quarta-feira, 20 de março de 2013

Lyon


Depois de explorarmos o ambiente pitoresco das montanhas nevadas e pequenos chalets dos Alpes Franceses, seguimos até Lyon, num percurso de 180 km em autoestrada, para visitarmos a principal cidade desta região, seguindo depois, já no dia seguinte, numa viagem pela Provence. 

Iríamos visitar esta cidade, antes de entrarmos na Provence mais profunda. Trata-se de uma das maiores cidades francesas e capital da região Ródano-Alpes. A cidade situa-se na junção dos rios Le Ródano e La Saône e o seu centro mais emblemático, que fica exatamente na península que se forma entre os dois rios, localiza-se na Praça Bellecour, uma das maiores praças pedonais da Europa, a meio da qual se destaca a estátua equestre de Luís XIV.

Foi exatamente na Place Bellecour que iniciámos o nosso percurso pedonal pela cidade.
O percurso que fizemos ao longo do centro histórico foi de cerca de 5 km, mas, mais tarde, ficámos com a sensação de que existiriam outros locais mais periféricos que também teriam merecido uma visita, mas que não incluímos no nosso roteiro, por falta de conhecimento prévio. 

De qualquer maneira, a parte de Lyon que explorámos revelou uma cidade surpreendentemente interessante.
Começámos por percorrer a Rue de la Republique e a Rue du Président Edouard Herriot, as principais ruas de comércio, onde parámos em algumas lojas, embora mais para observar do que para fazer compras. Encontrámos também, nessa zona, várias casas de crepes, quase sempre, bastante apetecíveis... e, dessa vez, parámos mesmo para experimentar uns ótimos crepes recheados com chocolate quente.

Desviámos depois até ao Quai Jean Moulin, onde ficámos algum tempo nas margens do rio Ródano, antes de voltarmos a entrar na teia de ruas da cidade velha. Fomos passando por algumas praças e ruas que seguem a linha arquitetónica clássica das cidades francesas, e por alguns monumentos e edifícios imponentes, como a Ópera de Lyon, na Place de la Comédie ou o edifício do Mairie (Câmara Municipal), na Place des Terreaux.


Depois de passarmos pela Place Saint-Nizier, onde fica a Paróquia Catholique Saint Nizier, chegámos às margens do outro rio, o Saône, que divide a cidade entre os quarteirões clássicos e a parte velha.
Na margem direita do rio La Saône fica a Cidade Velha, o bairro Vieux Lyon. As ruas e praças desta zona mostram uma influência interessante da época da renascença e encontramos, também, alguns traços bastante típicos com a presença dos chamados Traboules, que se tratam de passagens pelo interior dos prédios que funcionam como caminhos pedonais públicos.

Os Traboules ligam as ruas entre si através do interior dos edifícios, alguns são como becos com aspeto de passagens secretas, mas outros são grandes escadarias que permitem passar entre a rua de cima e a rua de baixo.
Atualmente toda esta zona velha está preparada como polo turístico, cheia de lojas e restaurantes. No nosso passeio percorremos os pontos de principal interesse como a Place Neuve St Jane e a Place du Change, bem como o edifício e a torre mais típicos, a Maison des Avocats e La Tour Rosé.

Ainda na Vieux Lyon encontra-se a Cathedrale Saint Jean Baptiste e toda a encosta que fica por trás e que nasce na margem direita do rio Saône, é dominada pela basílica de Notre-Dame de Fourvière e por uma Torre de Telecomunicações que faz lembrar o topo da Torre Eiffel e que marca claramente a paisagem daquela colina.

Chegados de novo à Place Bellecour percorremos ainda algumas ruas de comércio e sem trânsito como a Rue Victor Hugo e a Rue des Marronniers, esta última totalmente ocupada por restaurantes.
Depois de visitarmos demoradamente todas estas ruas e praças do centro histórico, voltámos ao carro e seguimos até ao Boulevard des Canuts para apreciar uma obra de arte de rua, Le Mur Des Canuts, um edifício com uma das suas fachadas pintada num mural imenso, como se se tratasse de um outro bairro cheio de edifícios, com lojas, janelas e varandas, uma escadaria e até pessoas que dão vida ao quadro que é o maior mural na Europa, com 1200 m2.

Produzido em 1987 e sujeito a uma revisão 10 anos depois, este mural é inspirado no bairro da Croix-Rousse e como esse era o bairro dos trabalhadores da seda, o mural é uma alusão a esses tecelões. Revela o cotidiano dos moradores e, quando nos aproximamos, descobrimos algumas características específicas da atividade do fabrico da seda, como carretéis, teares e trabalhos feitos em seda.
À noite voltámos ainda ao centro da cidade e aproveitámos um serão bastante animado, com muita gente na rua, apesar do frio. Para jantar escolhemos a Rue des Marronniers, e um dos muitos restaurantes que ali se encontram.


Carlos Prestes