Mais um dia pela Costa Esmeralda, desta vez saindo de Olbia para Sul, e começando pelas praias do município de San Teodoro, seguindo os locais assinalados a azul no mesmo mapa desta região, que apresento abaixo:
As duas principais praias de San Teodoro ficam a cerca de 30 km de Olbia e são servidas pelo mesmo parque de estacionamento, que tem uma tarifa horária de 2,5 €, e onde chegámos ao princípio da manhã.
Spiaggia di Lu Impostu e Spiaggia di Brandinchi
Mas mal chegámos, apanhámos logo um susto, pois os cartazes anunciavam a necessidade de reservar o acesso à praia, algo que não tínhamos lido em lado nenhum. Ainda assim, estacionámos e só confirmámos esta dificuldade quando nos preparávamos para entrar na praia di Lu Impostu, já junto ao casinhoto que faz de portaria, quando saiu um funcionário simpático que nos contou a história toda… ficámos então a saber que deveríamos ter feito, antecipadamente, uma reserva através do site: https://santeodorospiagge.it/
A reserva pode ser solicitada para o próprio dia ou para o dia seguinte, não sendo possível solicitá-lo por vários dias consecutivos. O valor para cada pessoa é de 2 €/dia e só poderá incluir, no máximo, até seis pessoas com mais de cinco anos, sendo que só vão pagar os maiores de 12 anos.
Esta exigência tem a ver com o facto de ambas as praias terem uma estreita língua de areia, não comportando muita gente e, por isso, precisam de limitar as entradas.
Ainda tentámos perceber se poderíamos fazer ali mesmo, através da APP, as reservas para o próprio dia, mas não valia a pena pois já estava tudo esgotado. No entanto, face ao nosso pedido de que queríamos apenas espreitar a praia para tirar umas fotografias, permitiram-nos entrar e permanecer por uma hora, estando autorizados a tirar fotos e a ir à água à vontade, só não podíamos levar nada para pôr na areia, nem toalhas nem chapéu de sol. Talvez seja um modelo que funciona para aqueles que ali chegam sem reserva, mas não tenho a certeza se não terá sido apenas sorte, por termos sido atendidos por pessoas simpáticas.
Mas lá voltámos ao carro onde deixámos mochilas e toalhas, e seguimos apenas com uma t-shirt que servia para proteger as coisas mais valiosas, como a chave do carro, os óculos escuros e a máquina fotográfica.
Uma hora depois, repetiríamos o procedimento à entrada da praia di Brandinchi, e o resultado foi o mesmo, uma hora de praia, mas sem toalhas e mochilas… o que acabou por ser a custo zero, e o suficiente para conhecermos e usufruirmos um pouco das águas destas duas praias, ambas lindíssimas.
Quanto às praias, e começando pela do Lu Impostu, não há dúvida que se trata de uma das mais belas baías da ilha, com as águas rasas e transparentes, formando um enquadramento perfeitamente fantástico… e à hora em que chegámos, embora tenha um areal bastante estreito, a praia nem estava muito cheia e o mar estava totalmente por nossa conta.
Desta praia já é visível ao fundo, a silhueta do imenso rochedo da Isola di Tavolara, a principal ilha desta zona da Sardenha, que marca a paisagem de todas as praias que iriamos visitar durante o dia.
Uma hora depois seguimos até à praia Brandinchi, de novo com permissão para uma hora sem toalha, e que, por já ser mais tarde e porque tem uma língua de areia ainda mais estreita, já estava completamente atafulhada de banhistas… pareceu-me que, se tivéssemos toalhas, não teria sido fácil arranjar onde as esticar.
Esta praia tem as águas ainda mais rasas, parece que poderíamos avançar pelo mar adentro, que iriamos continuar a ter pé.
Devido às águas que aqui ainda parecem ser mais transparentes, esta praia é conhecida como a Pequena Tahiti, mas não me parece que seja muito diferente de outras praias que já encontrámos na ilha, embora esteja claramente no top-dez.
