Ao quarto dia de viagem, depois dos primeiros dias para conhecer a cidade de Cagliari e as praias do Sul, partimos em direção ao Norte, com destino à cidade Alghero onde passámos uma noite. No dia seguinte, continuaríamos desde a costa do lado Noroeste, onde fica Alghero, até à costa do lado oposto, a Nordeste da ilha, onde fica a sua principal atração turística, a chamada Costa Esmeralda.
O percurso completo destes dois dias está representado no mapa seguinte, onde se assinalam todos os locais que fomos visitando:
Ao longo do primeiro trajeto, entre Caggliari e Alghero, numa extensão de 230 km, grande parte em autoestrada, fizemos uma primeira paragem num local surpreendentemente bonito, trata-se da aldeia de Bosa.
Bosa
É uma pequena povoação, não sei se será uma vila ou uma aldeia, a cerca de 50 km de Alghero, que tem a graça de ter casas pintadas de cores diversas, o que dá uma imagem de conjunto muito peculiar e bastante bonita.
Mas, para podermos apreciar esta imagem com o conjunto das casas coloridas, teremos de estacionar numa colina onde se pode ver a aldeia ao longe… e, para isso, assinalei três pontos ao longo da encosta que fica em frente a Bosa, de onde podemos observar este bonito enquadramento.
Bosa é conhecida por ser uma das aldeias mais bonitas da Sardenha, sobretudo pelos seus edifícios coloridos que se encavalitam sobre uma colina, que se ergue desde as margens do rio até ao castelo, que fica no topo.
Nesta pequena vila, a mais colorida de toda a Sardenha, todas as cores podem ser usadas para pintar as fachadas das casas… só o branco parece ser proibido por lei. Conta-se a história de que os pescadores gostavam de pintar as casas com cores fortes e diferenciadas, para as conseguirem reconhecer quando voltavam do mar e, assim, cada um deles identificava o vulto da sua própria mulher, que os aguardava à janela.
As casas dispõem-se sobre ruelas apertadas e escadarias íngremes, que constituem o centro mais pitoresco desta povoação, onde encontramos uma atmosfera quase medieval. Além das suas cores vivas, as casas são também particulares por serem muito estreitas e altas, com um único quarto por cada andar… como nos viemos a aperceber quando procurávamos o WC de um restaurante, que ficava no último piso.
Mas ao entramos na aldeia, começámos ainda por percorrer as ruas mais largas e mais importantes, algumas mais desertas, mas outras bastante animadas.
Esta é a parte da cidade que fica nas margens do rio, o Temo, o único rio navegável em toda a Sardenha, e onde surge a primeira linha de edifícios coloridos.
O rio é atravessado pela Ponte Vecchio, que nos conduz até à Piazza Duomo, onde encontramos a principal igreja da cidade, a Cattedrale dell'Immacolata Concezione¸ uma das igrejas mais antigas da Sardenha, com origens que remontam ao século IX, e um belo exemplo de arquitetura românica.
Nesta parte baixa da aldeia, vamos encontrando os primeiros becos que nos conduziram até ao centro mais pitoresco, com as suas ruas de paralelepípedos e as casas coloridas. E foi por aí que entrámos na teia de ruelas e escadarias, que nos levaram a apreciar de perto as mesmas casas coloridas que formam aquela bonita imagem que tínhamos contemplado à distância.
A aldeia visita-se seguindo sem destino, subindo escadas e percorrendo as pequenas ruas, algumas delas são autênticas rampas, pois todo o casario se empoleira sobre a colina íngreme que sobe até ao castelo.
Pelo caminho não há nada de especial para encontrar, a não ser as próprias casas, e um ou outro restaurante. Escolhemos um desses restaurantes com uma esplanada em plena rua, sob a sombra de videiras, onde saboreámos mais uns pratos tipicamente sardos, e experimentámos, pela primeira vez, a cerveja local, a Ichnusa, que é uma das birras mais consumida em toda a Itália, e só agora constatámos que era de origem sarda, em que o próprio símbolo representa a imagem que faz parte da bandeira da região.
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Voltando ao nosso percurso pudemos continuar a apreciar as fachadas das casas coloridas, com uma série de recantos bastante bonitos, e sem grande concentração de turistas, cruzámo-nos sobretudo com os moradores que nos cumprimentavam com um sonoro ciao, do alto das suas janelas.
