A cidade de Glasgow, a segunda cidade escocesa, depois da capital Edimburgo, é normalmente considerada como uma cidade feia e muito industrial. É isso que se ouve constantemente falar de Glasgow, e é por isso que, muitas vezes, quem visita a Escócia, não inclui sequer esta cidade nos seus roteiros.
E era disso que estava à espera… mas reconheço que foi uma agradável surpresa. Na verdade, grande parte da antiga zona industrial, como é o caso das docas do porto, foi reconvertida numa zona moderna, com uma série de infraestruturas artísticas, culturais e de divulgação científica, que fazem desta parte da cidade um local bastante atrativo… a fazer lembrar o nosso Parque das Nações, a seguir à Expo.
E depois de me ter apercebido do interesse destas novas docas, programei a visita percorrendo três zonas distintas, que estão representadas com cores diferentes neste mapa da cidade, em que começámos justamente pela antiga zona industrial do porto de Glasgow:
As Docas de Finnieston
Começámos o dia fazendo um passeio pelas margens do rio Clyde na zona das chamadas Docas de Finnieston, onde ficava o hotel que reservámos, o Hilton Garden Inn.
O percurso escolhido, que se encontra assinalado a roxo no mapa anterior, leva-nos ao longo desta parte da cidade, que outrora foi a principal zona do porto, chamada de Queens Dock, e que, atualmente, depois de requalificada, integra ainda algumas instalações originais devidamente recuperadas, mas inclui também um conjunto de novas infraestruturas, como museus e salas de espetáculos, todos com uma arquitetura moderna, fazendo com que esta zona se tornasse num dos principais centros culturais e artísticos da cidade.
Começámos junto ao hotel onde se ergue o imponente guindaste do antigo porto, o Finnieston Crane, que é atualmente uma peça de arqueologia industrial, e que constitui a principal imagem de marca da zona.
Atravessámos depois o rio através da Clyde Arc Bridge, uma ponte rodoviária com uma silhueta vanguardista, formada por um único arco superior atirantado, que lhe dá este formato de ponte do futuro.
Ao percorrermos a margem esquerda do rio vamos observando os edifícios modernos que se elevam na área da margem direita, com o chamado OVO Hydro, que é um imenso pavilhão multiusos, e o SEC Armadillo, que é um auditório modernista… ambos enquadrados pela imagem imponente do Finnieston Crane.
E seguindo ainda pelo passadiço da margem esquerda vamos chegar ao complexo do Glasgow Science Centre, que inclui o próprio centro, um Cinema IMAX e a Centre Tower.
O Glasgow Science Centre é uma das atrações turísticas da Escócia, com muitas atividades científicas e de entretenimento para visitantes de todas as idades, com exposições interativas, oficinas, espetáculos, um planetário e um cinema IMAX.
Junto a este complexo fica ainda um outro edifício moderno, onde funciona a delegação escocesa da BBC, cuja imagem faz conjunto com o Centro de Ciência na paisagem que observamos do lado oposto do rio.
Depois de percorrermos a margem Sul do rio Clyde, atravessámos uma outra ponte, desta vez a Bell's Bridge, uma ponte pedonal, e chegámos de novo à zona de Finnieston, agora bem mais perto do pavilhão multiusos OVO Hydro e do auditório SEC Armadillo.
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O trajeto seguinte levou-nos até a uma destilaria, a The Clydeside Distillery, para a qual já tínhamos feito a reserva para uma visita.
A reserva foi feita online pelo preço de £18,5 por pessoa, o que inclui uma visita de cerca de uma hora a esta destilaria, para percebermos um pouco da sua história, ou da história do próprio whisky, que pode ser considerado como um património desta cidade.
O nome da destilaria tem a ver com a sua proximidade com o rio Clyde, sabendo-se que integra mesmo a Pumphouse, ou casa das bombas, das antigas docas, localizadas nesta zona do rio. E o bonito edifício de tijolo com uma torre, onde hoje encontramos esta destilaria, era já visível nas antigas fotografias da Queens Dock.
