quinta-feira, 11 de junho de 2009

New York - Percurso 1 - O Midtown


No primeiro dia começámos por percorrer algumas das ruas do Midtown, entre as avenidas 7th e 5th, na zona envolvente da Times Square.


O MoMA

O destino inicial era ao Museum of Modern Art (MoMA), cujo ingresso deve ser adquirido previamente, para evitar as longas filas na bilheteira. 

Como a maioria das coisas nesta cidade o MoMA é um espaço perfeitamente incrível e foi talvez o museu de que mais gostei dos muitos que tenho visitado em todo o mundo. Não é possível descrever um museu como este numa crónica de viagens e, por isso, vou apenas referir as particularidades que mais me impressionaram, ilustrando com algumas fotos das obras mais marcantes.

A visita ao museu vai evoluindo em crescente, melhorando cada vez mais o nível das obras expostas. A primeira coisa que me impressionou foi uma zona de exposição da arte da Bauhaus com coleções bastante completas. Mas em seguida começaram a desfilar algumas das peças mais interessantes da pintura do século XX... pelo menos na minha opinião. 

E assim foram-se sucedendo obras cada vez mais brilhantes, das quais saliento as de Andy Warhol, as de Paul Gauguin, de Gustav Klimt ou o quadro “Dance” de Henri Matisse. 



Mais à frente surgiram alguns dos meus pintores favoritos, como são os casos de Wassily Kandinsky, Pollock ou Pablo Picasso, com uma das coleções mais completas que já vi do génio espanhol. 
A sala dedicada a Jackson Pollock deslumbrou-me com os seus quadros enormes que forravam integralmente as paredes daquele espaço, criando uma sensação impressionante.
Pablo Picasso é um dos pintores mais exposto nesta galeria, e de todas as suas obras destaco duas delas que considero sublimes, o “Girl Before a Mirror” e o icónico “Les Demoiselles d'Avignon”, sendo este último um dos quadros mais importantes de toda a obra do génio Picasso.

Este museu não é só mais um local de exposições, é um espaço que nos deixa esmagados de tanta preciosidade que ali nos surge, tão disponível e tão ao nosso alcance, cheia de referências artísticas importantíssimas, algumas que sempre preencheram o nosso imaginário. É um local marcante que nos sensibiliza e que a mim me chegou mesmo a emocionar. Quem quer que visite a cidade de Nova Iorque não deve deixar de visitar este espaço tão singular, contendo algumas das coleções mais preciosas da pintura e da escultura mundial.


O Midtown

À saída do MoMA deambulámos um par de horas no chamado Midtown, a zona entre as 5th e a 7th avenidas, e entre as ruas 30th e 59th. Toda esta área está preenchida por arranha-céus elegantíssimos, que são o rosto desta cidade.

Escolho aqui apenas alguns dos locais de destaque. De um lado, o West Side, as movimentadas Broadway e 7th Avenue que desembocam na frenética Times Square. Do outro lado, no East Side, surgem as charmosas e requintadas Park e 5th Avenues. 

Nesta zona da 5th avenida, para além do charme de algumas das lojas mais chiques da cidade, surgem locais incontornáveis, como uma das Trump Towers ou a catedral da cidade, a Saint Patrick's Cathedral.

Surge também nesta zona um dos locais mais marcantes da cidade, o Rokefeller Center.

O Rockefeller Center e a Rockefeller Plaza, fazem parte de um complexo de 19 edifícios comerciais, construído pela família Rockefeller, que ocupam uma área de quase 100 mil m² entre as ruas 48th e 51th do Midtown de Manhattan.

No Inverno, e especialmente no Natal, a visita a este local já faz parte da tradição da cidade, quando a praça principal do complexo oferece uma pista de patinagem no gelo e é decorada com uma grande árvore de Natal.

O complexo do Rockefeller Center integra também a sala de espetáculos Radio City Music Hall e a sede da NBC, em cujo estúdio 8H, é gravado o famoso Saturday Night Live.
Uma das avenidas mais interessantes desta zona é a Park Avenue, que é uma das poucas cujo nome difere da nomenclatura da maioria das avenidas da cidade, que são designadas por uma numeração da 1st à 12th. 
Na junção da Park Avenue com a 42th Street localiza-se uma das referências da cidade, a estação ferroviária, a mítica Grand Central Station. Mais do que uma estação de comboios este espaço é uma referência da cidade, tem sido o cenário de muitos filmes, o que o torna num lugar familiar, como se já por lá tivéssemos passado para apanhar algum comboio. 

A estação foi construída entre 1903 e 1913 e o seu projeto foi concebido por dois ateliers de arquitetura americanos e pelo escultor francês Jules-Alexis Coutan, que foi o criador do relógio da fachada. 
Continuámos a deambular pelas ruas e avenidas do Midtown até atingirmos a rua 33rd junto à 7th Avenue, onde encontramos o edifício da Pennsylvania Station, a outra grande estação ferroviária de Nova Iorque, e a maior sala de espetáculos da cidade, o Madison Square Garden
Uma das coisas que gostava de ter feito em New York, mas que não consegui concretizar, era assistir a um espetáculo no Madison Square Garden. Na verdade não seria um espetáculo qualquer, o que eu queria mesmo ver era um jogo da NBA, da equipa local, os Knicks. Podemos tentar arranjar bilhetes com antecedência, mas não é fácil, porque os jogos esgotam depressa e, sobretudo, porque os preços são demasiado caros, os mais baixos andam em torno dos 200 U$D. Mas haverá outro tipo de espetáculos de música a preços mais decentes e pode-se tentar arranjar ingressos.


