército que ali se encontra e que mostra centenas de troféus que foram arrebatados aos inimigos, representando a história do exército francês durante o século XIX. A igreja dos soldados, o museu e os pátios são de entrada livre.
Mas se quisermos visitar a capela principal da Igreja Saint Louis e, sobretudo, o espaço onde se expõe o túmulo de Napoleão, entre outros túmulos de figuras ilustres, teremos de comprar bilhete, que só é grátis para menores de 26 anos da União Europeia, como acontece em muitos outros monumentos na capital francesa.

No final, a visita não vale os 15€ cobrados, apenas para podermos apreciar o luxo da capela e, principalmente, para observarmos o túmulo onde é guardado o sarcófago com as cinzas do antigo imperador francês, Napoleão Bonaparte.
Bem mais interessante será contemplarmos o exterior da cúpula desta capela que é também um panteão militar. Normalmente observamos o palácio do lado do rio Sena, onde é visível a fachada do edifício e se ergue, por detrás, a bela cúpula dourada com 100 m de altura.
Mas, se atravessarmos o complexo pelo seu interior, ou contornarmos os seus muros, temos hipótese de observar, em primeiro plano, a Igreja Saint Louis des Invalides com a sua magnífica cúpula, sob a qual se encontra exposta a sepultura de Napoleão.
Neste ponto do nosso percurso o mais comum seria voltarmos para junto do rio e continuarmos o nosso caminho ao longo de uma das margens. No entanto, se quisermos visitar o bairro de Montparnasse podemos aproveitar o facto de estarmos a apenas 2 km para seguirmos diretamente a pé até ao centro deste bairro (a menos que prefiram escolher outra ocasião e outro meio de transporte, como o Metropolitano). Mas atualmente Montparnasse nem será um bairro imprescindível, pelo que admito que não seja sequer incluído num plano de visitas a esta cidade. 

Mas este bairro chegou a ser um dos berços da cultura parisiense, nomeadamente nos finais do século XIX, com a presença assídua de artistas e intelectuais, que ali viveram e, alguns deles, ali morreram e terão mesmo sido sepultados no célebre Cemitério de Montparnasse.

Houve mesmo um período, já mais tarde, em que o bairro se tornou no principal centro artístico da cidade, quando alguns dos pintores mais ilustres daquela época, começaram a deixar o bairro de Montmartre e se instalaram em Montparnasse, e isso aconteceu, por exemplo, com Pablo Picasso, Cézanne e Dalí, entre outros. 

Mas toda essa efervescência intelectual e artística que caracterizava Montparnasse na idade de ouro dos loucos anos vinte, já não é minimamente percetível. Hoje em dia, o bairro é apenas mais um conjunto de ruas, sempre muito bonitas, como em toda a cidade, com destaque para o Boulevard Raspail, a Rue de Rennes e, sobretudo, o Boulevard du Montparnasse... embora nenhuma delas apresente qualquer fator diferenciador.


Neste momento, único traço especial que aqui encontramos, é a presença do maior arranha-céus parisiense, a Torre de Montparnasse, que é visível de todo o lado, como um farol, do próprio bairro e até de grande parte da cidade.

E será esta a principal atração do bairro de Montparnasse, a possibilidade de subirmos ao alto da torre e daí podermos contemplar as imagens em 360º que mostram uma cidade completa. O preço para o acesso ao topo do edifício era de 15€, em abril de 2023, e as paisagens serão sempre magníficas, com a possibilidade de observarmos o outro grande miradouro da cidade, a Torre Eiffel, para além de outras zonas de destaque, como o Sacre Coeur, ou até o Cemitério de Montparnasse, uma das referências do bairro, onde descansam vários notáveis da vida parisiense.



Um novo percurso, desta vez seguindo pela Rue de Rennes e depois pelo Boulevard Raspail, leva-nos de novo até às margens do rio, chegando à avenida marginal, nesta zona chamada de Quai D’Orsay, nas proximidades da Pont de la Concorde, que liga a Place le la Concorde ao majestoso Palais Bourbon.

Trata-se de um palácio que foi mandado construir pelos membros da família Bourbon e foi concluído no ano de 1728. Mas, algumas décadas mais tarde, com a Revolução Francesa, o palácio foi retirado aos proprietários e declarado como “propriedade do povo”, passando a ter diversas utilizações ligadas aos poderes que emergiram da revolução.

Depois da revolução, e com o início da era napoleónica, em 1799, o palácio teve a sua fachada alterada, sendo construída a atual colunata, seguindo as ideias delirantes do novo imperador.

Na atualidade, o palácio recuperou o seu nome original de Palais Bourbon, e é utilizado para funcionamento da Assembleia Nacional da França.
Mais um ligeiro percurso pelas margens do Sena e chegamos a outro um ponto notável desta zona da cidade, o Museu de Orsay.