Nesta baía estamos ainda mais próximos da Ilha de Tavolara e a imagem do seu rochedo é aqui bastante mais marcante.
Spiaggia La Cinta
A uma distância de 9 km para Sul, encontramos a praia de La Cinta, a maior e mais concorrida praia desta zona. O parque de estacionamento é enorme e a praia é também muito grande, com um areal em arco numa extensão de 3,5 km de dunas de areia branca e fina, sem quaisquer rochedos à vista, e em frente, uma imensa baía de águas azul-turquesa. Podia bem ser assim e certamente que estaríamos numa das melhores praias da ilha, mas a verdade é que não estava exatamente como esperávamos… primeiro, porque não tivemos sorte com o tempo, e o vento soprava de Sudeste, exatamente na direção da praia, destruindo a acalmia das águas que contávamos encontrar; e depois há também a quantidade de pessoas, que aqui é colossal, por ser uma praia grande e muito popular.
Assim, limitámo-nos a chegar ao areal e a caminhar pela beira da água, e nem nos estava a apetecer entrar no mar.
Ainda apreciámos a paisagem da baía, com a Ilha Tavolara, à distância, percebendo que poderia ser tão bonita como as suas vizinhas onde estivemos de manhã, mas enquanto aquelas estavam protegidas face à direção do vento, esta baía é muito maior e, por isso, muito mais exposta ao vento que soprava e que agitava as águas.
Por tudo isto, decidimos nem entrar na água e, às tantas, demos meia-volta e regressámos ao carro para tentar encontrar outra alternativa para o resto do dia… e em boa hora o fizemos.
Spiaggia di Capo Coda Cavallo
Ao olharmos para o mapa percebemos logo que teríamos de escolher uma praia virada para o lado oposto do vento, que certamente estaria devidamente protegida… e foi assim que escolhemos a praia da Capo Coda Cavallo, que estava realmente muito calma e, assim que a vimos, ainda à distância, percebemos que se tratava de uma baía lindíssima.
Ainda bem que descobrimos esta praia, pois é realmente diferente das anteriores, que começavam a ser muito do mesmo estilo. Esta é bem distinta, desde logo muito mais selvagem, integrada numa montanha que termina num cabo com a configuração de um rabo-de-cavalo, e com uma vegetação bastante densa e verdejante.
E durante toda a descida fomos apreciando as paisagens fantásticas que nos são oferecidas, tanto do lado da praia como do lado oposto da baía, onde surgem algumas ilhas, formando um enquadramento bastante interessante.
E entre as várias ilhas e ilhéus que nascem do mar, encontramos também a Isola Tavolara, que aqui nos surge bastante mais próxima.
Depois de deixarmos o carro no parque que apoia esta praia, continuámos por um trilho florestal que nos leva até à beira-mar, e ao chegarmos, a sua beleza não nos desilude, mas constatamos que aqui não vamos encontrar a habitual areia branca e fina, mas sim uma espécie de saibro, mais grosseiro acastanhado… mas ao contrário do que eu próprio pensava, não fez diferença nenhuma, e o resultado é uma praia lindíssima e com uma água fantástica.
Para usufruirmos convenientemente desta praia ficámos por lá algumas horas, quase sempre ao banho, apreciando as deliciosas águas quentes, mas também as bonitas paisagens daquele ambiente magnífico… tendo sido evidente que estávamos em mais uma das praias do top-dez de toda a Sardenha.
Ainda partimos até a uma outra praia, mas já sem intenção de por lá permanecer muito tempo, pois estávamos plenamente satisfeitos com algumas das praias deste dia, sobretudo esta última.
Spiaggia di Porto Istana
Seguindo apenas um pouco mais para Norte, chegamos à praia de Porto Istana. Pensava que era mais uma praia de areia branca e águas claras, como muitas outras, e esta com a particularidade de ficar em frente à ilha de Tavolara, o grande rochedo que domina a paisagem de todas as praias de San Teodoro.
Mas esta não nos iria encantar minimamente, pois estava também tocada a vento. Assim, fizemos apenas um passeio pelos vários troços do areal, acompanhando as águas agitadas, e a imagem omnipresente do rochedo de Tavolara.