A Times Square

Percorremos depois a 7ª avenida até à esmagadora Times Square, um nome que foi dado à zona de interceção da Broadway com a Sétima Avenida, entre as ruas 42nd e 47th.

Trata-se de uma área comercial, onde quase todos os arranha-céus exibem outdoors luminosos com imagens e néons. E é engraçado, mas a Times Square não é sequer uma rua ou uma avenida, ou mesmo uma praça… não há qualquer edifício cujo endereço se localize nesta praça, é sempre localizado numa das ruas ou das avenidas que lá se cruzam.

Na Times Square estão localizadas algumas empresas ou instituições de referência, como o NASDAQ, uma das principais bolsas de valores do mundo, os estúdios da rede de televisão ABC, de onde o programa matinal Good Morning America é transmitido ao vivo, ou os famosos estúdios da MTV e da Virgin Records. O local possui uma das maiores concentrações da indústria do entretenimento no mundo, com dezenas de teatros na sua envolvente, e possui também grandes lojas das mais famosas marcas internacionais. 

O nome da praça resultou da existência de um edifício, o Times Building, que durante muitos anos serviu de base a um dos principais jornais da cidade, o New York Times.

Neste momento, a Times Square é mesmo o local mais visitado do mundo, com cerca de 40 milhões de visitantes por ano. Uma das suas principais atrações é a festa de fim de ano, na véspera de Ano Novo. Uma bola de cristal iluminada localizada num poste no topo de um dos prédios da praça, vai descendo pelo poste com a passagem do tempo, até chegar à sua base sinalizando a meia-noite e o ano novo.

Se New York é uma espécie de capital do mundo, a Times Square é o centro de gravidade da cidade e, portanto, será também, o centro de gravidade do planeta... e o que é mais curioso é que essa sensação é perfeitamente percetível, sentimos mesmo que estamos no centro do mundo e com um poder imenso que essa sensação nos transmite.
E enquanto estivemos na cidade passámos por lá sempre ao final da tarde e início da noite, exatamente quando a praça mais vibra, com a concentração de nova-iorquinos e turistas de todas as partes do mundo, que se deixam apenas ficar ou estão de passagem para um dos muitos teatros da zona. E durante a nossa estadia nunca nos cansámos de desfrutar daquele local, na maior parte das vezes estivemos só por lá a observar aquele circo.

E o que é curioso é que nem há muito que possamos descrever sobre este local... porque não são os arranha-céus, nem as fachadas dos edifícios, nem sequer os outdoors de néon, que nos marcam desta forma tão decisiva... é um conjunto quase impercetível, são as sensações, a vibração, a emoção, é isso que nos toca, é isso que nos apaixona.
A sua imagem torna-se ainda mais dominante durante a noite, quando os inúmeros painéis luminosos de publicidade vão acendendo e apagando, tornando esta praça numa espécie de palco de emoções, sempre vivo, sempre palpitante.



Os espetáculos na Broadway

Quem vai a New York devia sempre tentar ver um dos muitos espetáculos que estão em cartaz nos vários teatros da zona da Broadway.

Porém, atualmente, são bastante caros, sobretudo para uma família, e os bilhetes esgotam com facilidade, pelo que recomendo que se faça a reserva prévia. 

Nesta altura existiam ainda quase todos os grandes clássicos, como o Hair, West Side Story ou o Fantasma da Ópera, e alguns a que já tive a oportunidade de assistir, como o Miss Saigon ou o Chicago. Mas já será difícil voltar a assistir a uma pérola irrepetível, o musical do filme Victor Victória, ainda com a própria Julie Andrews. 
Este ano escolhemos o musical que estava em alta, o Mamma Mia, que seria um valor seguro, pela banda sonora que todos conhecíamos desde pequenos.

No entanto, embora um espetáculo na Broadway seja sempre um acontecimento marcante, reconheço que não assistimos ao melhor Mamma Mia, talvez tivéssemos tido azar com os atores, que eram um bocado canastrões.


Um passeio de limousine

Não passa de uma brincadeira, mas é muito engraçado percorrer as ruas de Nova Iorque de limousine. Arranja-se e negoceia-se na rua, e pede-se para fazerem o percurso que quisermos. 

Estávamos a sair do teatro na Broadway, depois do Mamma Mia, e tivemos um impulso coletivo que nos fez entrar naquela limusine. 
Pedimos para ir a Brooklin, junto à ponte, a ideia era ver a paisagem de Manhattan iluminada... e em menos de nada lá estávamos nós, sem saber bem se estávamos acordados ou a sonhar, fazendo parte de um imaginário que só conhecíamos do cinema, as ruas movimentadas, as luzes, os néons, e nós ali, no meio daquilo tudo... num autêntico mundo de fantasia.
O preço não foi estupidamente caro, até porque éramos seis pessoas... mas ainda que fosse, daria por muito bem empregue cada dólar gasto naquele desvario.


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