Museu de Orsay

Trata-se de um museu dedicado às artes plásticas do século XIX, a que correspondem períodos artísticos que transcorrem entre as obras de arte clássica, expostas no Museu do Louvre, e as de arte moderna, expostas no Centro Pompidou. Assim sendo, encontramos, por exemplo, todo o movimento do impressionismo… um dos meus favoritos em todo o panorama da arte mundial.

O Museu D’Orsay está localizado numa antiga estação de comboio que foi inaugurada no ano de 1900 para a Exposição Mundial de Paris. A estação funcionou em pleno até 1939, quando começou a Segunda Guerra Mundial e, com o final da guerra foi ficando abandonada, chegando mesmo a estar prevista a sua demolição. Foi só em 1977 que a estação se livrou dessa possibilidade, quando foi decidido transformá-la em um museu. Nasceu assim a ideia que iria dar origem à criação deste fantástico museu.
A inauguração do D’Orsay aconteceu em 1986 e, atualmente, o edifício ainda conserva o mesmo encanto da antiga estação que ali funcionava, mantendo a imagem belíssima das suas fachadas.
Ao contrário de outros museus, muito extensos e fazendo com que qualquer visita se torne muito demorada, o Museu D’Orsay é bem mais simples e prático para visitar. Por ser composto pelas antigas naves da estação, com grande dimensão, torna-se mais fácil percorrer os principais espaços de exposição, sem grandes demoras pelos corredores, salas e salinhas, como acontece, por exemplo, no Louvre.

Além das esculturas e pinturas, o museu exibe ainda os relógios da antiga estação, tanto os vitrais que são visíveis da fachada, como os relógios interiores, usados para controlo dos horários dos comboios.

Visitei pela primeira vez este museu dez anos depois da sua inauguração e, como não podia deixar de ser, deixei-me encantar pelos impressionistas… mas reconheço que o museu terá bastante mais para oferecer para além das obras do impressionismo.

Mas volto a insistir nos meus prediletos, os pintores impressionistas, claro, dos quais escolhi algumas imagens dos quadros ali expostos dos mestres Edgar Degas ou Paul Cézanne.

E selecionei também algumas das obras dos meus pintores impressionistas favoritos, que são os casos de Vincent Van Gogh, Claude Monet ou Renoir, este último o melhor de todos eles… na minha opinião, claro.


À saída do museu seguimos pela ponte pedonal que ali atravessa o rio, a Passerelle Léopold-Sédar-Senghor, uma homenagem ao escritor, que foi também presidente do Senegal, e que é muito respeitado em França, e chegámos diretamente ao principal jardim do centro da cidade de Paris, o Jardim das Tulherias.


Jardins de Tuileries

Foi o primeiro jardim público de Paris e a sua localização é excelente, desenvolvendo-se entre o Palácio do Louvre e a Praça da Concorde, oferecendo paisagens lindíssimas que combinam as belas fachadas dos edifícios vizinhos, com o próprio jardim e os seus relvados e flores, e com as suas estátuas e lagos artificiais ali existentes.

Se começarmos o nosso passeio do lado do Louvre, o jardim de Tuileries pega com o chamado Jardin du Carrousel, que é uma espécie de jardim privado deste museu, e podemos fazer a nossa entrada para a extensa área ajardinada pelo Arc de Triomphe du Carrousel, uma obra construída por ordem de Napoleão, e que se encontra alinhado no mesmo eixo desde o vértice da pirâmide até aos arcos do Triunfo e de La Defense.
Seguindo depois até à Place de La Concorde iremos percorrer cerca de 900 m, sempre acompanhados por bonitas paisagens, ou de um verde vivo, na Primavera ou no Verão, ou também em tons outonais, amarelados e avermelhados, conforme já encontrei algumas vezes.

Em meados do século XVI começaram as obras de construção do Palácio de Tuileries, sob as ordens de Catarina de Médici, a rainha consorte da França, por casamento com o rei Henrique II, e que viveu meio século antes da outra rainha consorte da mesma família, Maria de Médici.

Devido à sua origem italiana, ambas as rainhas quiseram construir palácios e jardins à imagem dos palácios florentinos da família Médici… nascendo assim os Jardins das Tulherias e, algumas décadas depois, nasceriam também os Jardins do Luxemburgo.

Apesar do luxo e dos caprichos que eram ordenados por Catarina de Médici, quer o palácio quer os jardins acabaram por herdar um nome meio proletário, inspirado nas fábricas de “tuilles” ou azulejos, que anteriormente se encontravam naqueles terrenos.