Estávamos a terminar esta viagem de dez dias pela Sardenha, e esta era mesmo a nossa última praia, pois amanhã já só iriamos visitar a cidade de Olbia. Assim, e em tom de despedida, deixo aqui duas imagens que marcam a nossa presença nesta região italiana tão interessante e de que muito gostámos… Arrivederci Sardegna.
Olbia
Antes de nos deslocarmos, a meio da tarde, até ao aeroporto, tínhamos ainda toda a manhã para tentar conhecer um pouco melhor a cidade de Olbia, que é o principal centro urbano da Costa Esmeralda. Já ali tínhamos jantado duas vezes, e a visita durante o dia não veio a acrescentar muito à ideia de que se tratava de uma cidade pouco interessante.
O centro histórico de Olbia é formado, genericamente, por uma rua principal, o Corso Umberto I, que vai subindo desde o jardim, que fica junto ao porto, guiando-nos pelos principais edifícios e restaurantes, que ocupam os passeios com as suas esplanadas.
Assim, começámos por estacionar num dos parques gratuitos que ficam ao pé do porto (e onde é preciso ter um bocado de paciência para arranjar lugar), entrando depois num grande jardim, que, nesta altura, estava até adaptado como parque de diversões.
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O início do centro histórico é assinalado pela presença do edifício clássico da Câmara Municipal da cidade, a Comune di Olbia. E é aí que entramos no centro, e onde começa o Corso Umberto I, a principal rua de comércio e animação, sobretudo à noite.
É ao longo desta rua, e também nalgumas ruas transversais mais estreitas, que vamos encontrar a dinâmica desta cidade, com muitos turistas que percorrem o empedrado, ou ocupam as esplanadas, ou ficam nas filas para comprar gelados.
Foi por aqui que ficámos durantes as duas noites em que jantámos na cidade, e também neste dia em que aqui almoçámos. Escolhemos as esplanadas dos restaurantes que achámos mais apelativos, sendo que não diferem muito uns dos outros, o menu é semelhante, tanto nos pratos que oferecem como nos preços, por isso nem faço qualquer referência aos restaurantes que experimentámos, pois o melhor será fazer a escolha daquele que pareça mais agradável no momento.
Mas falando de menus, aproveito agora para vos falar da comida que encontramos aqui na Sardenha. Apesar de estarmos em Itália, um dos melhores países para se comer, e de haver ainda uma influência muito evidente da presença espanhola durante séculos, a verdade é que a comida sarda fica sempre aquém dos sabores requintados que encontramos nestes dois países de referência.
Aqui, nem as pastas são tão extraordinárias como as que experimentámos por toda a Itália, nem as pizzas se aproximam das que se podem encontrar em Nápoles, nem os frutos do mar estão perto dos pratos que se comem na Liguria... e nem as frituras de peixe ou as paellas se aproximam das originais espanholas. E apesar da proximidade com a Córsega, não se encontra grande influência dos paladares franceses... o que prova que o original é, muitas vezes, bem melhor do que qualquer imitação.
De regresso às ruas, é no Corso Umberto I que vamos encontrar os principais edifícios da cidade, como a Biblioteca local ou a Igreja de São Paulo Apóstolo, que se distingue pela cúpula revestida a azulejos e, no seu interior, pelo belíssimo altar.
Voltando outra vez às ruas, e sempre ao seu eixo principal, o Corso Umberto I, mas também a uma das praças mais agitadas deste centro, a Piazza Regina Margherita, estamos de novo entre lojas e restaurantes e no ritmo marcado pelos turistas a qualquer hora do dia e, sobretudo, durante a noite.
Terminamos aqui a visita à cidade de Olbia, mas terminamos também uma viagem de 10 dias pela Sardenha, uma ilha com lugares lindíssimos e com uma oferta de praia que é do melhor que podemos encontrar por toda a Europa… um destino imperdível para quem gosta de praia, como nós gostamos.