Durante a visita foi-nos explicado como se faz o whisky, quais os ingredientes e onde são produzidos, e depois todos os processos, da maturação à destilação, que nos foram mostrados nas várias salas e com os diversos equipamentos, como os bonitos alambiques de cobre.
No final tivemos ainda direito a umas provas, desde o whisky mais comum até aos de puro-malte… mas que a mim, me sabem todos ao mesmo, a álcool desinfetante.
Depois da visita à destilaria regressámos ao hotel para ir buscar o carro e seguimos para uma zona mais distante das docas, onde se encontra o recente museu, o Riverside Museum.
Este museu foi construído especificamente para este fim, criado na junção dos rios Clyde e Kelvin, em que o edifício segue um formato semelhante ao dos antigos armazéns existentes nas docas.
O museu foi inaugurado em 2011, com projeto da arquiteta e designer iraquiano-britânica, Dame Zaha Hadid, e tem mais de 3.000 objetos em exposição.
No seu interior encontram-se coleções sobre os transportes e as tecnologias que existiram nesta cidade, e que foram reunidas ao longo dos séculos, representando a importância de Glasgow na indústria pesada escocesa, como a construção naval, ou a construção ferroviária.
O West End e a Glasgow University
Tentámos agora escolher um estacionamento neste lado da cidade, junto ao bairro do West End, de onde íamos sair de novo a pé para visitarmos um conjunto de jardins e edifícios históricos, seguindo os percursos assinalados a vermelho no mapa da cidade que juntei no início desta crónica.
O termo usado de “tentámos”, tem a ver com a dificuldade encontrada, que não foi por falta de lugares de estacionamento, mas porque nos foi difícil conseguirmos moedas para os parquímetros. É que na Escócia quase tudo se paga com cartão, mesmo os parquímetros que fomos encontrando durante a nossa viagem, e só aqui em Glasgow tivemos necessidade de arranjar libras, e não em notas, porque aí teríamos ido a uma máquina ATM, os parquímetros exigiam apenas moedas.
Tivemos de resolver à portuguesa… não pagámos e rezámos para que não nos multassem, e não multaram, tivemos sorte.
Depois deste percalço, fizemo-nos ao caminho começando pelo Kelvingrove Art Gallery and Museum, que é o museu, fora de Londres, mais visitado no Reino Unido, talvez por ser de acesso gratuito.
O edifício é, por si só, uma belíssima atração, com as fachadas em cor de terracota e com o seu interior, que tem um hall principal muito bonito. Encontra-se ali uma das grandes coleções europeias sobre arte cívica, mas que não achei grande graça, faz lembrar os museus de história natural, cheio de bichos empalhados.
Este museu está localizado junto a um imenso parque, o Kelvingrove Park, e imediatamente abaixo do principal Campus da Universidade de Glasgow. Assim, fizemos o percurso que los levou até a Universidade, cuja torre do edifício principal se tornava visível ainda durante o caminho, enquadrada pelo arvoredo e pelo rio Kelvin, que estão integrados neste grande parque verde.
Já mais próximos, pudemos apreciar a bonita fachada deste edifício, uma vez mais nos tons de terracota.
Já junto ao edifício da Universidade não sabíamos ainda se poderíamos entrar ou se nos teríamos de contentar em apreciar as suas fachadas. Mas correu bem, talvez por ser um dia de semana, todas as portas estavam abertas e pudemos apreciar o interior deste edifício, com os seus pátios e as suas salas, bastante bonitos, que já foram até utilizados na rodagem de algumas cenas dos filmes da saga Harry Potter, representando a escola de magia de Hogwarts… e é exatamente esse o ambiente que ali encontramos.
Uma outra atração deste Campus, e também com uma envolvente que nos faz logo lembrar o universo de Hogwarts, é a Capela da Universidade, com os espaços assinalados com os brasões de cada equipa… que imaginamos serem equipas de feiticeiros.