Naquelas épocas de alto glamour da realeza, estes jardins, que pertenciam ao palácio e estavam rodeados por muros intransponíveis, foram palco de luxuosas festas nas quais os convidados desfrutavam dos espaços verdes, das fontes e das esculturas. Mas quando a Corte foi para Versalhes, o palácio e os jardins ficaram ao abandono e perderam o seu esplendor.

Com o aproximar da Revolução Francesa, o Palácio de Tuileries foi destruído pela Comuna de Paris, mas os jardins foram poupados e acabaram por ser transformados nos jardins públicos que hoje encontramos.

Atualmente, estes jardins constituem um local bastante agradável onde os parisienses e os turistas podem fazer uma pausa do movimento frenético da cidade, aproveitando para descansar nas muitas cadeiras metálicas que se encontram por todo o lado, sobretudo em torno do imenso lago, chamado de Bassin Octogonal.
No final dos jardins entramos na Place de La Concorde onde se ergue um imenso obelisco que é mais uma imagem de marca da cidade de Paris. 

Nas muitas visitas que aqui fiz já encontrei esta praça com diferentes tipos de ocupação do espaço, desde a versão mais simples, em que a praça exibia apenas os seus monumentos originais, com o obelisco, as suas fontes, e os seus candelabros; até à existência de uma roda gigante, juntamente com outras atrações menores, criando assim um mini parque de diversões para complementar a oferta a quem quisesse aproveitar esta zona de lazer da cidade.

E mesmo antes de chegarmos à Place de La Concorde, podemos ainda visitar mais um dos museus da cidade, o Museu Orangine, localizado junto ao Bassin Octogonal, mas já próximo do rio Sena.


Museu Orangerie

Encontra-se num bonito edifício construído em 1853 como uma estufa de laranjeiras e, embora seja um pequeno espaço, quando comparado com os grandes museus parisienses, não podia deixar de o visitar. É que o Museu Orangerie vale, sobretudo, pela sua excelente coleção de pinturas impressionistas, principalmente algumas das obras-primas de Monet.
A parte mais famosa do museu são as duas salas onde estão expostas as enormes obras dos Nenúfares de Monet, instaladas seguindo as instruções de colocação do próprio Monet, em salas ovais, onde as pinturas parecem ganhar movimento quando as observamos do centro e percorremos com os olhos as telas que se dispõem em torno de nós, ao longo dos 360º que nos envolvem.

Mas além das obras de Monet, no Orangerie podem também ser apreciadas outras obras de grandes mestres, como estas duas, dos também impressionistas, Renoir e Paul Gauguin.
         
Assim, pelo menos para mim, o Museu Orangerie acaba por ser um dos melhores de Paris, em conjunto com o Museu D’Orsay, isto devido à minha preferência assumida pelos pintores impressionistas… mas não haverá quadro impressionista do qual eu possa gostar mais do que este enquadramento que, não sendo totalmente impressionista, a mim me impressiona muito.


Place de la Concorde

A Place de la Concorde encontra-se entre a Av. Champs Élysées e o Jardim de Tuileries, na interceção com o eixo definido entre a Madeleine e o Palais Bourbon, dois monumentos sobre os quais já falei, ambos com uma aparência inusitada, dando ares de templos gregos.

A Praça é enorme, é mesmo uma das maiores de França, e uma das mais representativas da cidade, mas como é utilizada como uma imensa rotunda rodoviária, acaba por perder grande parte do seu interesse histórico ou turístico.

A Praça Concorde foi construída no final do século XVIII sob o nome de Praça Luís XV, o rei em exercício naquela época, que estava representado ao centro através da sua estátua equestre.

Durante a Revolução Francesa, já reinava Luis XVI, neto de Luis XV, a estátua foi derrubada e fundida e a praça foi rebatizada como “Praça da Revolução”, tendo-se tornado num cenário sangrento quando ali instalaram uma guilhotina onde foram executadas mais de 1.200 pessoas. Foi ali que foram decapitados alguns nomes maiores da monarquia francesa, como o próprio rei Luís XVI e a sua rainha, Maria Antonieta.

Mais tarde a praça seria rebatizada definitivamente com o atual nome de Place de La Concorde e adquiriu o aspeto atual quando foi colocado no centro um enorme obelisco proveniente de Luxor, no Egito, com mais de 3.000 anos de existência. Para manter a perfeição geométrica da cidade, o vértice superior do obelisco também coincide com o eixo imaginário entre a pirâmide do Louvre e os arcos do Triunfo e de La Defense.
A praça é também conhecida pelas suas duas fontes a Fontaine des Fleuves e a Fontaine des Mers, ou seja, as fontes dos rios e dos mares, ambas iguais, com o mesmo formato, as mesmas estátuas e as mesmas cores.
Termina aqui este longo percurso, com a possibilidade de visitarmos dois museus e várias outras atrações.