Mas durante esta caminhada, nunca tivemos coragem para escalar a colina até ao castelo. Estava um calor húmido, que nos fazia colar a roupa ao corpo e, só a ideia de subir aquelas escadarias todas até ao castelo, nos fazia suar.
O Castelo de Serravalle ou Castello Malaspina, é uma estrutura militar do século XII, e é um dos 80 castelos da Sardenha, todos da época medieval.
O interesse em subir a esta fortaleza seria poder apreciar a vista panorâmica sobre a aldeia e sobre o rio Temo, mas, na verdade, deste lado só iríamos ver os telhados das casas, o que não seria tão bonito como a imagem de frente para a aldeia que tínhamos apreciado umas horas antes… e foi essa a desculpa que arranjámos para nós próprios, pela falta de coragem para escalar mais umas dezenas de metros, mas, de facto, a paisagem das casas coloridas e do próprio castelo, vistos de longe, é bem mais bonita.
Para quem estiver interessado em saber um pouco mais sobre a região de Bosa, fica o registo de que, para além do turismo, a sua principal atividade económica resulta da cultura da azeitona e da produção de azeite, mas é também famosa pelo seu vinho doce Malvasia, que é produzido nas colinas ao redor da aldeia. Assim, pode-se tentar provar, ou num qualquer restaurante, ou numa das quintas produtoras, o famoso vinho doce chamado Malvasia di Bosa.
A região de Bosa é também uma interessante zona costeira, com uma praia e uma marina, e com restaurantes e bares à beira-mar e, a caminho do Norte, percorremos uma estrada junto à costa com algumas paisagens naturais bastante bonitas.
Spiaggia di Maria Pia
Antes de entrarmos na cidade de Alghero fizemos um pequeno desvio até à praia que se estende para Norte da cidade, a Praia de Maria Pia.
Esta praia começa a 2 km da marina de Alghero e estende-se por cerca de 1 km, com uma excelente faixa de areia fina e branca, na envolvente de um denso pinhal. A água é muito transparente, embora com uma temperatura que me pareceu não ser tão quente como nas praias do Sul, talvez andasse “apenas” pelos 22º.
A praia Maria Pia fica no meio de duas outras praias, uma delas do lado de Alghero e a outra do lado do Port de Fertília, e foi por isso mesmo que a escolhemos, para nos afastarmos das duas marinas que ali existe nas extremidades da baía, e estarmos mais longe das águas mais conspurcadas que os portos sempre trazem.
Mas mesmo assim, ainda é visível ao longe a silhueta da cidade de Alghero, com a torre da sua Catedral em destaque.
Esta praia tem uma longa extensão de areia encaixada no pinhal, o que lhe dá um aspeto meio selvagem… e foi por aí que nos deixámos ficar algumas horas, entre a areia e o mar.
Mas nas zonas em que o areal é mais largo, encontramos as habituais áreas concessionadas, com grande concentração de chapéus de sol e espreguiçadeiras, das quais nos fomos sempre afastando.
Alghero
Começámos por visitar esta cidade do Noroeste da Sardenha durante a noite, quando as esplanadas dos restaurantes se vão enchendo, e as ruas vão ficando animadas com a presença dos muitos turistas que visitam o centro histórico.
E depois de um passeio pelas muralhas e pelas ruas mais concorridas, procurámos também um dos restaurantes que ficam no empedrado que acompanha a muralha que divide a cidade do mar.
Alghero é uma cidade de origem medieval, cujo nome é inspirado num Deus Romano, e que ocupa um maciço rochoso junto ao mar, onde se forma um complexo de grutas e túneis naturais.
A cidade tem uma longa história e revela uma particular influência da época em que a ilha foi dominada pelo reino de Aragão e Castela e, por exemplo, é comum encontrar quem fale o castelhano.
Mas aquilo que mais se salienta nesta cidade é a imensa fortificação que separa a cidade do mar, ao longo da qual se dispõem as casas pitorescas que ocupam a rua marginal, chamada de Bastioni Marco Polo.