À saída desta zona da Universidade entramos diretamente pelos jardins que fazem parte do Kelvingrove Park, um imenso parque que é atravessado pelo rio Kelvin, e que já foi, em tempos, designado por West End Park, devido à proximidade do bairro com o mesmo nome. Este jardim é muito rico em termos artísticos e culturais, pelos vários monumentos que ali se encontram, mas também pelos eventos que ali têm lugar, desde exposições a espetáculos de música e teatro, alguns deles decorrem no anfiteatro do parque, o Kelvingrove Bandstand.
E nos dias de sol, que serão raros, este parque é utilizado pela população local para banhos de sol e atividades ao ar livre… como os ingleses costumam fazer no Hyde Park.
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Já de volta ao estacionamento, passámos ainda perto de uma outra galeria de arte, a Kelvin Hall Open Collections, mas, apesar de ter acesso gratuito, não quisemos entrar, estávamos um pouco ansiosos para saber se iriamos encontrar um talão de multa no carro.
Assim, observámos apenas as fachadas em tijolo avermelhado, como os demais edifícios monumentais desta zona, e seguimos diretamente até ao carro. Sabíamos também que, até 2010, este edifício funcionou como Museu dos Transportes e, nessa altura, talvez até tivesse interesse, pois sempre apreciei as referências aos meios de transporte do antigamente... mas a coleção aqui existente foi levada para o novo museu Riverside Museum, e atualmente nem sei o que é que ali estará em exposição.
Centro Histórico
Seguimos de novo de carro e fomos diretamente para um dos parques cobertos do centro da cidade, mais caros que os parquímetros de rua, mas não nos exigem moedas de pound.
Depois do carro arrumado fizemos um longo passeio pela o centro histórico seguindo aproximadamente as referências marcadas a castanho no mapa da cidade que juntei no início deste texto.
Começámos depois pelas principais ruas do centro, como a Gordon Street ou a Renfield Street. No final desta rua chegámos ao Pavilion Theatre, um dos teatros mais antigos de Glasgow, inaugurado em 1904 como um Music Hall, mas que continua a ser um dos mais importantes teatros da cidade.
Entrando depois na Sauchiehall Street chegámos ao The Glasgow Royal Concert Hall. Trata-se de uma das maiores salas de espetáculos do Reino Unido, inaugurada em 1990, em substituição do aclamado St. Andrew's Hall, que foi destruído num incêndio em 1962.
Estávamos agora no início da Buchanan Street, uma das mais importantes e mais movimentadas ruas do centro de Glasgow, mesmo numa tarde chuvosa, como esta, e percorreremos esta rua até metade da sua extensão, virando depois à esquerda quando chegámos à St George's Tron Church.
Vamos agora na direção da Royal Exchange Square, onde vamos encontrar a Gallery of Modern Art, inaugurada em 1996 neste edifício neoclássico dos finais do século XVIII, com uma fachada formada por um conjunto de colunas gregas.
Esta é a principal galeria de arte moderna da cidade e é abreviadamente conhecida como GoMA.
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De seguida entrámos na George Square, a principal praça da cidade e que é considerada como o seu epicentro.
A praça foi criada em 1781 com o nome do Rei Jorge III e, depois disso, começaram a ser construídas casas de dois e três andares que formaram a sua envolvente. Mas, de todos esses edifícios originais pouco resta atualmente, de qualquer forma, a maioria das construções que foram substituindo os prédios que iam desaparecendo, foram sempre edifícios notáveis que fazem desta praça um espaço monumental.
Hoje em dia, o principal destaque nesta praça é o City Chambers, um prédio colossal que foi construído em 1890 e onde funciona a sede do governo local, e que é considerado o principal edifício público de Glasgow.
Na praça encontram-se ainda várias estátuas de escoceses famosos, como é o caso da coluna dórica que está no centro, e que é um memorial ao escritor escocês Walter Scott, cuja estátua de mármore se encontra no topo.
Na rua que fica atrás do City Chambers, a John Street, encontram-se dois arcos que fazem parte da estrutura daquele edifício e que ganharam relevo recentemente, ao terem sido utilizados como cenário na primeira temporada da série Outlander, como a rua em que fica o registo civil onde a protagonista se casa.
