Neste percurso de um dia inteiro incluímos uma longa caminhada pelo grande jardim da cidade, o Central Park, com alguns desvios para visitarmos três dos principais museus de Manhattan, todos localizados junto ao parque.

Começámos a caminhada pela praça Columbus Circle, uma zona de entrada do parque, do lado West, o da 7th Avenue, que está totalmente rodeada por arranha-céus, como acontece na entrada do lado oposto, o lado East, junto à 5th Avenue. Mas, enquanto os arranha-céus desse lado são edifícios clássicos, cheios de história e glamour, do lado da Columbus Circle os arranha-céus são moderníssimos, como é o caso do complexo designado por Time Warner Center, um conjunto de edificações com a altura máxima de 229 m, e é também o caso de uma das Trump Tower’s, onde funciona um dos hotéis de luxo da cidade.

Logo à entrada somos recebidos pela réplica de um enorme esqueleto de um T-Rex, com cerca de 15m, que nos dá as boas-vindas para o mundo de ciência e fantasia que nos espera.

A forma como explorámos este museu foi totalmente desordenada, fomos seguindo pelos corredores sem um destino definido, fazendo paragens nas salas mais apelativas e voltando de novo ao circuito, quase labiríntico, até darmos a visita por terminada, não porque já tivéssemos visitado exaustivamente tudo o que o museu tem para ver mas, muito provavelmente, parámos porque já estávamos exaustos.
Como recordação daquelas horas que passámos neste museu, mostro aqui duas réplicas enormes recriando a era dos dinossauros, e destaco também alguns artefactos, como duas esculturas icónicas de cabeças (são duas réplicas, claro), uma da civilização Maia da américa central e outra recriando uma das famosas estátuas Moai, da Ilha da Páscoa.

À saída do museu entrámos diretamente no admirável mundo de Central Park. Para visitar o parque é importante que esteja um dia de sol, caso contrário os verdes não serão tão verdes, nem encontraremos assim tantos nova-iorquinos e turistas praticando todo tipo de atividades que o parque permite.
Mas o nosso dia era mesmo um desses dias com um sol brilhante e pudemos apreciar devidamente as imagens maravilhosas que o parque pode oferecer.
Passámos, por exemplo, pela conhecida casa dos barcos, ou The Loeb Boathouse, e pela zona da Bethesda Fountain, uma fonte tantas vezes utilizada como cenário de filmes que recordamos, tal como as suas arcadas, as Minton Tiles at Bethesda Arcade.


Como última referência ao Central Park queria só mencionar o Wollman Rink, uma imensa pista de gelo onde tantos atores já por lá patinaram em tantos filmes ao longo da história do cinema americano. Em junho não há gelo e, por isso, não tivemos acesso a esta atração, mas quem visitar esta cidade no Inverno não deixe de alugar uns patins de gelo e arriscar um passeio nesta pista mítica... se caírem será o sítio certo para se aleijarem... até fica bem, se é para partir uma perna que seja a patinar no gelo no Central Park, e ficam com uma boa história para contar.
Voltando atrás, quando saímos do parque do lado da 5th Avenue, e antes de termos reentrado de novo em direção ao Sul do parque, passámos pelo Museu Guggenheim e depois pelo Metropolitan Museum.
Mas optámos por não visitar o Guggenheim, trata-se de um museu de arte moderna, tal como o MoMa, e já não sobrava tempo, nem disposição, para mais uma visita, sobretudo porque ainda tínhamos o Metropolitan para visitar.
Assim, focámo-nos apenas nos aspetos arquitetónicos do edifício e deixámos as obras de arte para uma próxima visita.


A apenas 500 m abaixo do Museu Guggenheim surge o Metropolitan Museum of Art, conhecido informalmente como The MET, e é um dos museus de arte mais visitados, não só nos Estados Unidos, como em todo o mundo.
Eu sempre fui fã dos impressionistas, e tenho visto algumas obras na Europa, nomeadamente em França, onde estão as galerias com as principais peças deste movimento. Mas a coleção dos impressionistas do MET pareceu-me ser perfeitamente extraordinária, contendo algumas das pérolas do movimento criado em França no século XIX.
E assim deixámo-nos ficar um pouco por aquelas galerias, sobretudo em torno de algumas das obras de que mais gostámos e que mais nos tocaram.
Começo por referir uma pintura de Paul Gauguin, já do pós-impressionismo, o famoso “Two Tahitian Women with Mango Blossoms”.
Depois, já na zona dos impressionistas, passámos por algumas obras de Edgar Degas, como o “Woman with a Towel” e um dos muitos quadros que Degas pintou sobre o tema “As bailarinas”.


Muito para além de todas as obras que tinha vindo a encontrar, fui surpreendido, quase esmagado, pelo magnífico quadro a óleo “Campo de Trigo com Ciprestes” de Vincent Van Gogh.
Conhecia a imagem mas não estava à espera que este pequeno quadro, com apenas 73cm x 93cm, me pudesse tocar daquela forma. Fiquei sentado, imóvel e em silêncio, observando aquelas cores, aquele emaranhado de pinceladas espessas que quase me arrepiaram, aquela luz, que parecia irradiar das camadas subjacentes de tinta, já com 120 anos de idade.
Aquele quadro tinha um efeito quase físico, um magnetismo que me impressionou de uma forma brutal... e eu não estava preparado para toda aquela beleza.
Ah, é verdade, antes de acabar ainda falta a referência ao cinema! Foi um clássico na minha juventude (quem nunca viu que procure), chama-se Vestida Para Matar, um thriller de Brian de Palma. Tem uma cena determinante em pleno museu.
Depois de sairmos definitivamente do parque voltámos então ao frenesim daquela parte da cidade a caminho da Times Square e com um único desvio, passar à porta do Carnegie Hall, a mítica sala de espetáculos nova-iorquina por onde passaram tantas figuras da música, de todo o tipo de estilos e provenientes de todas as partes do mundo.