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Esta zona do centro histórico é tão concorrida durante o serão que se torna difícil conseguir um lugar de estacionamento, apesar de existir um parque que nos pareceu enorme, mas depois só se encontram filas de carros à procura de lugar. Tivemos de nos afastar bastante do centro e depois percorrer a pé todo o caminho.
De manhã, quando regressámos à cidade, embora houvesse ainda uma grande afluência de turistas, já foi possível estacionar, mas esta dificuldade no estacionamento é algo que deve ser tido em consideração, por exemplo, escolhendo um hotel que tenha um parque e que não fique muito longe do centro.
Escolhemos começar o nosso passeio pela cidade entrando pelo lado Sul, junto à Torre de l'Esperó Reial, na Piazza Sulis, uma referência a Vincenzo Sulis, um revolucionário sardo do século XIX que passou 22 anos preso dentro das paredes de 6 m de espessura desta torre circular que fazia parte da antiga fortaleza.
Atualmente, a praça junto à torre é um dos principais pontos de encontro na cidade e é bastante popular entre jovens e turistas, sobretudo durante as noites de verão.
Mas durante o dia é também um lugar interessante, desde logo, porque é por ali que entramos na rua marginal amuralhada, a Bastioni Marco Polo, que nos vai levando ao longo da cidade velha, sempre apreciando as imagens das muralhas, com as suas casas e onde vamos encontrando várias esplanadas de restaurantes.
Na envolvente, somos brindados pelas bonitas imagens deste mar, e pelas vistas, ao fundo, do Capo Caccia.
Ao longo do Bastioni Marco Polo, vamos também passando por alguns artefactos militares, recordando o poder bélico que ali terá sido instalado, com alguns canhões e até umas catapultas da época medieval.
As muralhas levam-nos até à zona da marina, que fica do lado oposto, numa parte onde o Bastioni Marco Polo dá lugar ao Bastioni Pigafetta.
Na praça que ali se forma ergue-se mais uma torre, a chamada Torre de Santo Elmo, de construção circular, típica do século XVI, que está rodeada de palmeiras e se caracteriza pela presença do brasão da Coroa de Aragão.
Desde 1950 que esta praça acolhe também a estátua de bronze da Madonna de Stella Maris, uma Nossa Senhora de inspiração local, virada para o porto, como que a proteger os navegantes.
A pouca distância da torre encontra-se a antiga Porta di Sant'Elmo que permite atravessar as muralhas e recuperar o antigo percurso em direção ao centro da cidade, onde entrámos na Piazza Civica, a praça mais importante da cidade de Alghero, muito concorrida, e cheia de restaurantes.
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Muito próximo desta praça encontramos a Piazza Duomo e a Catedral da cidade, a Parrocchia Cattedrale dell’Immacolata Concezione, que é dedicada à Virgem Maria.
A igreja é datada do século XVI e foi, originalmente, construída no final do Renascimento num estilo gótico-catalão, do qual se mantém ainda a fachada que integra a torre sineira.
Mas, mais tarde, a igreja passou a ter uma nova decoração com vários adornos artísticos em mármore e foi sofrendo intermináveis obras de restauro, com a inclusão, já em pleno século XIX, da sua nova fachada neoclássica, onde encontramos o portão principal, que se abre por entre quatro enormes colunas jónicas.
O interior é também dominado pela decoração à base de mármore, e pelo espaço amplo da nave principal, suportado por um conjunto de colunas de grande dimensão.
A partir desta zona podemos ainda entrar na teia de ruas e praças do centro histórico, como a Via Carlo Alberto, a rua com maior concentração de lojas de souvenires e gelatarias, e que nos conduz até à Piazza Porta Terra, uma antiga praça com mais uma das torres das muralhas desta cidade, a Torre Porta a Terra.
No final deste passeio fomos até à zona da marina, já próxima do estacionamento de que falei, com uma imensa quantidade de barcos de recreio, dos mais pequenos aos grandes veleiros.
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E é interessante apreciar a azáfama de entrada e saída dos barcos que levam os turistas a passear pelas belezas da zona costeira do Noroeste da ilha… sempre sob o olhar protetor da Nossa Senhora.