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De seguida continuámos a nossa caminhada num bairro que é chamado de Merchant City. Nas ruas destes quarteirões encontramos boutiques de design, cafetarias e restaurantes, e espaços para apresentações musicais que ocupam antigos armazéns.
Os bares e restaurantes são variados, com bistros gourmet, escoceses, italianos, indianos e mediterrânicos, com alguns lounges de cocktails e bares de gin, tudo isso ocupando os edifícios reformados do século XVIII, como o City Halls & Old Fruitmarket e o Merchant Square, que são também espaços culturais que oferecem concertos de música, desde a clássica ao pop.
Pensámos que talvez pudéssemos voltar a este local, para jantar, ou depois de jantar, para apreciarmos o ambiente da noite que ali se vive... e seria uma boa alternativa se fosse sexta ou sábados, mas, numa terça-feira não havia grande animação e acabámos por escolher outro local para jantar e passar o serão.
Nas proximidades deste bairro encontra-se a The Ramshor, uma antiga igreja que foi desconsagrada e é atualmente um edifício público que funciona como sede do Centro Nacional de Línguas da Escócia e do Instituto Confúcio para as Escolas da Escócia.
O próximo trajeto leva-nos agora até à Catedral da cidade, desta vez a caminhada era um bocadinho mais longa, quase 1 km.
A Glasgow Cathedral é a catedral protestante mais antiga de toda a Escócia e é também o edifício mais antigo da cidade de Glasgow.
Foi construída no século XII e era originalmente católica, sendo hoje um templo presbiteriano que pertence a Coroa Britânica. Esta é a única catedral medieval no continente escocês que sobreviveu à Reforma Protestante de 1560, tendo sido convertida numa igreja protestante, em vez de ter sido destruída, como aconteceu com a quase totalidade dos templos católicos.
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Ao visitarmos esta igreja, com acesso gratuito, vamos encontrar alguns traços especiais, como a existência de várias naves distintas, tanto no piso térreo como na cave, e também com alguns vitrais bastante bonitos.
Situada numa colina adjacente à Catedral de Glasgow, fica a Glasgow Necropolis, um imenso cemitério que se estende num jardim vitoriano repleto de sepulturas ornamentadas e de esculturas, numa envolvente que é, ao mesmo tempo, macabra e fascinante, e que esconde, certamente, uma infinidade de histórias.
Foi inspirado no famoso Père-Lachaise de Paris e é descrito como um dos cemitérios mais importantes da Europa. Estima-se que, ao longo da sua história, tenham ali ocorrido mais de 50.000 enterros, nos cerca de 3.500 túmulos que hoje encontramos, alguns deles são memoriais dedicados a grandes nomes da Escócia.
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Para acesso ao cemitério seguimos por uma ponte, a Bridge of Sighs, ou Ponte dos Suspiros, que nos leva ao monumento de entrada na necrópole, seguindo depois pelas rampas que nos conduzem até à parte mais alta, onde se encontram a maioria das sepulturas. À medida que vamos subindo por essas rampas vamos também podendo apreciar toda a paisagem da envolvente que fica lá em baixo, com destaque para a silhueta da catedral.
No caminho de regresso até o centro da cidade, passámos pelo Glasgow Tolbooth, um monumento que fazia parte de um edifício municipal que serviu de prisão, tribunal e local de execuções, durante os séculos XVII e XVIII.
Após a demolição da estrutura principal no ano de 1921, ficou de pé apenas o campanário que hoje ali encontramos e que é uma marca nesta parte da cidade.
Quando nos aproximamos do rio encontramos, do lado esquerdo, um imenso jardim, que é chamado de Glasgow Green, e cuja porta é materializada pelo McLennan Arch.
Neste jardim encontram-se diversas estátuas e também o chamado People's Palace, mas que está um pouco distante, obrigando a um passeio mais longo... mas que acabámos por fazer.
Continuando depois junto ao rio vamos chegar à Metropolitan Cathedral of St Andrew, a maior igreja católica da cidade, dedicada a Santo André, o santo padroeiro da Escócia.
