segunda-feira, 15 de abril de 2019

Ancara - A capital de Atatürk


Depois da fundação da república da Turquia e da nomeação do seu primeiro presidente, Mustafa Atatürk, terminando com séculos de monarquia sob a liderança de sucessivos califas, foi declarada a cidade de Ancara como a nova capital desta Turquia moderna. 

Assim, em 1923 Ancara passa a ser a capital da Turquia, uma capital administrativa, numa cidade completamente nova, criada especialmente para acolher o governo turco e os principais edifícios públicos. 

Ao contrário de Istambul, a grande cidade deste país e que será sempre a sua capital económica, que está localizada junto ao estreito de Bósforo, com ligação entre o Mar Negro e o Mediterrâneo, por onde passam todas as rotas comerciais, Ancara fica bem no interior, na região da Anatólia Central, onde nada de relevante acontecia até se transformar na capital turca. E é por isso que Ancara é uma cidade completamente nova, com várias torres modernas e alguns edifícios monumentais, de ministérios ou embaixadas, dando um aspeto de modernidade à cidade.

      
Mas Ancara não é só esta cidade moderna que encontrámos, é também uma referência histórica, pela sua localização na Anatólia Central, que fazia parte da região da antiga Mesopotâmia, um dos berços da civilização, muitos séculos antes do Império Bizantino e do domínio otomano.

E é por isso que encontramos em Ancara um dos museus mais importantes sobre essa fase embrionária da civilização, que remonta a milhares de anos antes de Cristo, o Museu das Civilizações da Anatólia, onde encontramos uma riqueza história extraordinária, com algumas preciosidades, como é o caso desta peça, um padrão cerimonial da Idade do Bronze, conhecido como "Disco Solar", possivelmente de um túmulo real, e que remonta ao período de 2500 aC a 2250 aC. Mas esta peça, cujo original se encontra neste museu, é sobretudo conhecida por corresponder ao símbolo da cidade de Ancara, que encontramos reproduzido noutros locais da cidade.
O museu apresenta uma enorme coleção de artefactos obtidos em escavações arqueológicas por toda a Ásia Menor, com várias exposições divididas cronologicamente, desde a era paleolítica, passando pelos períodos do bronze e pelos mais recentes vestígios da presença grega, bizantina e do Império Otomano.

E ao percorrermos aquele espaço vamos encontrando inúmeras preciosidades, desde as pinturas rupestres às estátuas de pedra, dos artefactos de cerâmica às peças em bronze....são milénios de história que nos vão sendo oferecidos ao longo daquelas salas. 

E a sensação é quase esmagadora tal é riqueza histórica que se concentra naquele museu, mas atenção, que uma visita a este local não dispensa um guia, caso contrário nada daquilo tem qualquer significado. 
      


Para além desta componente histórica interessantíssima, Ancara é sobretudo a capital idealizada e criada pelo fundador da república da Turquia, Mustafa Atatürk, e é por isso frequente encontramos referências ao grande estadista da pátria, com imagens de todo o tipo, estátuas por toda a cidade e, principalmente, o seu grande mausoléu.

Trata-se de uma construção imponente, onde fica o sarcófago de Atatürk, e que é atualmente um local de romagem para os turcos. Foi isso que encontrámos, centenas de pessoas vindas de todo o país, vários grupos de estudantes, todos com o objetivo de entrar no mausoléu, chegar junto ao sarcófago e prestar uma homenagem ao herói nacional e pai da nação turca. E é também isso que nós, os turistas, acabamos por fazer, juntamo-nos ao grupo nesta romagem quase religiosa, embora sem quaisquer motivações patrióticas, mas apenas por curiosidade.
Além do edifício principal do Mausoléu o conjunto monumental inclui ainda uma praça grandiosa e o Museu da Guerra da Independência, que se refere à guerra que levou o país a transformar-se numa república.


À saída de Ancara, já a caminho da Capadócia, passámos por um imenso lago salgado, o Tuz Gölü ou Lago Tuz. É um lago diferente porque apresenta um teor em sal muito elevado e, em períodos de seca, chega mesmo a estar apenas coberto de sal. Esta particularidade faz com a que a exploração de salinas seja a principal ocupação das populações daquela zona. 

Mas para nós, que por lá passamos, e apesar dos postos de venda de uma variedade de artigos feitos a partir do sal, que não me interessaram minimamente, a passagem por este lago é apenas uma oportunidade para aproveitar umas paisagens peculiares e para fazer algumas fotografias.



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