Spiaggia La Pelosa
Vou agora referir uma das mais famosas praias da Sardenha, mas onde não conseguimos ir. Trata-se da La Pelosa, uma praia paga que obriga a uma reserva com bastante antecedência, e que já estava esgotada para os dias da nossa viagem. De qualquer forma vou deixar aqui algumas informações sobre esta praia e junto também duas fotos representativas retiradas da net, uma tirada em época alta, e cheia de turistas, e outra fora de época, totalmente vazia e completamente irresistível.
A Praia La Pelosa fica no extremo Noroeste da ilha e é considerada como uma das praias mais bonitas da Sardenha. Trata-se de mais uma praia de areia fina, com águas rasas e transparentes, extremamente fotogénica, sobretudo devido aos tons de azul-turquesa das águas, cujos tons se confundem com o próprio céu.
E graças a uma barreira natural, a água está sempre calma, protegida por duas ilhas, a Isola Piana e a Isola Asinara.
Mas, não há bela sem senão e, para visitarmos esta praia entre 1 de junho e 30 de setembro, é preciso comprar bilhete de acesso (3,50€ por pessoa), caso contrário não conseguiremos entrar, sendo mesmo necessário reservar com várias semanas de antecedência. Mas até isso eu tentei, só que o site não permitia essa antecedência, e quando disponibilizava um novo dia para reservas, aparecia logo esgotado… e como não conseguíamos arranjar vagas, acabámos por desistir.
Além disso, é obrigatório levar uma esteira de palha para colocar debaixo da toalha, aparentemente, para evitar que a areia saia da praia agarrada às toalhas, o que nos obriga a comprar esteiras a vendedores de rua que estão à entrada da praia… tudo isso para somar ao preço do estacionamento.
De qualquer modo, quem quiser, pode tentar reservar no site oficial: https://lapelosa-tickets.com/
Mas todas as reviews dizem que é uma canseira e um sorvedor de dinheiro, do estacionamento, das esteiras e do acesso à praia, e depois encontra-se um areal com 800 pessoas, que é a lotação máxima e que deixam a praia com este aspeto, e sem o ar paradisíaco dos folhetos turísticos.
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Mas quem visitar a ilha fora da época mais alta, entre novembro e maio, não terá um tempo tão bom, naturalmente, mas pode ir a esta praia sem pagar e sem apanhar filas e, num dia de sol, pode vir a encontrar uma paisagem assim como esta… mas isso é algo transversal a muitas outras praias da Sardenha, que serão sempre extraordinariamente bonitas em dias soalheiros durante a época baixa.
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Castelsardo
O nosso destino seguinte é agora a pequena cidade de Castelsardo. Começámos por parar num ponto de observação próximo da marina, onde se consegue ver o casario que ocupa todo um penhasco, sobre o qual se empoleira a fortaleza, que está na origem dos principais episódios históricos desta cidade… oferecendo uma paisagem bastante bonita.
Depois desta breve paragem para apreciar a vista da cidade a partir do mar, seguimos em direção ao centro e procurámos outro ponto de observação, pois o que mais interessante desta cidade é mesmo a imagem do conjunto de casas ao longo da colina, com uma combinação de cores que lhe dá um aspeto singular, e com o seu castelo protetor no topo.
Castelsardo foi a lendária Tibula dos tempos romanos e, na Idade Média, já era uma fortaleza impenetrável, protegida pelas espessas muralhas e pelas 17 torres do Castello dei Doria, que ali encontramos ainda hoje.
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De seguida, continuámos até ao centro, subindo de carro por ruelas apertadas até chegarmos a um pequeno estacionamento, que fica junto às muralhas do castelo e que está assinalado no mapa.
Entrámos assim na cidade velha, que fica no interior das muralhas, percorrendo a pé uma teia de ruas íngremes e escadarias, devidamente preparadas para a presença dos turistas, com várias esplanadas de restaurantes que vão ocupando as ruas empedradas.
Enquanto caminhamos vamos apreciando a imagem pitoresca das casas que ligam ruelas e escadas de aspeto medieval, sempre com o mar, que vamos espreitando de lá de cima, como principal ponto de referência.
Além de lojas e restaurantes, encontramos também algumas atrações monumentais, mas, sobretudo, a Catedral de Sant'Antonio Abate, que é a principal construção da cidade. Este edifício, que foi construído em 1586, tem uma torre sineira empoleirada sobre o mar, com a cúpula adornada por ladrilhos decorativos em cerâmica, e que constitui uma das principais marcas de Castelsardo... à exceção do castelo, claro, que é a grande referência desta cidade e que está até na origem do seu nome.