A catedral católica da cidade foi construída no início do século XIX em estilo neogótico e, apesar de ter umas fachadas bastante modestas, o seu interior é lindíssimo, e até pouco habitual em igrejas católicas, com o branco como cor predominante.
Logo em frente à catedral encontramos uma antiga ponte pedonal feita de ferro forjado, que vence um vão suspenso de 126 m, a South Portland St Suspension Bridge.
Saindo, por fim, da marginal, dirigimo-nos à Saint Enoch Square, uma praça onde encontramos um enorme centro comercial, o St. Enoch Shopping Centre, que ocupa a antiga estação ferroviária de St. Enoch.
Esta praça fica no fim da principal rua do centro, a Buchanan Street, que já tínhamos descido horas antes, e que iríamos agora subir, numa altura em que a chuva tinha voltado e, por isso, as ruas estavam quase desertas.
Antes da hora de jantar tínhamos ainda algum tempo e decidimos procurar uma bomba de gasolina para garantir a chegada até ao aeroporto na madrugada seguinte. Escolhendo uma das bombas mais próximas fui surpreendido pela sua localização, bem perto do estádio da equipa do Rangers FC, o Ibrox Stadium… onde o Benfica tinha jogado há pouco mais de um mês, e até tinha ganho (e eu não podia perder a oportunidade de dar esta informação).
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Esta proximidade de um estádio de futebol fez-me lembrar que os escoceses são adeptos fervorosos das suas equipas, com grande rivalidade entre os dois grandes clubes de Glasgow, que, para além da cor clubística, representam também as fações religiosas, sendo o Rangers o clube dos protestantes e o seu rival, o Celtic, o clube dos católicos.
Depois desta reflecção, e como estávamos com carro, resolvi também visitar o outro estádio da cidade, o Celtic Park. O Celtic FC já foi um clássico europeu e o seu estádio, que foi palco de grandes noites europeias de glória, é agora bastante antigo. Mas mesmo velhinho, o Celtic Park ainda não foi demolido, embora, atualmente, a equipa já jogue num estádio novo, o Emirates Arena… e nesta nossa visita pudemos apreciar o exterior destes dois estádios, que são uma referência para os adeptos de futebol.
A noite aproximava-se e voltámos de novo ao centro histórico, procurando agora a zona de concentração de restaurantes, para escolhermos um deles para jantar.
Voltámos assim à Buchanan Street, que fica próxima de vários restaurantes, e encontrámos duas referências do centro por onde não tínhamos ainda passado, a Central Station, que é a grande estação ferroviária da cidade; e a The Lighthouse, um edifício que se assemelha a um farol, que já foi sede dos escritórios do jornal Glasgow Herald, e é, atualmente, o Centro de Design e Arquitetura da Escócia.
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No dia seguinte iríamos sair de madrugada para o aeroporto, escolhemos o aeroporto de Edimburgo, que fica a 80 km, porque facilitava a entrega do carro, pois foi ali que o alugámos.
Terminámos assim a visita à cidade de Glasgow que, ao contrário do que se esperava, não é nada aquela cidade industrial, feia e suja, e é até bastante interessante. Nem mesmo na antiga zona das docas, principal polo industrial durante séculos, encontramos a decadência de que estamos à espera quando imaginamos um espaço industrial... na verdade, essa parte da cidade é hoje um espaço moderno e bastante agradável.
Reconheço apenas que Glasgow ficará sempre aquém de Edimburgo, mas, Edimburgo será talvez a segunda cidade mais interessante de todo o Reino Unido, só perde mesmo para Londres.
Mas hoje terminámos também esta viagem de oito dias pela
Escócia, um regresso que estava anunciado desde a primeira visita ainda nos
anos 80. Não direi que fiquei deslumbrado como da primeira vez, porque,
entretanto, já vi milhares de outras coisas equivalentes… e estou a pensar, por
exemplo, nos Açores, que não ficam nada atrás. De qualquer forma, não deixou de
ser uma belíssima viagem que nos permitiu desfrutar em pleno, do que este país
tem para oferecer.
Abril de 2024