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O núcleo da cidade cresceu em torno do Castello dei Doria, cuja construção ocorreu durante o século XIII e onde hoje se encontra a sede do Museo dell'Intreccio Mediterraneo (ou Museu da Tecelagem do Mediterrâneo), um dos museus mais visitados em toda a Sardenha… no qual não tivemos qualquer interesse, não estávamos propriamente no clima para visitas a museus.
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Antes de terminarmos a visita, procurámos ainda outros miradouros que nos oferecessem diferentes paisagens desta cidade, desta vez com a vista a partir do castelo, com a cidade por baixo, e uma imagem de despedida, já a partir da estrada enquanto seguíamos para Este.
Spiaggia Della Torre Vignola Mare e Spiaggia di Vignola
Depois de mais 50 km chegámos à primeira praia do dia, que, na verdade, são duas praias que se encontram lado a lado, a de Vignola e a da Torre Vignola Mare.
Estão ambas localizadas na estância turística de Vignola Mare, e ficam próximas de dois parques de campismo, o que talvez não seja o melhor cartão de visita.
Começámos pela praia da Spiaggia Della Torre Vignola Mare, que é caracterizada pela presença de uma Torre Espanhola do século XVI, como vem sendo comum nas enseadas desta ilha.
Quando chegámos ainda estava uma certa calmaria, e o mar apresentava-se como um espelho de água, com a sua cor azul bem definida, e até parecia uma praia espetacular, como outras que encontrámos na ilha.
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Mas já era já bem visível a existência de bancos rochosos sob a água, e que iríamos encontrar em toda a baía, constituindo uma particularidade menos agradável destas duas praias, sobretudo porque, nalgumas zonas, essas rochas ocupam totalmente as zonas de banhos.
Um outro fator negativo é a areia que, embora não se veja bem nas fotografias, era bem grosseira, quase parecendo uma gravilha fina.
Mas o pior nem é isso, é que, em pouco tempo, levantou-se um vento forte que mudou completamente o aspeto destas praias, com o mar a ficar agitado e perdendo até o seu azul-turquesa.
Ainda deste lado, junto à praia Della Torre Vignola Mare, existe um conjunto de moradias sobre o areal com um aspeto um bocado manhoso, a fazer lembrar as casas clandestinas que ainda se encontram, por vezes, nalgumas praias portuguesas… mais um fator negativo na minha apreciação desta praia.
Ao nos deslocarmos para o lado oposto entramos na Spiaggia di Vignola, mas a coisa não melhora muito… pelo contrário, pois além da areia grossa e das rochas submersas, vamos encontrar uma parte do areal ocupado por espreguiçadeiras e chapéus de sol.
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E o pior é que o vento continuava forte e tinha vindo para ficar, deixando o mar picado e pouco apelativo.
Mas apercebemo-nos que este vento constante não teria sido uma circunstância esporádica, uma vez que esta praia começou rapidamente a ser invadida por pranchas de kitesurf, de windsurf ou de outros tipos de pranchas movidas pelo vento. Pela quantidade de velejadores que ali apareceram, ficou evidente que esta seria uma praia habitualmente ventosa e, por isso, um ótimo spot para este tipo de desportes.
Mas quem contava passar uma tarde a usufruir de mais uma das praias calmas e acolhedoras da Sardenha, não terá escolhido o sítio certo… o que não nos impediu de passar quase o tempo todo dentro de água, que apesar do vento continuava a ser bem quentinha.
Faltava agora fazer um último percurso de 25 km até Palau, onde iríamos jantar e dormir, e onde começa oficialmente a Costa Esmeralda.
Estes dois últimos dias foram bem diferentes de todos os outros que tivemos, e iriamos ter, nesta nossa viagem, com muito menos praias para usufruir, mas com a possibilidade de conhecer algumas pequenas cidades muito típicas da zona Norte da ilha, entre a costa Noroeste e a zona de Palau, do lado Nordeste, onde acabávamos de chegar.
Setembro de 2024
Carlos Prestes